A dor sem remédio
Há uns meses atrás fiz uma cirurgia e encarei 48 horas de morfina. Quando tenho dor na coluna lombar vem minha mãe com analgésico e relaxante muscular, às vezes um antiinflamatório, me dá os remedinhos como se fossem balinhas para crianças. Outro dia cai um tombo de cinema dentro de um elevador e só com relaxante muscular consegui dormir.
Mas existem dias em que a gente queria poder ir à farmácia mais próxima e comprar um remedinho que não esta a venda, não, não me refiro a remédios vendidos sob prescrição médica unicamente. Seria fácil, também se pudéssemos ir a um médico e pedir uma receita do bendito remédio que não existe.
O problema, na verdade é que para este mal que ás vezes nos acomete não existe remédio. Não existe analgésico para a dor no coração, no coração magoado, ferido, humilhado ou vilipendiado, não existe remédio para a dor do coração que ama e se fere, que agüenta as alfinetadas cruéis da solidão ou da ofensa.
A dor emocional é irremediável exige apenas nossa boa vontade, nossa paciência, nosso pensamento positivo. Ainda assim ela não passa facilmente, às vezes precisamos suportá-la por muito mais tempo do que o que desejamos. Podemos nos distrair, sair, viajar, dançar, beber, ela volta a nos infernizar no silêncio de nosso quarto, no fechar os olhos para tentar dormir e deixar mais uma noite infeliz passar.
Seria bom se existisse um elixir para o nosso coração partido à venda em alguma farmácia, seria muito bom poder tomar algo que tirasse nossa dor, nossa ansiedade, nossa alma que arde queimada pela tristeza, fúria, raiva ou mágoa. Seria muito bom, mas não existe. Lamento, mas a dor da alma é suportável apenas por corajosos, os que não são inventam fugas demasiado perigosas que a amenizam, mas complicam ainda mais suas vidas.
Cláudia de Marchi
Há uns meses atrás fiz uma cirurgia e encarei 48 horas de morfina. Quando tenho dor na coluna lombar vem minha mãe com analgésico e relaxante muscular, às vezes um antiinflamatório, me dá os remedinhos como se fossem balinhas para crianças. Outro dia cai um tombo de cinema dentro de um elevador e só com relaxante muscular consegui dormir.
Mas existem dias em que a gente queria poder ir à farmácia mais próxima e comprar um remedinho que não esta a venda, não, não me refiro a remédios vendidos sob prescrição médica unicamente. Seria fácil, também se pudéssemos ir a um médico e pedir uma receita do bendito remédio que não existe.
O problema, na verdade é que para este mal que ás vezes nos acomete não existe remédio. Não existe analgésico para a dor no coração, no coração magoado, ferido, humilhado ou vilipendiado, não existe remédio para a dor do coração que ama e se fere, que agüenta as alfinetadas cruéis da solidão ou da ofensa.
A dor emocional é irremediável exige apenas nossa boa vontade, nossa paciência, nosso pensamento positivo. Ainda assim ela não passa facilmente, às vezes precisamos suportá-la por muito mais tempo do que o que desejamos. Podemos nos distrair, sair, viajar, dançar, beber, ela volta a nos infernizar no silêncio de nosso quarto, no fechar os olhos para tentar dormir e deixar mais uma noite infeliz passar.
Seria bom se existisse um elixir para o nosso coração partido à venda em alguma farmácia, seria muito bom poder tomar algo que tirasse nossa dor, nossa ansiedade, nossa alma que arde queimada pela tristeza, fúria, raiva ou mágoa. Seria muito bom, mas não existe. Lamento, mas a dor da alma é suportável apenas por corajosos, os que não são inventam fugas demasiado perigosas que a amenizam, mas complicam ainda mais suas vidas.
Cláudia de Marchi
Wonderland, 12 de julho de 2010.
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