Se o amor termina, ninguém tem culpa.
Não existe amor sem doação. De uma forma ou outra todos os amantes se entregam, mudam algum aspecto de suas vidas, revolucionam seus anseios, em muitos aspectos. Por outro lado, não existe amor com cobranças.
Amor é entrega, é uma boa dose de abdicação, de vontades “sem porquês”, de realizações racionalmente inexplicáveis. É difícil saber quando o amor termina, na verdade, o seu fim é verificado indiciariamente, por pequenos detalhes e mudanças.
Uma das quais se chama “cobranças”: no inicio se agia por espontaneidade, carinho, afeição, vontade, depois, quando se analisa todo o amor dado, todas as modificações realizadas, resta um amargor, um arrependimento, um sentimento vazio e um “vitimismo” inconseqüente.
Ninguém pede para ser amado. Ninguém requer a abdicação, as mudanças, a complacência ou o perdão. Quem ama, abdica, muda, cede e perdoa porque quer, porque ama.
O desamor, as frustrações, as decepções e qualquer espécie de dor não devem ser deméritos do (ex) amado. É preciso buscar o equilíbrio apesar da dor, é preciso buscar a racionalidade apesar da revolta: Foi você quem amou, foi você quem escolheu, todavia, escolhas nunca faltam, ainda que seja a desistência. De amor ninguém morre. Ninguém.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 16 de março de 2011.
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