Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

terça-feira, 31 de maio de 2011

Dr. House e o "quase".

Dr. House e o “quase”.


O personagem grandioso e polêmico que dá nome ao seriado do canal de TV a cabo Universal, Dr. Gregory House afirma que “quase morrer não muda nada, morrer muda tudo”, concordo, afinal os “quases” não implicam em modificação alguma em nossas vidas, eles se tornam apenas lições a serem aprendidas. Por quem quer, é claro.
Na vida afetiva da gente existem afirmativas pertinentes como: “quase amar não muda nada, amar muda tudo”. Ninguém se torna a mesma pessoa após ter amado e se entregado verdadeiramente a alguém e quem “quase” amou, não amou, quem “quase” se entregou, não se entregou.
Outra afirmativa que, apenas quem passou pela experiência, pode dizer é a seguinte: “casar não muda tudo, mas a separação muda” e não apenas o estado civil: a separação de um casal é a admissão publica e pessoal do fracasso de uma tentativa. E fracassar dói, a frustração machuca e arde até nos corações mais duros.
Você faz tudo para dar certo, doa seu tempo, sua dedicação, seu afeto, seus sonhos mais puros, sua carência – legado de sua frustração familiar, por exemplo-, sua paciência, sua alma e, de repente, por um motivo ou outro, mas nunca por uma razão vã, você se obriga a desistir.
Então recolhe seus planos frustrados, sua mágoa, suas lembranças boas e más, passa dias inertes onde uma força imensa lhe puxa para a cama e para uma crise de solidão, se afoga em toda espécie de drogas licitas, comete erros dos quais não pode se dar ao luxo de se arrepender para não ter que aumentar a dose dos remédios que lhe fazem dormir.
A graça de tudo é que você não “quase” amou, você amou e deu sua palavra, compartilhou sua vida e coração. Você sofre e “quase” morre de dor, mas não morre e o fato é que apenas “morrer muda tudo”, conforme a sabedoria impiedosa do House, logo, existindo vida, ainda há esperança e um coração que, um dia, vai se abrir para um novo amor, porque mesmo partido, ele não parou de bater. Quase parou, mas o “quase”, no final, não faz nenhuma diferença, será apenas mais uma experiência vivida.


Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 1º de junho de 2011.

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