Sobre o verdadeiro pecado!

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"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

terça-feira, 25 de novembro de 2008

A paz e a alma humana

A paz e a alma humana


Como pode o homem desejar da vida paz, tranqüilidade e calmaria? Como pode desejar permanente serenidade, alegria e sensação de auto-realização? A vida não propícia paz constante, a vida é movimento, situações inconstantes como o bater de nosso órgão vital.
Constante é aquilo que é parado: Um coração morto. O coração do homem vivo, tal qual tudo ao seu redor bate, se agita, ora lamenta, ora se reanima, ora se debate, se confunde, se perde de si mesmo. Lentamente bate, reflete, encontra a si mesmo e dentro dele, em seu intimo, as respostas para o que procura. E, assim sente paz, sente o gozo da alma, o sossego.
Não é tão possível ter paz na vida, como é possível ter paz de espírito. "Eu estou em paz comigo mesmo". A sensação de saber que se agiu com justiça, com equilíbrio, de acordo com a própria consciência (vez que, se Deus existe, é nela que ele habita), não tem preço, e seu mérito faz qualquer pessoa suspirar de alívio, de alegria, de exaltação.
Ora, mas o que seria um agir justo? Muitos filósofos já disseram, mas, distante deles eu digo, que agir com justiça é agir com uma proporcionalidade qualificada, é dar a cada ação uma reação, mais aprimorada, mais racional. É tentar, mesmo diante da adversidade não fazer ao outro o que não deseja para si. Não fingir "falso amor", não deixar o outro se iludir, não enganar, não dar falsas esperanças, não humilhar, não espezinhar. É possível agir sempre assim? Não, e é por isso que desejar da vida uma paz constante é algo impossível. É algo que vai além do ser, de ser humano.
O homem cria situações de adversidade, em especial porque o aprendeu, com sua cultura, a cultivar a culpa, a responsabilidade pelo que vai além de sua alma, o que o faz prende-lá e o impede de ser feliz. Alma tranqüila, alma feliz é alma livre, liberta de paradigmas inócuos.
Ninguém que é livre na alma e sincero no coração pode se sentir culpado quando, podendo, fez o possível para que a vida tomasse um rumo diferente. A culpa é típica de um ponto de vista de quem esta tentando fugir da alegria de ser feliz livre na alma, no espírito, livre para estar só ou acompanhado, mas para poder, ao deitar-se suspirar aliviado na boa companhia de uma consciência que procura, ao menos, descansar em paz.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 25 de novembro de 2008.

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