Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O promotor homicida



O promotor homicida
Existem coisas que me assustam, que apavoram, não apenas como advogada, mas como ser humano, como mulher que, um dia, quem sabe, será mãe. Como profissional do Direito atuante na área criminal talvez devesse me calar, mas, com as escusas de meus sócios e colegas manifesto minha indignação.Foi com lágrimas nos olhos que recebi a notícia de que o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo absolveu o promotor público que, em 2004, após um Luau matou um jovem e tentou matar outro porque “mexeram” com sua namorada.Com salário e posição profissional garantida o promotor homicida comemorou a decisão, ora, tirou a vida de um jovem que cometeu um ilícito: “Falar alguma besteira para sua namorada virginal”. Um homem desequilibrado, sem o mínimo de autocontrole teve sua absolvição dada por unanimidade pelos desembargadores paulistas, cuja coerência lógica de idéias me suscita desconfiança.Doze tiros dados contra os jovens, até onde se ouviu falar inexistem provas de que ele estaria na iminência de ser "tão" agredido a ponto de precisar efetuar excessivos disparos, guiado certamente por sua fúria. Legitima defesa? Poderia ter ocorrido, mas com 12 tiros? Não haveria, no mínimo um "excesso" nessa legítima defesa? Mas, absolvição!?Sinto pela mãe do jovem, sinto pela sociedade que sabe, no fundo que se o acusado fosse uma pessoa qualquer que ganha um salário mínimo e depende de Defensor Público e de seu nobre esforço restaria condenado.Condenado em Plenário de Júri, por quem afirma ser “Promotor de Justiça”, esta mesma profissão do cidadão que disparou 12 vezes contra rapazes, por um motivo tolo, por falta de controle de seus próprios atos, e, o que continua sendo lastimável: Continua em seu cargo. Que País é esse? Que ideal de justiça a sociedade brasileira pode ter?Que o povo tenha esperança, e que ela não morra jamais, ou, ao menos, não tão cedo como o jovem atleta que foi assassinado por quem, algum dia ousou afirmar que promove a “justiça”.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 26 de novembro de 2008.

Postado às 21:19.

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