Sem paciência.

            Sem paciência.

A mesma vida que me tornou extremamente paciente com algumas coisas, extirpou a minha paciência com outras. Definitivamente, eu não tenho paciência com gente fútil e superficial.

            Não tenho paciência alguma para suportar as idéias e os comentários de quem não consegue enxergar o que existe por trás da vidraça, das aparências. Não tenho saco e não consigo fingir que tenho.

            Logo, como a hipocrisia e a falsidade não são drogas que me atraiam, eu sujo de gente tola, viro as costas, aperto o meu “delete” e não as busco na lixeira da minha desconsideração.

            Não é a gordura, a carne vermelha, a poluição e o álcool que lhe envelhecem: é a sua paciência mal investida, mal aplicada. Vale a pena ser paciente, mas depende do seu objetivo.

            É preciso viver, não levar a vida, é preciso simpatizar, não agüentar, é preciso querer, não suportar, enfim, é preciso conviver com quem tem afinidades com você e não tolerar a companhia de quem lhe irrita.

            Você pode tolerar pessoas desagradáveis quando seu salário depende disso, mas tolerar conhecido ou amigo fútil e irritante faz mal para a sua pele, não vale à pena. Ter afinidades com quem você convive é o segredo para uma tez bonita e um coração sadio.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 05 de março de 2012.