Mistérios
Como me julgar se você não sabe nada do que passei? Não sabe das saudades que sinto, da falta que me faz aqueles momentos em que eu pensava que minha vida não seria tão difícil, tão doída, tão letal.
Houve um tempo em que a saudade não me doía assim, ela era mais amena, era compressível, era saudável, e passava. Hoje a saudade teima, me machuca, me rasga a alma, mas não pensa em ir embora.
Eu gostaria de saber o que essa tola ausência de “sei lá o que” faz a me amedrontar, a me tirar a paz, o equilíbrio e o sono. Eu penso que uma taça de vinho vai relaxar meu corpo rijo, penso que irei esquecer um pouco os problemas e, com muita sorte, sentirei as respostas e, então, terei paz e alento.
Mas, de repente o vinho não relaxa, surgem motivos, surgem inconvenientes que me disperçam, surgem fatos que me fazem ver que nada esta certo na minha vida, ou, ao menos, nada acontece como eu gostaria que acontecesse.
São nesses momentos que a gente sente a efemeridade da vida, a gente percebe que nada do que podemos fazer vai ajudar e mudar o que nascei pronto o que, enfim, não quer, nem nunca quis evoluir e mudar,
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 07 de março de 2012.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.