As fases pós- separação
As pessoas se conhecem, se encantam, se amam, namoram, casam e, eventualmente se separam. A separação é algo triste e lamentável independente do motivo que a baseou. De regra existem fases psicológicas que a grande maioria dos separados passa.
A primeira é a do “susto”, muda a realidade, muda a vida. O “susto” nos impulsiona a fazer o que não fazíamos quando casados. Viajar, ler, estudar línguas, beber mais ou menos, comer melhor ou pior, sair, dançar, fazer uma tatuagem, ou até mesmo uma modificação corpórea.
A fase do susto anda junto com a fase da ira. Culpa? Do outro, é claro. O outro que nos prejudicou, o outro que não nos valorizou, o outro que nos deixou mal, o outro que foi egoísta, o outro que é insensível, o outro, o outro, o outro apenas ele errou e nós fomos as “vítimas” injustiçadas e frágeis.
Depois de algum tempo vem a fase em que, de tanto negarmos nossa responsabilidade – por mais ínfima que seja- nos convencemos de que fomos muito mal casados, de que nosso parceiro nada valia para nós e passamos a procurar um novo amor, ou simplesmente, a cuidar mais de nós mesmos psíquica, física e afetivamente, com ou sem companhia. De tanto enganar nosso próprio coração nos convencemos que o outro foi um cisco nos olhos de nosso coração.
Aliás, convém dizer que são os menos bem resolvidos com o fim da relação que logo após “engatam” um relacionamento sério ou “quase sério”. Quem esta de bem consigo não acelera nada, quem procura alguém e coloca alguém em sua vida rapidamente é, de regra, quem menos superou o amor perdido e a dor do coração partido. Eles agem como se outra pessoa em suas vidas fosse ser um “bandaid” para seu coração partido.
Depois de superada a revolta e a convicção da “culpa do outro” começa a fase boa da mea culpa. Esta é a fase em que apenas as pessoas maduras chegam, e chegam bem. Eis o momento em que paramos de atribuir apenas ao outro a culpa pelo fim de nosso relacionamento. Claro que analisar a nossa responsabilidade não exime a do outro, mas nos ajuda a amadurecer para não errarmos novamente em outro relacionamento. Quem não tem essa fase não aprende jamais, não amadurece, apenas finge que cresceu.
Após alisarmos que não fomos tão perfeitos, que não tivemos tanta paciência, que deixamos a raiva nos descontrolar por banalidades, que não dialogamos com calma quando podíamos, que não falamos carinhosamente o que dissemos gritando, quando, enfim, vemos as nossas falhas estamos finalmente aptos a amar novamente.
E, lamento informar: A amar outra pessoa ou a mesma, tudo depende do amor que existia ou que ainda existe, mas o fato é que o amor sozinho não basta, é preciso muita paciência e compreensão para qualquer relacionamento a dois dar certo. O que importa é não perder a esperança e a crença no amor e na mágica que ele faz ao nosso redor.
Cláudia de Marchi
Wonderland, 18 de julho de 2010.
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