E se o “por dentro” valesse mais?
E se ninguém soubesse fazer conta e dinheiro
comprasse coisas e não pessoas, quem estaria ao seu lado? Se você coloca sua
aparência ou poder aquisitivo antes do seu coração, conduta e inteligência,
resigne-se: você só atrairá gente interesseira, materialista e fútil. Se você
escolhe mulher pela bunda, será escolhido pelo bolso.
É a lei da vida, semelha atrai semelhante e fica
com gente semelhante! O fútil completa o fútil e o vazio faz companhia para o
vazio. Atitudes, postura, educação, doçura e não aparência rebocada, comprada e
fabricada devem encantar.
Assim como o "ser" deve encantar mais que
o "ter"! Ao menos num mundo onde se fale menos dos conceitos de
Cristo, mas se siga seu exemplo de profundidade enquanto ser humano. A pior e
mais abjeta pobreza é a do espírito. Essa que faz com que as pessoas olhem para
seus defeitos de forma cega, sem que se tornem mudos frente aos defeitos dos
outros.
Essa miserabilidade anímica que faz com que as
pessoas disseminem histórias mal contadas, que faz com que a criatura se
contente com a ostentação e não demostre nada de alma, nada de afeto, nada de
espírito. O dinheiro faz bem para quem já tem um espírito rico, os demais
continuarão miseráveis, só que abonados.
Vivemos numa sociedade de analfabetos funcionais e,
contra o "analfabetismo funcional" pensar sobre o que se lê é mais
essencial do que ler, questionar o que se ouve é mais essencial do que ouvir.
Existem religiosos fervorosos que são analfabetos
funcionais, existem juristas que também são, enfim em todas as áreas de estudo
existem os leitores analfabetos. São os que leem e não indagam, não questionam,
não refletem, não pensam a respeito e, consequentemente, não criticam.
Ser culto não significa ser técnico, ler muito, mas
pensar sobre e até colocar em dúvida o que ouve e lê, além dos próprios
pensamentos e convicções. Não há sabedoria sem dúvida. As pessoas mais sabias
duvidam mais, as mais tolas creem com mais convicção e se acham mais
conhecedoras de tudo! São traídas pela própria arrogância intelectual. Ah,
coitadas!
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 11 de setembro de 2015.
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