Não me solicite.
Definitivamente: Não me solicite. Pedidos românticos e íntimos têm o condão de me afastar, me enjoar, me causam repugnância, me assustam! Gosto de tudo (benzadeus!) o que é bom no meu sentir, mas odeio que me peçam qualquer coisa.
Gosto de pessoas que me deixam livre, que respeitam minha liberdade, inclusive a de meus inspirados desejos. Começou a pedir, a solicitar, a expressar em palavras o que tem que ser feito em atos pode me dizer “tchau”. Se eu não sumir na hora, sumirei silenciosamente depois.
Não gosto de saber o que querem de mim porque passo a ver a pessoa e o seu anseio como limitados. E eu odeio limites, odeio pessoas limitadas. O ato de pedir, de solicitar indica limitação. Quem não tem limites sabe o que deve ser dito e, principalmente o que não precisa ser dito, mas apenas conquistado tacitamente. Sem pressa, sem expressão verbal.
Tenho aversão a solicitações, a súplicas e aqueles que as fazem. Crio-me, cresço e me solto com pessoas que me deixam livres, que agem mais do que falam, que não pedem o que não deve ser pedido, mas que pode ser feito. Deve ser feito sem expressão verbal, apenas no silêncio dos atos.
Cada pessoa com suas peculiaridades, cada qual com sua sanidade, cada qual com sua boa parte de loucura. Começou a me pedir algo, começou a se fazer de vitima carente e a exagerar no romance em prol de algum desejo? Tchau, to indo e não volto mais. Não me solicite que você me ganha, me peça que você me perde. Simples assim.
Cláudia de Marchi
Wonderland, 03 de julho de 2010.
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