Sobre o verdadeiro pecado!

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"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

O "bye, bye" do amor

O "bye, bye" do amor

Quantos poetas, filósofos, psicólogos, psiquiatras e até mesmo neurocientistas tentaram conceituar o amor? Vários, inúmeros. A tentativa e até mesmo a possibilidade de cada pessoa dar um conceito pessoal para tal sentimento é humanamente compreensível, todavia, na sua essência o amor reúne uma série de fatores inexplicáveis que só quem ama sente e pode (ou tenta, sem lograr êxito) aferir e justificar.
Amar é admirar a pessoa apesar de seus defeitos, é continuar tendo paciência, tendo encanto e vendo magia no convívio com o outro mesmo quando ele age de forma contrária a nossas espectativas. Amar é aprender a ser tolerante, amar é tolerar os defeitos sem irritação, ou melhor, com menos irritação do que os que não amam.
Um dos sinais de que uma relação esta no fim, de que o amor findou, é quando o outro começa a se tornar irritante, quando, na verdade, continua sendo o que sempre foi, mas a falta da admiração, da intensidade, pois, do amor, faz com que vejamos o que antes era um "detalhezinho pouco agradável da personalidade alheia" como um imenso problema.
Amar é ver o outro ao lado e visualizar o amanha ao seu lado, é saber que apesar dos percalços é a sua parceria que nos satisfaz, o seu toque que nos conforta a sua mão que nos dá firmeza. Sem parceria, sem cumplicidade, sem boas risadas e algumas lágrimas juntos inexiste amor ou relacionamento amoroso que dure.
Parceria só para a cama? Se consegue uma por noite, via telefone, internet, ou saindo pra baladas. Parceria pra bebedeira e festas? É só chamar os "amigos" e bancar o "festerê". Parceria para dar força na carreira? Existem consultorias especializadas. Parceria só para desabafo? Existem os psicólogos. Parceria para dormir todas as noites e acordar feliz? Existem os ansiolíticos e antidepressivos.
A parceria entre pessoas que se amam inclui todas as espécies dela. O amante é o parceiro que nos completa na cama, nos alegra nas festas, nos acompanha nos programas "meia boca", no final de semana chuvoso ou ensolarado, que nos incentiva a crescer em nossa profissão, que nos ouve, compreende, mas que nem sempre nos dá paz para dormirmos e nem sempre nos deixa feliz. A felicidade é algo pessoal, amor e o ser amado não são remédios para nossas frustrações. São pessoas, seres humanos, complementos em nossas vidas (imperfeitos como nós), jamais "soluções".
Pode ser que um dia tenhamos raiva, que um dia sintamos vontade de deixar aquele que julgamos amar, pode ser que por alguns instantes queiramos sufoca-lo com um travesseiro. Crises? Briguinhas? Acontecem. O que não pode acontecer é o desgosto, a decepção, o sentir-se constantemente chateado com o outro, o perder a admiração ou a atração. Quando isso acontece, uma coisa é certa, o amor disse "bye, bye".

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 14 de novembro de 2008
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