Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quarta-feira, 23 de março de 2011

Eu e o psiquiatra.

Eu e o psiquiatra
Eu tenho sérias dificuldades para lidar com as frustrações. São problemas íntimos de filha única, sempre “exigida”, sempre sozinha, sempre paparicada e sempre muito bem amada. Hoje, pois, sem ninguém para amar, sem trabalho, sem ter onde focar meu imenso mar de energia psíquica resolvi ir a um médico, afinal desde a quarta-feira de cinzas uma maldita dor me cortava o coração.
As perguntas de sempre: relacionamentos, ex-marido, mãe, família, trabalho, escola, e pai. Este magnífico ser sorridente e ausente que Deus colocou em minha vida para eu chamá-lo de “meu”. Eis que, eu choro. Choro muito. Não sei onde esteve meu pai em todos estes anos difíceis que tive, não sei o que é um ombro de pai após a tomada de uma decisão que fez sangrar minha alma um pouco, ou muito. Já nem me recordo mais.
Mas hoje, analisando com o médico que não tenho nenhuma anormalidade de humor, pelo contrário, apenas uma ansiedade causada por problemas afetivos e frustrações, eu pude perceber que, quem realmente deveria procurar tratamento, não vai. Acha-se além e acima de qualquer problema.
Psiquiatras e psicólogos não são para loucos, talvez eles ajudem você, que não sabe aceitar a vida, as diferenças, que não sabe dizer não, que não sabe se posicionar com hombridade, ou se posiciona de tal forma, que machuca a todos, como se fosse Jesus Cristo encarnado a agir com mais maleabilidade e compaixão, a ser franco sem ser letal, e a ser pacifico sem ser covarde e patético.
São os que se julgam “certos” e “normais” que, muitas vezes, acabam com as forças psíquicas, acabam com a energia, com o ânimo e até com a alegria dos que são um pouco mais “normais”. Vida, cada um cuida da sua, escolhas cada um faz as suas, e se faz, nunca é com más intenções, pelo contrário, as pessoas escolhem o que lhes parece bom, ainda que paguem o alto preço da desilusão.
No meu caso, já estou até me acostumando com as frustrações, tenho até um remedinho na bolsa contra a sensação angustiante e dolorosa que elas me causam. Fazer o que se a fase esta pesada a tal ponto, se meus chutes são tão errados que se eu fosse jogador de futebol seria queimado em praça pública? Na verdade, na verdade, me recolhi e desisti de arriscar e de chutar, vou guardar meu coração a sete chaves e jogar a chave fora. Ou melhor, já fiz isso hoje à tarde. Eu desisti.
Quem vai pagar o preço da desilusão, ou qualquer outro, enfim, é quem escolhe. Perfeito ninguém é para julgar, com cátedra, pessoa alguma. Ademais, ninguém vive por ninguém, logo, ninguém tem o direito de interferir na vida alheia e tornar insanos os instintos de quem quer, apenas, viver. Viver bem e alegremente.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 24 de março de 2011.

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