“Nadas” vagando pela vida.
Quantos seres existem por ai que não passam de intérpretes na vida. Atores de um filme que nunca fará sucesso, atores de um filme que vai findar quando eles estiverem amargando o cachê da solidão e do desprezo alheio.
O que ganha uma pessoa que te engana? O que ganha uma pessoa de coração gélido, de alma fria, que interpreta um ser amável e, por algumas horas, te encanta? Nada, porque o resultado da interpretação comove no ato, mas a pessoa por trás dela desgosta sempre. Basta agir com sua frieza peculiar que o desgosto toma o lugar do encanto para nunca mais deixá-lo entrar.
Quantas pessoas existem por ai que vagam na posição de cidadãos bondosos, ponderados, educados e indulgentes, quando, na verdade, não passam de seres hipócritas, covardes, de atores em ação no palco da vida, de intérpretes que, por mais que tentem cativar certa platéia, jamais conseguirão conquistar o seu real e puro “bem querer”.
Se a alegria desses infelizes é interpretar um papel inquinado de amabilidade para, depois, mostrar seu real amargor e frieza afetiva, deixe-os viver. Infelizes são eles, que vivem num vácuo entre o que tentar parecer que são, e o que realmente são: “nadas” vagando pela vida.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 11 de março de 2011.
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