Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

terça-feira, 6 de março de 2012

Nunca?


            Nunca?
Esse negócio de “nunca mais” não funciona muito na minha vida. Eu penso e vivo intensamente demais para nunca mudar de idéia, afinal é elementar que o “para sempre” e o “nunca mais” exijam idéias e pontos de vista imutáveis.
            Pois é, estes pontos de vista não combinam com a minha personalidade, embora eu ache que seria muito mais fácil poder dizer “nunca mais” e, realmente, nunca mudar de idéias.
            Eu queria odiar para sempre, nunca mais confiar em determinadas pessoas (ou nas pessoas em geral), eu queria que alguns sentimentos fossem eternos, mas não são.
O amor não é sempre amor, a raiva não é sempre iracunda e o desprezo não é sempre desprezível no meu ponto de vista. Hoje eu posso dizer que “nunca mais” falarei com certa pessoa, porque ela me indignou, mas, e se amanhã ela se mostrar diferente? E se ela reconhecer seus erros? E se ela for um pouco melhor, por que eu continuarei sem conversar com ela?
Qual é a lógica do “nunca mais”? Como as pessoas conseguem não mudar de opinião a respeito das outras, das situações e das coisas? Qual é o meu defeito de “fabricação” que me faz não me coadunar com o radicalismo? Francamente eu não sei, mas quem sabe um dia eu aprenda, afinal “nunca” é apenas uma palavra que, acidentalmente, sai da minha boca.

Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 06 de março de 2012.

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