Não.
Chega um dia na vida de todo ser humano cordial, imerso em compaixão e muito bem educado que ele tem que aprender a dizer uma palavrinha básica e de muito efeito: não.
Dizer sim para tudo há muito tempo deixou de ser sinal de cordialidade, posso afirmar que tal atitude denota carência, pouca auto-estima, insegurança e, em alguns casos, orgulho: a pessoa quer se mostrar virtuosa, poderosa, teme e tem vergonha de dizer não, mesmo quando o “sim” lhe prejudica (a hipocrisia, então esta “solta no ar”).
É preciso dizer não aos pedidos dos filhos mesmo que eles chorem e se descabelem. O ser humano nasce com certo egoísmo, eles desejam ser satisfeitos a qualquer custo, ou apelam para a chantagem emocional, e ninguém duvida que o choro estridente é uma forma de manipulação inconsciente, certo?
Pais que dizem sim a todos os desejos dos filhos criam os psicopatas do futuro, dão vazão e força ao egoísmo inerente ao ser humano, tornando ele um adulto sem educação e realmente egoísta, do tipo que só se satisfaz quando tudo converge para a consecução de seus interesses.
É preciso dizer não ao pretendente quando ele insiste em algo que você não quer, é preciso dizer não ao namorado, a amiga, ao marido, sempre que o “sim” venha aviltar sua personalidade, seus sentimentos e forma de pensar.
É preciso dizer não até para si mesmo quando a razão aponta o resultado infeliz de algum sentimento ou atitude, mas a emoção teima em nos empurrar para algo pouco valioso que pode nos ferir. Dizer sim para tudo é a principal forma de falsidade, fraqueza de personalidade e hipocrisia. O “não” pode não ser agradável a quem ouve, mas, de regra, é sincero.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 26 de maio 2011.
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