Sobre o verdadeiro pecado!

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"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quarta-feira, 9 de março de 2011

Mal de quarta-feira de cinzas.

Mal de quarta-feira de cinzas.

De repente uma tristeza imensamente grande tomou conta de minha alma. O curioso é que eu não sei ao certo o motivo, mas sei que toda essa tristeza não se opõe a minha felicidade latente, mas a minha alegria costumeira.
De repente sinto um aperto realmente forte e doído no peito, uma vontade grande de chorar, mas, chorar de que jeito com tantas coisas para fazer? Borrar a maquiagem em pleno dia de trabalho não dá.
Então eu penso na noite. Ai, que vontade que caia a escuridão, que o lindo sol do dia se vá, porque hoje, definitivamente, ele não esta combinando comigo! Quero tirar o vestido azul, o batom rosado, quero me deitar e no conforto da minha cama chorar. Chorar muito para ver se o vazio diminui, se a dor passa. Vai passar, ela sempre passou.
Eu, triste? Eu que já chorei mais do que qualquer pessoa que conheço possa ter chorado, eu que já padeci com toda espécie de dor e desilusão, eu que vi meu mundo cair, minha vida perder o rumo, eu que perdi o chão debaixo de meus pés e consegui me recolocar em solo firme, depois de tudo, eu, triste? Não entendo, mas estou.
Deve ser mal de quarta-feira de cinzas. Deve ser mal de garota afobada, deve ser mal de quem já teve o coração estraçalhado, mas nunca se entregou a descrença do amor, deve ser mal de quem tem fé nos homens, deve ser mal de garota teimosa, deve ser mal de garota boba e meio carente, deve ser um mal qualquer. Um mal que me machuca, me confunde e me dói demais.
Mas, seja o que for que esta me doendo por dentro, vai passar. Quem passou por metade do que já passei na vida não se entrega jamais, menos ainda quem passou por tudo que passei. “Ela passou pelo que”? Jamais quero contar, ninguém precisa saber, mas sofri o suficiente para saber que qualquer coisa que me machuque é pouco e vai passar logo.
Eu preciso mesmo é da minha cama, do escuro, eu preciso mesmo é chorar, daí a alma lava e a alegria volta aos meus lábios que sorriem mesmo quando o coração se corta. Apesar da tristeza, o contentamento comigo mesma não passa. O que me dói é um descontentamento com o que não esta em mim e nem vem de mim.
É, deve ser mal de quarta-feira de cinzas, mas amanha o sol vai nascer lindamente e vai combinar comigo, amanha a minha alegria, já restabelecida, com ele, vai brilhar novamente. Amanha é outro dia e, tristeza na minha vida, se afina apenas com a quarta-feira de cinzas. Na quinta-feira ela já terá ido embora. E que chegue logo esta noite, minha cama e minhas lágrimas.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 09 de março de 2011.

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