Sobre o verdadeiro pecado!

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"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Separação e "novo amor"


Separação e “novo amor”

Divorciar-se para enfrentar uma vida sozinha é um ato nobre e demasiado corajoso. Se conselhos pudessem ser dados eu diria: pense mil vezes antes de se separar, o que lhe irrita agora, poderá lhe fazer falta depois. Seja racional e nunca tome decisões quando estiver revoltado, a frieza é a mãe das boas decisões.
A separação tem fases e ela começa com a da revolta. Você se convence de que tudo que o outro fazia era chato e irritante, você quer uma vida diferente e espera que possa dar uma guinada na sua existência.
Você vai errar, cometer grandes mancadas até perceber que a vida não mudou tanto e que o outro não era “tão ruim assim”. Chega, pois, a fase da melancolia, na qual você vai se recordar dos bons momentos, vai superestimá-los e, por um tempo, esquecerá o mal que o outro lhe fez, afinal, se não tivesse lhe feito você não teria resolvido deixá-lo!
Na fase da saudade, você vai sofrer, vai até sentir ciúmes daquela pessoa que você mesmo rejeitou. Depois você volta a sentir raiva, porque a revolta lhe protege. Você vai se sentir melhor vendo o outro como o algoz da história do que como aquele que “não era perfeito” (mas, afinal quem é?) e essa afirmação aliada à perguntinha entre parênteses irão lhe torturar por um bom tempo.
Você sempre sai de um casamento com seqüelas. Existem coisas que você não vai suportar numa outra pessoa, existem coisas que você vai procurar insanamente. O fim de um casamento lhe torna incrivelmente exigente. Você já amou o suficiente para dividir a vida com alguém, mas não deu certo, então você perde alguns medos e ganha outros, afinal não existem ganhos, sem perdas.
Então, de uma forma ou outra, você percebe que é forte, que é muito forte e pode exigir bastante da vida, você descobre que solidão e frustração amorosa não são capazes de lhe matar. Doem, judiam, torturam, mas não matam. Você descobre que pode e deve lutar pelo que lhe faça plenamente feliz, sem manter o “mais ou menos”, pois é tolice se contentar com o razoável e ser infeliz.
O que uma pessoa que se separou pode dizer para quem pensa em divorciar-se? Pense, pense muito bem. Certifique-se que não resta mais nenhum amor, mais nenhuma admiração, mas, tenha certeza, que se você não encontrar um novo amor em breve, até os piores defeitos do outro vão lhe fazer suspirar com certa saudadezinha. Superável, se você for uma pessoa racional e decidida, claro.
Felizes são os que se separam e se apaixonam por outra pessoa. Eu não sou uma pessoa que possa afirmar, por experiência própria, que um novo amor cura a dor deixada pelo anterior, mas eu já vivi o suficiente para dizer, com toda a certeza, que sofre menos quem se separa e estabelece um romance em seguida. Eu não tive tal sorte, mas existem aqueles que a tem.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 05 de julho de 2012.

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