Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quinta-feira, 1 de março de 2012

Saudade II


            Saudade II
Eu sinto saudade do que nem me parecia tão bom. Creio que, amanhã, terei saudade do hoje, o que me faz pensar que o presente deve ser muito bem vivido para que, a saudade dele, valha a pena ser sentida.
O homem é um animal racional e saudoso, ele ama e se apega a pessoas, pensamentos, momentos e sonhos, logo, é natural que sinta saudade do que passou, afinal, o passado representa uma série de fatos, esperanças e expectativas que podem ter sido frustrados com o decurso do tempo.
            O passado é saudoso porque é “seguro”, ele não muda, é estagnado. Sentir saudade do que passou representa certo “receio” em relação ao presente e ao futuro, tempos tão incertos, mas os únicos válidos, posto que, apenas eles podem ser mudados, podem ser aprimorados.
            Todavia, quando o presente virar passado e o futuro virar presente o homem sentirá saudade. Existe sempre algo especial no que passou: um amor, uma companhia, a lealdade de um amigo, os planos, o trabalho, a esperança, a empolgação, a alegria, a ilusão. Triste o homem que não sente saudade, ele não viveu bons momentos e nunca foi feliz.
            Fato é que o homem só sente saudade do que lhe fez feliz, do que lhe fez sorrir, do que foi importante, ainda que, quando vivenciou tal momento, ele não lhe parecesse tão agradável e relevante. O futuro vem mostrar ao homem que seu passado foi mais importante e marcante do que ele previa. Sua vida, seus momentos e sentimentos tiveram relevância, marcaram sua alma, o que é, sem duvida, algo dadivoso.
            Não adianta fugir dos pensamentos que lhe trazem saudade, basta apenas viver momentos marcantes no presente, para que se tenha, no amanhã, bons motivos para se sentir saudade, afinal o homem sente saudade do passado independentemente de sua felicidade no presente. A saudade é inevitável na vida humana, mas, é preciso saber senti-la. O triste da saudade não é sua existência, mas a frustração que quem a sente pode ter.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 1º de março de 2012.

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