Pegação
Quão rara esta a vontade de amar nos dias de hoje, a vontade de viver um amor puro, romântico sem ser triste, doce sem ser enjoativo, carnal sem ser vulgar, interativo ser monótono, simples sem perder o doce mistério que envolve duas pessoas que se desejam, e, bem ou mal, provém de mundos e vidas diferentes.
A maioria das pessoas quer amores descartáveis, aquilo que não se pode chamar de amor, mas de “pegação” (e é como, de fato chamam). Hoje o “Fulano pega a Sicrana, que ontem pegou o Beltrano”. Pegar é transar, é sair com o intuito de fazer sexo, é encontrar na balada, conversar um pouquinho e acabar num motel.
É ir embora sem ter ganhado em sentimento, sem ter trocado afeto e quiçá um bom diálogo, é ir pra casa com a certeza (ou quase certeza) de um orgasmo que findou com a relação (?) entabulada. E assim o verbo amar, respeitar, a conjunção “querer ter alguém” vai ficando de lado, as pessoas vão se acostumam a serem e terem todos sem doar o coração a ninguém. E, muitas vezes quando desejam faze-lo, perdidos que estão no mundo da liberdade que virou libertinagem, não encontram o que desejam. Seguem a sós.
O vazio vai predominando, e aqueles poucos que ainda desejam viver um amor, gozar um amor e não apenas uma relação de cama e simpatia vão se tornando exceções, vão sendo os “insanos” no mundo das facilidades, do sexo fácil, das pessoas descartáveis, onde o risco esta no fato de que, na medida em que se descarta a possibilidade de vivenciar relações sérias, os homens acabam por descartar e malbaratar a própria dignidade.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 26 de novembro de 2008.
Quão rara esta a vontade de amar nos dias de hoje, a vontade de viver um amor puro, romântico sem ser triste, doce sem ser enjoativo, carnal sem ser vulgar, interativo ser monótono, simples sem perder o doce mistério que envolve duas pessoas que se desejam, e, bem ou mal, provém de mundos e vidas diferentes.
A maioria das pessoas quer amores descartáveis, aquilo que não se pode chamar de amor, mas de “pegação” (e é como, de fato chamam). Hoje o “Fulano pega a Sicrana, que ontem pegou o Beltrano”. Pegar é transar, é sair com o intuito de fazer sexo, é encontrar na balada, conversar um pouquinho e acabar num motel.
É ir embora sem ter ganhado em sentimento, sem ter trocado afeto e quiçá um bom diálogo, é ir pra casa com a certeza (ou quase certeza) de um orgasmo que findou com a relação (?) entabulada. E assim o verbo amar, respeitar, a conjunção “querer ter alguém” vai ficando de lado, as pessoas vão se acostumam a serem e terem todos sem doar o coração a ninguém. E, muitas vezes quando desejam faze-lo, perdidos que estão no mundo da liberdade que virou libertinagem, não encontram o que desejam. Seguem a sós.
O vazio vai predominando, e aqueles poucos que ainda desejam viver um amor, gozar um amor e não apenas uma relação de cama e simpatia vão se tornando exceções, vão sendo os “insanos” no mundo das facilidades, do sexo fácil, das pessoas descartáveis, onde o risco esta no fato de que, na medida em que se descarta a possibilidade de vivenciar relações sérias, os homens acabam por descartar e malbaratar a própria dignidade.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 26 de novembro de 2008.
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