Sustos noturnos
A noite me assusta. Ou melhor, a postura das pessoas na noite me assusta e, até mesmo, me afugenta. Aquela busca insana por um olhar, por um sorriso, aquelas conversas mal estabelecidas em meio a muito barulho e ao fervor de hormônios sexuais, me causa estranheza.
Eu gosto de gente. Eu gosto de conversar. Adoro dar risada e interagir, mas não é sexo que busco quando eu saio. É a boa, simples e velha diversão, esquecida no mundo dos corações carentes e dos corpos insanos por calor. Calor fugaz, relações fugazes, entrega nula.
Não poucas vezes duvidei de minha normalidade, mas hoje me aceito. Sou antinômica, não sou óbvia, sou mais misteriosa do que eu mesma possa saber, mas, como diria a Rita Lee, “não sou freira, nem sou puta”. É só isso que posso garantir ao meu respeito.
Eu sei o que quero, e, com certeza, é algo que vai muito além do que se encontra na penumbra com corpos expostos e sedentos de tudo, de quase tudo, ao menos, claro, por uma noite. No outro dia “tudo” é nada, e o nada volta a valer o que realmente vale: nada.
E, assim, apavorada com as noites de “caçada” humana sigo a minha estranha vida de solteira. Uma vida com a qual, ainda não me adaptei, uma vida que parece que não foi feita para mim, nem eu para ela. Eu admito: Eu trocaria todas minhas noites de diversão em mesa de bar, por noites de diversão acompanhada por quem admira mais as palavras e os pensamentos do que a boca ou o sorriso. Trocaria, com certeza.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 17 de março de 2011.
Eu gosto de gente. Eu gosto de conversar. Adoro dar risada e interagir, mas não é sexo que busco quando eu saio. É a boa, simples e velha diversão, esquecida no mundo dos corações carentes e dos corpos insanos por calor. Calor fugaz, relações fugazes, entrega nula.
Não poucas vezes duvidei de minha normalidade, mas hoje me aceito. Sou antinômica, não sou óbvia, sou mais misteriosa do que eu mesma possa saber, mas, como diria a Rita Lee, “não sou freira, nem sou puta”. É só isso que posso garantir ao meu respeito.
Eu sei o que quero, e, com certeza, é algo que vai muito além do que se encontra na penumbra com corpos expostos e sedentos de tudo, de quase tudo, ao menos, claro, por uma noite. No outro dia “tudo” é nada, e o nada volta a valer o que realmente vale: nada.
E, assim, apavorada com as noites de “caçada” humana sigo a minha estranha vida de solteira. Uma vida com a qual, ainda não me adaptei, uma vida que parece que não foi feita para mim, nem eu para ela. Eu admito: Eu trocaria todas minhas noites de diversão em mesa de bar, por noites de diversão acompanhada por quem admira mais as palavras e os pensamentos do que a boca ou o sorriso. Trocaria, com certeza.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 17 de março de 2011.
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