Falar
Ora, mas por que eu "devo ter" vergonha de admitir minhas fraquezas, meus males e as limitações que a vida me impôs, contrariando o meu arbítrio, das pessoas que me cercam?
Terei que ser uma pessoa orgulhosa e arrogante, além de hipócrita e medrosa, para sair escondendo dos outros a verdade a respeito dos males que me afligem?
Tudo bem, eu concordo que não preciso anunciá-los na rádio mais popular da cidade, mas também não preciso fazer segredo. Ninguém paga minhas contas, as consultas ao meu psicanalista, meus remédios, minha comida, nem nada assemelhado.
Não devo nada a ninguém, logo, falo o que quero, para quem me aprouver falar, afinal, posso ser tudo, menos burra.
Sei muito bem quem vai me criticar, quem vai fazer pouco caso do que vou contar, quem vai dar outra conotação as minhas palavras, quem vai sair espalhando o que ouviu com “adendos” mentirosos visando macular a minha moral, enfim, eu conheço a maldade humana.
Eu posso ter algum probleminha psíquico, mas não sou mentecapta, muito pelo contrário, no que tange a inteligência os meus recursos mentais são super ligeiros e bem dotados.
Logo, eu também sei que o silencio é muito interessante, mas o desabafo é uma terapia natural e gratuita.
Quando você compartilha algo, tira um fardo de seus ombros, independente de quem seja o seu interlocutor. A vida ensina que às vezes o remédio esta em, simplesmente, falar.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 1º de outubro de 2012.