Sobre o verdadeiro pecado!

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"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

terça-feira, 4 de setembro de 2012

A ficção do "tarde demais"

A ficção do "tarde demais" 

 O decurso do tempo que faz uma fruta perecer, faz o sabor do vinho se acentuar. O mesmo tempo que trás rugas na face dos pais chega aos filhos, trazendo maturidade e novas responsabilidades. O tempo que relativiza a beleza jovial engrandece e enobrece a alma do individuo que amadurece. Na vida humana não existe o "tarde". 
Nunca é tarde para mudar, nunca é tarde para pedir perdão, nunca é tarde para amar e para entregar o coração que se manteve em silêncio quando o "tarde" era cedo, ou era, simplesmente o "momento inadequado". Realmente as oportunidades passam, as oportunidades não voltam. Mas, esta no livre arbítrio do homem a busca para concertar os lapsos do passado, distante ou próximo e criar novas chances, novas oportunidades. 
Como na culinária, na vida humana nada se perde porque o tempo transcorreu. É possível engrossar o molho, é possível suavizar o sabor salgado da comida, é possível fazer omelete dos ovos, é possível fazer geléia com as uvas maduras, rabanadas com o pão envelhecido, basta certa inteligência e criatividade. Para o homem bastará sensibilidade e coragem para agir e mudar a situação que, possivelmente tenha criado. 
O que é inaceitável é a afirmação de que não se pode fazer nada para mudar as circunstâncias, ou a si mesmo, afirmando, ao tratar de seu gênio, por exemplo, que "sempre fui assim, este é meu jeito". Se a pessoa justifica sua forma de agir é porque possui ciência que pode ser diferente e, quiçá, melhor, o problema é que a tarefa de evoluir requer que responsabilidades sejam assumidas e muita coragem para correr riscos. 
O homem é "Deus" para sua vida, as chances lhes são dadas, depende dele mudar, agir e assumir a imensa responsabilidade que tem pela sua felicidade. Nunca é tarde para ser feliz, o tarde não existe, é apenas mais uma barreira que o negativista impõe-se: "Tarde demais", por que, na vida, é muito mais fácil cruzar os braços, chorar e se conformar do que ir adiante, agir, forçar a cicatrização de feridas enquanto se tenta recuperar o que foi "perdido". A situação implica em não lamuriar pelo leite derramado, mas em limpar a sujeira sem reclamações inúteis. 
Com garra e vontade nada jamais será perdido. Abaixo do céu e acima da terra sempre haverá formas de conseguir o que se deseja. A impossibilidade só existe para o corpo sem vida, para o qual não há mais possibilidade de amar, de perdoar e de ser perdoado. Se o "tarde demais" existe é ele ocorre apenas uma vez na vida humana e se dá no momento pelo qual, quem sentiu e passou jamais pôde contar - a morte.
Passo Fundo, 04 de setembro de 2012.
Cláudia de Marchi

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