Reinício.
Pela segunda vez eu precisei tomar uma grande decisão na minha vida afetiva. Façam o que eu digo, não façam o que eu faço: Eu fui (e sou) aquela que apregoa que quem te faz chorar e sofrer não merece uma segunda chance, ou uma terceira. Mas, será que eu, ou você, por nossas falhas e imperfeições, um dia não fizemos ou não faremos alguém chorar ou se ferir?
Bem, diante de mim mesma, diante do espelho que coloquei diante de minha alma eu vi meus erros de mulher mimada, meus erros de pessoa romântica que não gosta de ser contrariada, minhas falhas de ser humano errante e cheio de defeitos. Sim, não os nego, não mais.
Vi que não estaria dando uma chance a outrem, mas a mim mesma, vi que eu mereço tentar ser melhor, que eu mereço tentar amadurecer longe, infelizmente de quem sempre me deu guarida e me superprotegeu. A vida real exige nosso brio, nossa coragem, não teremos ninguém para nos proteger ou fazer aquilo que não temos vontade a todo instante em nosso lugar.
Eu sei que tudo será diferente, eu sei que a vida real e adulta exige que escolhamos algo e renunciemos a outras coisas, inclusive a outras pessoas. Pessoas que nos amam, pessoas que amamos, mas que não poderão permanecer presente o tempo todo em nossa vida, eis um fato que a maioria das pessoas encara sem dificuldade, filhas únicas, superprotegidas e mimadas precisam sofrer muito para aprender isso, infelizmente.
Não é fácil tomar algumas decisões, todavia difícil mesmo é sofrer com a consciência da própria imperfeição, dos próprios erros e com a certeza de que a dor ensina demais, e quem garante que o outro ali do lado não aprendeu demais em sua agrura interior? É preciso tentar para saber, é preciso oportunizar a si mesmo um reinício a sós, sem família, sem mãe, sem ninguém que de tanto querer nosso bem e desejar nos ajudar pode virar uma barreira a nossa própria evolução.
Cláudia de Marchi
Wonderland, 20 de julho de 2010.
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