A ignorância opcional.
Posso parecer radical, mas eu acho que as pessoas
andam priorizando as coisas erradas ultimamente. Sei lá, futilidade demasiada!
Numa localidade em que inúmeras pessoas desprovidas de estudo e cultura
trabalharam árduo para enriquecer vejo isso com frequência!
O sujeito é ignorante, ganha dinheiro e, depois,
investe em si! Na aparência, nas roupas, na casa, no lazer, na melhor qualidade
da cerveja a ser bebida! Alguns exercitam um bom gosto admirável, mas, o que eu
mais me admiro, é que não investem em cultura útil.
Ganhar dinheiro e ficar bonito é prioridade,
estudar, aprender, adquirir cultura não. O mesmo e, até pior, ocorre com as
mulheres! Vê-se mulheres riquíssimas, umas pelo seu trabalho, outras por terem
casado “bem”, falando muito, muito errado e sem assunto aproveitável algum!
Terminar o segundo grau não querem, voltar a estudar não, fazer um curso
virtual de língua portuguesa também não.
Mas tempo para, praticamente, “fixar” residência na
academia de ginastica ou na mesa do esteticista ou cirurgião plástico elas têm
de sobra! Questão de prioridade, deduzo. Tem quem ache lindo ver uma pessoa
riquíssima falando tudo “erado” (sim, sem um “R”). Devem pensar algo como: “Que
belo, veio do nada!”.
Tipo aquele povo que achava belíssimo termos um
presidente semianalfabeto. Eu não admiro isso, não em 2015! Quando temos acesso
à informação, quando existem cursos virtuais, livros excelentes ao acesso dos
nossos dedos, tanto para serem lidos, como para serem adquiridos, a ignorância e
a ausência de cultura.
Não me apiedo e, menos ainda, me encanto com gente
ignorante, mas riquíssima, que prefere investir na aparência e não na essência,
em especial porque a pessoa se torna arrogante e demasiado fútil. Pessoas
desabastadas, mas ignorantes, ao menos são humildes no agir, pessoas
milionárias e ignorantes tendem a se tornar orgulhosas em suas pretensões.
Tornam-se aquele tipo de individuo que acha que o
dinheiro compra tudo e encanta a todos indiscriminadamente, afinal, na
sociedade em que vivemos, dinheiro representa muito. Existem pessoas que se
apaixonam pela outra por conta de seus “teres” e não de seu ser, infelizmente.
Vivemos na era do acesso a informação onde, ser
fútil, ser ignorante e “iletrado” tornou-se questão de escolha. Abjeta escolha
por sinal, assim como a daqueles que se rendem ao “encanto” meramente físico ou
material. Lamentável.
E se o novo padrão de "poder" fosse a
afabilidade, a honestidade e a bondade? E se a famosa "ostentação"
fosse de humildade, cultura, inteligência e humor? E se ao invés de exibirmos
nossos "teres, poderes e aparência" recolhêssemos nossos peitos para
dentro do decote, nosso traseiro para debaixo da saia e direcionamos o nosso
olhar para quem leva consigo o livro e não a chave da camionete importada?
E se os homens expusessem educação, cavalheirismo e
sabedoria ao invés de poder aquisitivo? O mesmo poder aquisitivo que faz
sucesso na zona ou com garotas de programa, mas não com quem não pretende
encontrar um "banco" ambulante, mas um homem com "h"!
Bem, se isso mudasse, com certeza as pessoas que
ganhassem dinheiro não investiriam apenas na sua aparência, mas no seu “eu”,
convictas que estariam de que grana é bom, mas não compra nada que venha do coração.
Compra ego e companhia medíocre, mas nada que valha a pena.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 1º de setembro de 2015.
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