Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

O ser humano e suas “fórmulas” tolas.


O ser humano e suas “fórmulas” tolas.
O ser humano adora “fórmulas”. Enfim, adora estigmatizar e reduzir a um nível demasiado simplista o que é complexo demais. E é complexo justamente por ser humano! Em qualquer estigma e preconceito existirá um tanto de razoável e outro tanto de equivoco e é aí que muita gente se “perde”. Se perde feio!
Não podemos negar que a regra pode englobar uma maioria, mas jamais poderemos incluir um mundo todo de pessoas em nossos tão limitados conceitos e preconceitos. Por exemplo, qual mulher bonita e inteligente nunca sentiu o “susto” que causa por ser culta e, enfim, ter um cérebro tão admirável quanto o rosto e corpo?
Parece que circula no imaginário estigmatizador, preconceituoso e burro dos seres humanos que onde entra peito bonito, bunda firme e rosto harmônico, fogem os neurônios! A mulher ser bonita e inteligente- pensam,- é quase impossível- e, se além disso gostar de sexo e for quente na cama, ah, então é um “milagre”!
Daí o homem pensa que tem que namorar, que tem que investir, apresentar pra família, porque não existem mulheres assim no mundo! O sujeito se empolga todo, não por amor, mas porque encontrou alguém que colocou por terra os seus preconceitos! E, assim, acaba fazendo uma grande confusão afetiva na sua vida e na da parceira.
Existe também aquela ideia tosca de que é só a mulher adequada aos padrões de beleza, magra e linda é que pode ser infiel ao marido ou ter inúmeros parceiros sexuais. Vulgarmente falando, só a mulher bonita pode agir imoralmente ou ser vulgar. Ledo engano! Primeiramente, “fogo” não tem nada a ver com estética, em segundo lugar, beleza não diminui moralidade e nem feiura a aumenta!
Da mesma forma, a mulherada tem as suas “nóias”: "Ai, amiga o fulano não é tão bonito, mas é gente boa, vou investir não parece ser cafajeste!"- diz a iludida que acha que só os morenos, altos, fortes, bonitos e sensuais vão lhe fazer de trouxa!
Fia, seguinte: assim como tem puta feia no mundo, tem cara feio que não presta! Beleza não indicia ausência de retidão de conduta, só disfarça com mais charme quando ela existe! Feiura, gordura, falta de estatura ou o que for não fazem de nenhum homem menos traste! Enfim, coloque os seus preconceitos inúteis no lixo, porque ele só irá lhe vitimar. Ou seja, lhe fazer passar por idiota!

Cláudia de Marchi

Dispa-se, conheça-se e aja!


 Dispa-se, conheça-se e aja!

A vida requer alguns atos essenciais para que sejamos felizes e tenhamos paz de espírito. Primeiramente, é necessário termos prioridades, ainda que as modifiquemos ao longo dos anos e das nossa vivências. Enfim, a vida requer que reconheçamos para nós mesmos, no silêncio que habita no nosso "eu", o que gostamos, desejamos e precisamos!
O que, enfim, nos faz um bem imenso e que, portanto, iremos priorizar. Todavia, para chegarmos à tal conclusão haveremos de nos desprender de qualquer dogma educacional, de qualquer valor que nos foi incutido pela educação e criação que tivemos e que, termina, unicamente nos fazendo agir de forma hipócrita e, consequentemente, frustrante.
Precisamos despir a nossa alma para nós mesmos. Precisamos separar dentro dela o que a ela pertence, ou melhor, o que é realmente nosso e o que não passa de “ecos” da nossa criação e, quiçá, de um conservadorismo demasiado. Enfim, precisamos ser humildes a ponto de assumirmos à nós mesmos a nossa própria vileza! Mas, acredite: agir desta forma e com tal humildade é o melhor passo que o ser humano pode dar em direção a felicidade e paz de espirito.
Da mesma forma, a vida requer contentamento! Enfim, devemos ter um "quê" de conformismo, de aceitarmos a nossa sorte sem demasiada revolta, irresignação ou "chororô". Se aliarmos a necessidade de termos prioridades ao contentamento, passamos ao que de essencial existe para que evoluamos na vida: atitude! Ou seja, aceitarmos o que não poderemos mudar, mas agirmos para buscarmos o que se tornou prioridade para nós!
No fundo não é tão complicado! Basta que tenhamos humildade de espírito e franqueza conosco mesmos para dizermos: "Deu, vou mudar de atitude!". Não há mistério, somente necessidade de se ter coragem e força de vontade! Lógica, enfim! (Fato é que precisamos da lógica até para termos felicidade, porque usar a "máscara da alegria constante" pode enganar aos outros, mas não nos modifica ou faz, realmente, felizes!).

Cláudia de Marchi

Opiniões, conclusões, histórias e vidas diferentes.

 Opiniões, conclusões, histórias e vidas diferentes.
No fundo, todas as opiniões e conclusões as quais o homem chega, são reflexos de seus anseios, de sua postura, de seu caráter, de seus problemas, de seus recalques e até mesmo de seus segredos. Pergunte a um politico que desvia verba publica destinada à saúde se o dinheiro desviado irá satisfazer a sua ganância até o fim da sua vida, pergunte também, ao marido e pai de família que perdeu a esposa por falta de leito hospitalar e atendimento adequado se o mesmo tivesse existido e feito sua mulher recuperar a saúde, quão grande seria a diferença na sua vida e nas de seus filhos, agora, órfãos de mãe.
Pergunte para o filho do trabalhador que estudou em escola publica a vida inteira se o seu sonho de cursar Medicina numa universidade federal não seria realizado sem tanto sofrimento se, ao invés dos governantes desviarem verbas publicas, tivessem investido na qualidade de ensino das escolas estaduais e municipais.
Pergunte ao filho problemático do deputado corrupto se ele não trocaria a vida cercada de hipocrisia, o carro importado, o apartamento na capital do seu Estado, a mesada, as consultas a psicanalista, os ansiolíticos e a vaga na universidade federal em que estuda, por uma infância alegre com um pai presente e afetivo.
Pergunte a mulher sem seletividade para parceiros sexuais o que ela pensa da acompanhante (garota de programa) de luxo. Agora, pergunte a garota de programa o que ela pensa da jovem baladeira que transa de graça com um homem diferente por final de semana ou da mulher “madura” que transa e se apaixona por homens idiotas e egoístas.
Pergunte ao pobre cliente de um advogado do interior, que assinou contrato de honorários com clausula leonina, se meio salario mínimo por mês não faria uma boa diferença na sua vida financeira e no sustento de sua família. Agora, pergunte ao advogado, que adora ostentar, se meio salario mínimo lhe sustenta num final de semana de bebedeira e se esse meio salario paga 100 ml do perfume importado que a sua namorada usa.
Pergunte ao quarentão divorciado e pai de duas filhas o que ele acha da sua mania de usar palavrinhas doces e se fazer de “hiper-mega bem-sucedido” para atrair mulheres bonitas para o seu quarto de hotel. Agora, pergunte a filha mais velha o que ela acha da conduta do pai e, mais tarde, quando ela for uma mulher jovem, pergunte ao seu pai o que ele acha de ir visitar a filha e encontrá-la magra e sofrendo porque “cruzou” com um babaca como ele foi com outras mulheres a sua vida inteira.
Respostas diferentes não é? Afinal, o que você pensa, meu bem, é só o que você pensa! Não é uma verdade inquestionável ou imutável. Agora, existe algo que você e todos os seres humanos do mundo precisam aprender: a ter empatia! A se colocar no lugar do outro e a não se superestimar em demasia, porque, no final, você é só mais um ser errante num mundo errante!
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 1º de março de 2016.

Tempos difíceis para quem pensa!

Tempos difíceis para quem pensa!
Estava eu, ontem à noite, passando pela sala para pegar suco na cozinha e tomar o meu remédio para sinusite e resolvi parar, pois ouvi/vi que a Rede Globo fez uma pesquisa sobre a opinião do povo acerca do apartamento no Guarujá e do sítio em Atibaia que seriam do ex-presidente Lula. A pesquisa pelo que vi indagava se as pessoas acham que houve favorecimento do dito cujo político e tal, algo assim.
É sério isso? A opinião do povo interessa a que numa investigação que até agora não se concluiu com nítidas provas e denúncia judicial? Caraca! Essa Globo está em ostensiva campanha anti governo/"situação"! Não estou sequer questionando a sua honestidade, porque esse governo não merece a minha defesa, mas gente essa mídia tendenciosa tá feia demais!
E os outros escândalos que estão acontecendo direto por aí não ganham manchete por quê? Gente, a função da mídia deveria ser informar e não manipular (deveria ser, repito!). Menos ainda noticiar pesquisa inútil! Que a Polícia Federal, o MP Federal e cia. provem cabalmente tais fatos e, após, que a informações sejam repassadas imparcialmente ao povo.
Condenem o Lula, afinal ele não tem mais nenhuma imunidade! Simples! Mas parem com essa tendenciosidade ridícula demostrada até através de consulta de opinião transmitida no "horário nobre" do canal no domingo! Processo "espetáculo", a gente vê por aqui! Punição que é bom, nada! Provas irrefutáveis que é bom, nada ainda!
Brasileiro colocando a culpa no PT pelo valor do ICMS, IPTU e IPVA têm aos montes né?! Povo desinformado que nem sabe qual ente estatal estabelece a alíquota e recolhe tributos existe em todo lugar! Todos juízes, todos tendo o Moro, o Aécio, o fascista, digo, o Bolsonaro e o Roberto Marinho como alter ego.
Bem, povo que assiste a Rede Globo, não abre um livro e nem lê sites com notícias que se distinguiam daquilo que querem saber só pode ser assim mesmo, enfim pratica um silogismo ilógico e nada pratico: eu quero provar tal coisa, então eu puxo o fato A ao fato B para que o resultado seja aquele que eu anseio demostrar! Arre, vergonha da mediocridade intelectual desse povo! Bem, remédio tomado vou assistir um filme para não ir dormir com vergonha da família Marinho! Exemplo de honestidade e retidão de conduta, inclusive. (Aham, aham!).
São tempos difíceis para quem não é cego, não se faz de cego ou de otário, não é partidário, não é obcecado, não é ignorante, não é teleguiado, não é massa de manobra da imprensa elitista, não é elitista, não é estupido, não lucra com a desonestidade! Ah, meu amigo!
São tempos difíceis para quem tem senso crítico, pois, se me causa indigestão os problemas atuais do governo no País, me causa, igual náusea, a indignação seletiva do rico e, principalmente, do pobre de direita que acha que é a primeira vez que a corrupção atravanca o progresso do País. Afinal, é isso que a mídia deseja que pensem!
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 29 de fevereiro de 2016.

Demagogos contra demagogia.


Demagogos contra demagogia.
E, pelo sim ou pelo não, pelo talvez ou pela certeza, pela realidade ou pela possibilidade eu só quero que você saiba que não carece parecer bom, seguir "cartilhas", ser socialmente admirável, ser aparentemente correto ou "possivelmente" do bem: carece ser bom, carece ser justo, carece não se resignar frente a injustiças, carece querer o bem e ter o bem dentro de si!
Afora o seu coração, a sua alma e a sua essência, nada demonstra excelência ou bondade, porque, no fundo, tudo o que aparenta não é e nada significa! Você é aquilo que de bom pulsa em você, aquilo que poucos veem ou se interessam em ver! Você é aquilo que você sente quando ninguém lhe analisa. Nem você mesmo!
Fato é que, neste mundo, as pessoas mentem sobre a própria condição social, status, trabalho, sentimentos, moralidade e depois reclamam da desonestidade alheia e do governo! Enfim, as pessoas usam máscaras cientes de que estão demonstrando ao mundo algo que não são, porém adoram cobrar a honestidade alheia e apedrejar aos mentirosos. Elas podem mentir, mas não podem ser enganadas, elas podem ser demagogas, mas não suportam a demagogia alheia.
"Um casamento precisa de filhos para ser feliz!". Me disse anteontem um quarentão super gato, bem sucedido, que mora no litoral, divorciado, cujo filho reside com a mãe há mais de 1500 Km de distância dele, tentando ser "fofo" para me conquistar e me convencer a aceitar sua visita na cidade onde moro! Resultado? Bloqueei do face ao WhatsApp sem pestanejar ou justificar!
Ah, não gente! Não venham romantizar pro meu lado! Não venham com palavrinhas que contradizem a sua própria realidade. No caso: se filho torna o casamento melhor o sujeito está divorciado por quê? Francamente, tem gente que desafia a lógica e a inteligência da gente na vã tentativa de parecer melhor do que é.
Todo mundo achando linda as tais das perguntas, cuja foto está fazendo sucesso nas redes sociaism que um advogado escreveu para o casal de clientes que lhe procurou para se divorciar e acabaram desistindo e eu pergunto mentalmente a tal casal de desconhecidos: "Vocês desistiram do divórcio por amor mútuo ou por medo do novo? Essa decisão foi tomada por amor ou comodismo?”.
“Você será fiel ou vai flertar com quem achar atraente? O que você pode fazer para "salvar" seu casamento envolve "terceiras" pessoas? Vocês transam com paixão? Vocês sentem desejo um pelo outro?". A sociedade é muito hipócrita e é por isso que, parafraseando o Tiago, filho da minha linda amiga "dou um real pelo mundo"!
Dizem que sexo, tesão e etc. não "é tudo", mas traem, fantasiam com outras pessoas dentre outras coisas. "Tudo" nem o amor é num casamento: carece ter afinidades, tolerância, respeito, complacência! Mas entre o "não ser tudo" e "ser nada" existem uma grande diferença! Vejo casais descendo aos níveis mais sórdidos de respeito a si mesmo para "salvar" o casamento por puro comodismo e hipocrisia para assumir que a relação já terminou, só falta oficializar. Olha, francamente, essa visão romantizada de relacionamentos me assusta!
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 29 de fevereiro de 2016.

O feminismo e as atitudes femininas.

O feminismo e as atitudes femininas.
Cansei de ouvir de homens que sou "difícil demais para ser feminista", que eu deveria ser mais "liberal" e "moderna". Algumas mulheres já me disseram que sou "caseira" demais pra ser feminista, que eu deveria ser mais "baladeira" e tal!
Como se transar com 1, 5, 10 ou 500 mil homens determinasse o meu feminismo! Gente, o número de caras com quem já transei não tem nada a ver com minhas opiniões. Me acho boa demais pra transar de graça com os babacas que conheço por aí! Machistas, egoístas e arrogantes, inclusive! (Aliás, com alguns dos meus ex namorados se eu pudesse "destransar" eu "destransaria"!).
Curto rock e boa música, mas amo minha casa, quarto e filmes, não preciso estar na noite de bar em bar ou de cama em cama pra fazer apologia ao feminismo! Aliás, não preciso provar nada pra pessoa alguma e digo mais: mulherada, se valorize sim! Calcinha e sossego não é qualquer um que deve tirar o seu!
Se você souber que é gostosa, inteligente e bonita, não vai precisar de elogio de macho pra nada e, do jeito que anda o mundo, nada mais feminista do que se masturbar, se preservar e ser feliz! Gastar com depilação, lingerie, roupa, manicure, cabelo, make, perfume importado e saliva pra conversar é caro demais e tem cara que não vale o que você gasta pra fazer a unha do pé!
Na verdade, tem cara que não vale a acetona que você usa pra tirar o esmalte velho das unhas! O feminismo não tem nada a ver com você sair muito ou pouco, transar muito ou não, ser celibatária ou puta, ser prostituta ou médica, ser desembargadora, ministra ou gari.
A sua profissão, a sua libido, o seu apreço por festanças em nada se relacionam com ser feminista. Na verdade é o machismo que deseja influenciar as mulheres para que elas demonstrem o seu feminismo sendo libertinas e transando a torto e a direito por aí! Não caia nessa criatura!
Aliás, numa noite dessas cheguei do retoque das luzes no salão e minha mamãe estava assistindo ao filme "Bruna Surfistinha" e havia parado numa cena horrenda em que a garota, super chapada, dava uma entrevista na televisão falando mil asneiras vulgares. "Cruzes, que imbecil!", pensei e falei.
Se eu fosse ela (garota de programa), ao invés de ir em rede nacional falar bobagem e agradecer a minha clientela, eu agradeceria a todos os caras babacas, ignorantes, machistas, hipócritas, metidos a "espertos" e ridículos com quem já fiquei e namorei! (Isso sem falar os que escreviam "agente" e não sabiam diferencias "mas" de "mais"!). Sem duvida eles seriam o maior incentivo para eu "alçar" voo na carreira da Raquel (vulgo "Bruna Surfistinha"!).
Minha mãe concordou plenamente comigo e, se o assunto se alongasse, sinto que ela me incentivaria a usar o meu rostinho, inteligência e corpinho e deixar de ficar com trouxas que mais me fizeram gastar e estressar do que "agregar" ou gozar!

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 29 de fevereiro de 2016.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

O amor e o reflexo.

O amor e o reflexo.
Cuidado para não confundir indulgência com ilusão! Toda pessoa que ama tende a ser indulgente, a relevar muitas coisas, a perdoar outras tantas e a aceitar outras. Portanto, preste atenção! Não apenas no outro e nos seus atos, mas na sua tendência a justifica-los, a passar-lhe a mão na cabeça.
 Pois, se você começar a encontrar justificativas para descaso e desatenção você estará entrando com os dois pés numa vã e desnecessária ilusão! Quem gosta de você se faz presente, por mais distante que esteja fisicamente, quem se gosta de você toma “partido”, desce do muro, troca o “tô com saudades” pelo “vim te buscar, fica comigo”!
Quem merece o seu prezar não vê problemas em demostrar ao mundo que lhe admira ou aprecia, quem merece a sua companhia faz por merece-la sem medinho, sem mistério, sem “mimimi”! O resto, minha amiga, é perda de tempo e, sem sombras de duvidas, não vale o valor gasto com a internet que você usa no celular e nem os momentos que você desperdiça para ouvir áudio ou ler conversinha no WhatsApp.
Disse de forma brilhante e correta o grande Pablo Neruda: “Se sou amado, quanto mais amado mais correspondo ao amor. Se sou esquecido, devo esquecer também, pois amor é feito espelho: -tem que ter reflexo”. Amor, carinho, afeto precisam de eco para crescerem!
Se não tiver reciprocidade é carência e não amor! Se não tiver reflexo e, ainda existir insistência da sua parte, tenha certeza: você está sendo estupido e fazendo papel de trouxa! Mas, nunca é tarde para recicla-lo e conquistar apreço por si mesmo e a boa e velha vergonha na cara, afinal, o tempo e o foda-se são remédios para tudo nesta vida!
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 23 de fevereiro de 2016.

O básico do básico do básico da decência!

O básico do básico do básico da decência!

As pessoas ficam assombradas pelo fato do simpático papa dizer que os ateus e homossexuais serão "perdoados" e etc.! O mesmo quando algum dos nossos padres "pop" tira foto com transexuais ou qualquer representante de minoria na sociedade.
Gente, Cristo não mandou amar a todos? E "todos" não significa qualquer pessoa independente de crença, cor, condição financeira, cultura e sexualidade? Olha, sinceramente, eu não me espanto, acho óbvio, elementar, básico e necessário! O oposto me causava repúdio. Mas o mundo está tão estranho que o fato de termos um papa mais humano e doce "estarrece"!
Bem, a minha "religião" é o amor e o respeito ao próximo, talvez por isso eu ache que respeito é básico! Amor e respeito não são favores no meu universo e, portando, não dou "biscoito" pra quem age de forma digna, ética e saudável. Ademais, o Vaticano salvaria os miseráveis que morrem de fome da África se quisesse! Mas não, a Igreja “ora” pelos pobres, enquanto a Angelina Jolie, ateia, e outros tantos ateus, inclusive, lhes ajuda. Muita reza, pouca ação, muita palavrinha bonita, pouca atitude, mas os “fieis” se encantam!
Aliás, fico bastante espantada com o discurso incoerente e tolo dos cristãos: "A Rede Globo está destruindo a família tradicional"; "A prostituição e pornografia destroem casamentos"; "As redes sociais geram infidelidade"; "A televisão deturpa os valores..."; "O homossexualismo vai influenciar a sexualidade infantil..." E mimimi!
Gente, se a sua família, se o seu casamento, se o seu relacionamento e até se os seus valores se abalam por qualquer razão que seja, significa que não são suficientemente fortes! O problema está na relação, nos seus princípios, na falta de tesão, na falta de amor e respeito, na fragilidade dos valores!
Praticamente todos os gays são filhos de pais hetero: a sexualidade dos pais não lhes influenciou, porque, ao contrário da palavra, sexualidade não é "opção"! Ou você acha que alguém vê um gay apanhando, acha bonito e pensa: “Bah, que legal, vou dar o cú de agora em diante!”.
Pare de encontrar culpados pelas suas fraquezas e pela fraqueza de quem vive com você! Pare de se importar com a cavidade anal alheia, com o que é natural para os outros, mas que não lhe oprime. Ou o homossexualismo alheio lhe judia, lhe oprime? Bem, se sim, você tem mais problemas do que meus vãos conhecimentos de psicologia podem desconfiar: vá se tratar!
E aquelas outras afirmações estupidas que canso de ouvir? "Eu não entendo como as lésbicas transam"; "Nossa, não faço ideia que graça os gays acham em transar homem com homem"... Filho, você não precisa "saber" ou compreender algo para que este "algo" exista e seja bom para outros!
Que tal substituir o jejum de carne na quaresma por ser educado, por tratar a todos com respeito, por viver e deixar viver? Que tal, simplesmente, ser bondoso ao invés de ser crente, por exemplo?! Que tal seguir a ética da reciprocidade ao invés do Levítico ou Bolsonaro fascista? Sabe o que diz a ética da reciprocidade? Simples: não faça ao outro o que não deseja que ele lhe faça.
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 18 de fevereiro de 2016.

A desconhecida no mercado e a mortadela: o quadro da hipocrisia.

A desconhecida no mercado e a mortadela: o quadro da hipocrisia.
Eu na padaria de um mercado outro dia aqui na capital do agronegócio: "Quero 200 gramas de peito de peru e 200 gramas de queijo". Obviamente é o que minha mãe e eu consumimos. Enquanto a atendente me atendia, uma senhora muito elegante vem e pede qual o preço dos queijos. Escolhe o mais barato e explica: "Farei sanduíches para os funcionários! Quero 40 fatias!".
Eu, que estava distraída pensando na vida, não entabulei um diálogo com ela. De repente ela pede 40 fatias de mortadela- para os tais sanduíches. E, volta a se explicar: "Eles (seus empregados) preferem mortadela!". Então, ela conquista a minha atenção: olho para seu rosto, vejo que está muitíssimo bem trajada segurando uma bolsa importada.
Eis que paro e penso: uma situação dessas, só Freud pra explicar. A pessoa está fazendo suas compras e se explicando para estranhos! E, por que se explica? Por que fala “alto” consigo mesma? Para se convencer de que não é tão medíocre quanto, de fato, sabe que é!
Uma pessoa que não pode pagar por 150 gramas de presunto não se justifica para estranhos ou para a atendente do balcão. Simplesmente compra o “apresuntado”, a mortadela ou o que for e sai com a cabeça erguida.
Uma pessoa que compra mortadela, porque gosta ou porque seus parentes e funcionários gostam, também não se justifica: pede, compra e sai. O que aquela elegante senhora me demonstrou é algo que vejo seguidamente na sociedade hipócrita em que vivo: a ausência de vergonha por ser vil, mas a vergonha que outros percebam a sua vileza.
O “senso de justiça”, a vergonha na cara e o caráter daquela pessoa não foram suficientemente fortes para fazê-la comprar presunto ou salaminho fatiado, mas a consciência e o medo de ser criticada falaram um tanto alto fazendo-lhe com que se justificasse para uma ilustre, porém observadora desconhecida! (Mas, de toda forma, a porção acéfala de mim crê que os Bem, funcionários da senhorinha devem preferir mortadela... Aham...aham!).
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 18 de fevereiro de 2016.

Gente que me anoja!

Gente que me anoja!

Sabe do que eu tenho asco na vida? Desse tipo de gente que não sabe nada da vida da gente, que foi criada com pai rico que pagou Mestrado e etc. e vem opinar na vida alheia! Gente que, com quase 40 anos, não sabe o que é ter casa, financiamento, luz, água, telefone e comida pra bancar! Gente que não sabe o que é ter tido uma paixão que não era uma pessoa, mas um ofício, um trabalho mal remunerado numa cidade interiorana!
Gente que adora frase feita, mas que, na verdade, nem sabe o que é "dar a volta por cima", porque nem volta com suas próprias pernas precisou dar na vida! Gente que nunca conversou conosco pessoalmente, que não sabe dos nossos apertos e que, ainda, quer flertar, vindo até nossa pessoa, sem empatia alguma, falar asneira sem saber 1/3 do que a gente passa e sofre nesta vida!
E mais, gente do sexo masculino sem empatia querendo pagar de “bom samaritano” entusiasta enquanto recebe mesada do pai. Querendo flertar conosco quando não estamos nem “aí” pra coisa alguma, sempre me pergunto diante de algumas mensagens insistentes: será que se eu dissesse que tenho namorado fora da cidade onde moro algum asno ainda me incomodaria? Afinal, homem respeita homem, né?! Só dizer que não quero sair jantar com ninguém da cidade não lhes basta!
Olha, é barra ser mulher, não ser rica e ainda sofrer desapontamentos na vida! É cada merda que a gente se obriga a ouvir (ler) que tem horas que eu penso em ir fazer uma limpeza nos ouvidos num otorrinolaringologia antes que eles entupam e comecem a cheirar mal! Haja paciência, haja! (E foi assim que conquistei o número de 140 contatos bloqueados no WhatsApp!).
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 18 de fevereiro de 2016.

Juliana e a revolução da franqueza: a maternidade sem romantismo.

Juliana e a revolução da franqueza: a maternidade sem romantismo.

Eu li o post da Juliana no facebook. Aquela jovem mãe que falou o que pensa, sente e vivencia sobre a maternidade e foi apedrejada pelos moralistas, pelas mães românticas, pelas iludidas, pelos hipócritas.  Enfim, eu li os comentários cheios de raiva e rancor pelas palavras sinceras da mãe de primeira viagem.
Eu não sou mãe, mas a entendi: ela quis dizer que a maternidade não é tão glamorosa como muitas tentam transparecer! Aliás, venho há anos notando o quanto o ser humano é orgulhoso e tem medo de expor os seus percalços. Querem se fazer de fortes, de imbatíveis! Acham que a vida e as redes sociais é uma competição para ver quem é mais feliz!
Não conheço essa mulher, a Juliana, mas me identifico, pois ela, assim como eu, não vê problema em ser franca e transparente. Eu não preciso fingir que estou "de boa" quando não estou. Não sou feita de ego, sou feita de emoções, sou feita da minha essência e não do que os outros pensam ou esperam de mim.
Essa jovem mãe não tem depressão pós parto ou nada afim como as mais insanas hipócritas lhe acusaram, se ela tivesse alguma doença mental afim estaria dizendo que a maternidade "é um mar cor de rosa de realizações". Quem é doente, usa máscaras. Mas a sociedade é ignorante e hipócrita demais para saber disso!
Hoje recebi, de surpresa a visita de duas pessoas muito especiais para mim, ambas ex-alunas. Uma foi para o nono e a outra para o quinto semestre. A que foi para o nono, certa vez me disse que eu devia ter filhos para trazer e tornar uma pessoa mais especial no mundo. Não tive, nem pretendo ainda, mas elas me viram com minha irmã, praticamente uma filha pra mim. Uma versão menor e mais esfomeada de mim!
Enfim, eu sei e vejo muito bem por aí os reflexos adversos da maternidade, mas, ainda que eu tivesse uma filha linda e gorda como eu fui e como a Maria Clara é, eu não seria hipócrita pra afirmar que tudo "é divino e maravilhoso" na maternidade! Minha mãe nunca foi falsa a tal ponto comigo, e eu jamais seria com o mundo. E, caro Mark, achei uma sacanagem tremenda bloquear o perfil da mulher! Com você dou uma salva de palmas à falsidade do mundo e da "maternidade cor de rosa"! E, não esqueço: um viva à hipocrisia!
Inclusive, ouvi após postar minha defesa à jovem mãe no facebook a seguinte frase: "Você não é mãe, não pode criticar a maternidade." Gente, eu nunca senti fome por não ter o que comer e crítico a pobreza, nunca tomei conhecimento de ter sido corna e crítico a infidelidade, nunca fui estuprada e tenho asco de estupro, nunca fui torturada e falo de tortura, não sou gay e crítico a homofobia, não sou teóloga e falo de religião, não sou fascista e crítico o Bolsonaro, nunca abortei ou me droguei e falo de aborto e drogas... e por aí segue! Acredite, a gente pode ter opinião com base no que vê, lê, ouve ou sente, mas, obviamente, haverá quem irá se sentir contrariado com a minha opinião e venha me falar merda! Tudo bem, tá no seu direito!


Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 18 de fevereiro de 2016.

Preconceito e ignorância em terra de moralistas.


Preconceito e ignorância em terra de moralistas.

Vamos falar de preconceito. De preconceito racial. De preconceito social. Vamos falar de Sorriso/MT e de outras tantas cidades em que a ignorância vigora fantasiada de "teres e poderes", de hectares, de honorários, de milhões, de caminhonetes importadas, de carrões e de outros "faz de conta materialistas afins"! Minha mãe é descendente de índios e portugueses. Sempre foi bronzeada e com incrível capacidade de escurecer a pele.
Meu pai é descendente de italianos e após o divórcio com minha mãe, amasiou-se com uma maranhense. Descendente de negros e, também, de índios. Maria Clara, minha irmã, é aquela mistura gostosíssima que quase todos meus amigos do face conhecem ou podem conhecer! Eu, pessoalmente, já fui contra a parca vaidade da minha mamãe, mas aprendi a respeitar, pois, inclusive ela tem um bom gosto de me causar inveja e o investe em dicas para euzinha!
A nova esposa do meu pai, por sua vez, não tem vaidade alguma. Todavia, eu não aceito mais, não sem dor, ver a cara com que as pessoas olham para a Maria, mãe da minha irmã, por aqui! Não aceito mais as afirmações: "Nossa, que menina linda, filha da sua cliente? Tu és a baba?" ou, então, "Nossa! Ela não é sua filha!". Assim como, também não aceito mais sem sentir meu sangue ferver, ver minha mãe ser olhada de cima abaixo em alguns locais, nos quais, desisto logo de gastar o meu suado dinheiro! Minha mãe é simples!
Desde que nasci, ela se veste de forma simples, quando casou-se tinha sua profissão (professora de matemática), seu corpo perfeito, seu carro, trajes chiquérrimos e vaidade demasiada! Mas, abdicou de tudo pelo marido por ser uma mulher criada de forma machista, inclusive. Como tantas naquele tempo, afinal baby, ela tem 64 anos! Não a crítico, pelo contrário, só aprendi com a história e opções de vida dela.
Todavia, já fui atendida em lojas aqui em Sorriso e até em Passo Fundo/RS, por gente que mandou matar o cônjuge, por mulher que apanha do marido ou o trai, por gente que anda toda arrumada e mora em locais tenebrosos e que, no auge da sua arrogância doentia, olhou com menosprezo para a mulher com mais brio e caráter que conheço. Nesses casos, se eu chegar a gastar no estabelecimento, nunca mais volto.
E, quanto a esposa do meu pai? Uma mulher que passou horrores nesta vida e é alvo de chacota de gente ignorante que não sabe nada da vida dela ou do mundo, da vida em si ou do futuro, gente que a crítica por não pertencer aos seus padrões de beleza e a menospreza por ter uma filha linda. (Aliás, muito mais linda, esperta e inteligente do que os seus filhotes que estão vestidos com roupa de marca de cima abaixo e cuja sorte repousou no bolso paterno, não na estética, na aparência, na beleza, na doçura ou no QI, enfim.)
Gente, que mundo é esse o de vocês, afinal? No domingo a sua igreja está lotada! Na segunda o facebook está cheio de "amém", "ele é meu salvador", "amai ao próximo...", "obrigada senhor" e mimimi "a quatro", afinal, Deus perdoa né?! Você é pérfido, maldoso e preconceituoso a semana toda, nunca leu inteiramente aquele livro cheio de machismo que você chama de "sagrado", pega dele somente o que lhe convém, ignora por completo a ética da reciprocidade (não fazer ao outro o que dele não se espera) e acha que um biscoito insosso ou orações vão lhe "salvar"!
Afinal, ser "salvo" é fácil, mudar de conduta e de caráter não! Cara, eu tenho pena e até medo de você! Se você não sabe ser bom sem obedecer a um pastor, a um padre, a um livro totalmente desatualizado ou a um Deus, você não é bom, você é um fantoche. E, pra mim, será sempre um racista arrogante e hipócrita. Um pobre ignorante!
Ou seja, pra mim você é a mosca nas fezes do cavalo do bandido, ou seja, não tem valor algum independente do que você tenha guardado no banco, da cor da sua pele, do seu cabelo ou das cilindradas do seu carro cujo nome você nem sabe pronunciar corretamente. É só mais um miserável que precisa ser crente para dormir em paz, porque no fundo sabe que faz mais julgar, criticar, humilhar, rezar e apedrejar do que sorrir e iluminar, do que alegrar e alentar!
Você não tem utilidade pratica alguma na vida e, além de tudo é burro, pois se o seu medo for vender e não receber, precisa saber que quem sai para dar calote usa salto alto, cabelo impecável e desfila com chaves na mão. É fácil dar golpe em tolos preconceituosos, basta fazer-se de poderoso!


Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 18 de fevereiro de 2016.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Não é só sobre dinheiro!

Não é só sobre dinheiro!
Sobre as pessoas acharem que tudo é "sobre dinheiro" e sobre a minha falta de vontade ao lhes ouvir: estou cansada! Após a minha demissão imotivada da UNIC/Sorriso, algumas opiniões servem como um nocaute: gente, nem todo mundo pensa igual, please!
Existem pessoas malucas no mundo, sabia?! São aquelas que fazem algo por paixão, não unicamente por dinheiro. Não, isso não significa que não gostem de dinheiro, mas que o seu "eu" interior não depende só dele para acordar animado numa segunda-feira chuvosa ou numa quarta-feira de cinzas, literalmente, cinzenta como a de hoje, aqui na capital do agronegócio.
Quando a gente ama o que faz, o clima ruim, a chuva ou o que for não nos desanimam! Advogar? Eu amo, óbvio! Em especial quando ajo com a certeza de que estou "ali" na briga pelo que é correto e não pelo que é unicamente lucrativo. Não vou abrir escritório numa cidade em que advogados brigam para ver quem faz um contrato por um preço menor.
Se for para prostituir o meu trabalho para pagar aluguel, telefone, internet, secretária, financiamento de camionete e etc., prefiro me manter honesta e advogar em casa para poucos e bons clientes. Para aqueles que não escolhem o advogado pelo tanto que "ostentam" (carros, baladas e etc.), mas por quanto se dedicam, estudam e sabem.
Tudo poderia ser muito diferente se eu tivesse tido um pai que “podia”, financeiramente, ter me auxiliado no período pós-graduação. Mas não tive, e sou especialista em viver em sociedades machistas. Nas quais, não nego, posso ter feito das tripas, coração, mas nunca me entreguei fácil.
Onde quer que eu estive sempre dei o meu melhor, por mim e por quem eu amava, por minha vida e pela vida daqueles que “andavam comigo”. Tenho um inominável asco de gente que fala de rendimentos comigo: “eu ganhava super bem”, “não, eu não ganhava tão bem quanto agora”. Arre, querido, simplesmente pare! Se você for homem e vier com esse “mimimi” financeiro então, só piora a náusea que me causa!
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 11 de fevereiro de 2016.

A ausência em 2016!


A ausência em 2016!

O que é "ausência"? Tenho certeza que, se você nasceu nos anos 80 vai ter conceitos mais largos do que seja a tal da "ausência"! E, se você curte psicologia, mais ainda! Estar ausente hoje em dia, não é, apenas estar longe do tato, do afeto, do toque ou do olfato alheios!
Ser ausente em pleno 2016 é distar das ideias, da afetuosidade intrínseca, das palavras articuladas, da saudade que se manifesta com fotos e até através dos moderníssimos "emojis"! Existem, ainda, pessoas antiquadas e, creio, demasiado materialistas: sim, porque tem que ser muito materialista para achar que somente a presença física justifica o encantamento!
Arre, o encantamento, assim como o afeto e o amor, vão além dos beijos e dos toques! Ele provém da admiração intelectual, dos diálogos, do conforto que, mesmo geograficamente distante, a "presença" virtual do outro faz por nós. Quer saber? O encantamento provém de tudo o que deriva de uma pessoa que não está fisicamente ao nosso lado: dos pensamentos à saudade.
Hoje em dia, enfim, só é ausente quem quer e só sente a ausência quem não se faz presente da forma que lhe é possível! Ou quem não tem, ao menos, a presença virtual do outro. Nem tudo é toque, nem tudo é físico e isso me encanta nesta nova era que tem tudo a ver comigo: a presença se capta pela vontade de estar presente e, não apenas, pelo corpo e toque acessível ao estender de mãos!
O universo é imenso demais para que todas as almas afins estejam no mesmo perímetro geográfico. O universo é grande demais para que tudo seja uma “conta” bem feita: ele mora no bairro tal da cidade tal, ela mora no bairro tal, da mesma cidade tal e, assim está tudo lindo!
Ah, não, meu amigo! A vida e os amores que, realmente, valem a pena, ultrapassam qualquer aritmética, probabilidade física ou seja o que for. Os amores que valem a pena de verdade são sentidos na pele, depois na alma e, daí então, nem mil léguas podem apaga-lo! Vá além, pense além e seja mais!
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 11 de fevereiro de 2016.

domingo, 7 de fevereiro de 2016

A solidão do sofrimento.


A solidão do sofrimento.


Pessoas deprimidas, pessoas irresignadas ou passando por sofrimento, não são agradáveis. As pessoas são acostumadas com máscaras. O mundo se acostumou com o lance de todos dizerem que "estão bem" para não terem que ser prolixos e explicar a razão de não estarem bem.
Razão está que, no fundo, no fundo, ninguém quer ouvir. Quiçá, apenas um psicanalista por trezentos reais a hora! Ou alguém que lhe ame, mas que lhe ame muito, muito, muito! Eu diria muito ao quadrado elevado na décima potência.
O sofrimento é solitário, a tristeza é solitária, o "não estar bem" e o não estar feliz é solitário! No fundo todos preferem ignorar isso, todos querem curtir suas banalidades, rir de todo o resto e se dispersar. Gente que não está feliz pesa. Aliás, convém dizer que não estar feliz é diferente de não estar bem. Você pode estar ótima, mas infeliz.
E, entenda: não haverá ninguém que goste de você neste estado, ainda que lhe suportem, por lhe amar demais. As pessoas fogem de pessoas assim ou, simplesmente, por obrigação moral, fingem que se importam. E se você não for um perfeito estupido, perceberá o fingimento!
Você verá que seus assuntos são um fardo aos ouvidos alheios e você se sentirá mal por isso: você precisa desabafar, o problema que lhe abala não sai da sua cabeça, mas se você falar demais vai acabar expulsando as pessoas de perto de você no momento em que, quiçá, você mais precise de companhia e de atenção.
Acho engraçada a antinomia inerente ao sofrimento: na medida em que você está frágil e precisando de apoio, você percebe que se torna repetitivo, desagradável e chato, logo, mesmo precisando a tendência é que você afaste e não atraia a afetuosidade alheia.  
O mundo não é dos abalados, dos tristes! Quem tem razão para estar assim, menos ainda: quem tem motivos para estar "depre" irrita muito, afinal, tem as suas razões para expor e ninguém quer saber delas! É, meu amigo, e depois tem gente que reclama da falsidade. Queridos: a vida exige! Ser falso é questão de vida ou de se conformar com o escárnio público. Enfim, vestir a máscara do "tá tranquilo, tá favorável", é questão de vida ou morte!


Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 08 de fevereiro de 2016.

Quem é você quando não tem nada?

Quem é você quando não tem nada?

O que você é sem dinheiro? O que você é sem sua beleza? O que você é sem a sua profissão, sem o seu trabalho? O que você é sem o seu marido ou namorado? O que você é sem os seus amigos?
 O que você é sem suas roupas caras e adornos? O que você é sem sua "titulação"? O que você é, enfim, quando você fica sem nada? Pois, acredite, este será você! Sim, talvez solitário, talvez na miséria, talvez passando algumas necessidades, mas você é o que ninguém vê!
Tenho imensa piedade de quem se torna dependente do ego e de tudo o que o enalteça, pois, quando solitárias, quando a sós consigo, essas pessoas se deparam com um imenso vazio interior. E este vazio, pleno de insegurança e desamor, é quem elas são!
Se a sua autoestima depende de algo que você possa ter ou possuir, e, consequentemente, perder, então você não a tem e nada é! Se o que lhe faz “gente” é algo perecível, passível de roubo, de extinção ou de superação, então, no fundo, você não é muito “gente” não. Ao menos não gente feliz, gente do bem, gente bem resolvida consigo mesma.
Em momentos de agrura, em momentos de perdas, em momentos de profundas mudanças ou diante daquelas provações que a vida impõe a nossa persistência e força você se depara consigo mesmo. E, quando a situação está muito ruim e você se sente injustiçado, aviltado e perdido, é bem provável que exista um consolo: ao menos você é decente o suficiente para ser a vitima e não aquele que age mal.
Ao menos você é aquele que ameaça ao outro, sem nem aperceber-se de sua existência ou “perigo”, ao menos você é aquele assusta, sem nada fazer, que causa inveja, pelo simples fato de existir e não o miserável que precisa atacar, ainda que silenciosamente, para poder se sentir melhor na vida. Porque, no fundo, sabe que não é nada.
Tudo na vida é passageiro, até mesmo a sua existência, mas você é aquilo que fica quando todos se vão, quando tudo se perde: a sua alma, a sua essência! E se o seu autoconceito não se liga a esta essência, você está é perdido! E, por falar nisso, quem você é?


Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 08 de fevereiro de 2016.


O sofrimento do pobre.

O sofrimento do pobre.

Pobre já tem seus direitos restringidos pelo simples fato de ser pobre. Pobre não pode ter depressão, pobre não pode ficar apático, pobre não pode sofrer! O pobre não pode se dar ao luxo de ficar doente da mente, porque tem que trabalhar pra poder pagar a comida e o álcool que o pobre toma pra esquecer dos problemas. (Se o pobre quisesse lembrar anotava e colocava na porta da geladeira com um ímã.)
É por isso que o pobre toma cachaça: faz esquecer e é barata! O rico deprimido toma vinho caro, passa a noite em claro, dorme o dia inteiro e "pah": nada muda para pior! Vai ter comida, vai ter grana pra beber, viajar, pra poder dormir e desligar o celular.
O rico pode ter crise de depressão ou ansiedade. Na verdade será uma crise de estresse. Rico fica estafado, pobre enlouquece. A crise de estresse do rico é em seguida esquecida por todos, o pobre já continuará com o estigma de “maluco” pro resto da vida. E se insistir em ficar doente, vão dizer que o pobre está de “frescura”, que quer “vadiar”.
Ademais, se acaso o pobre se deprima por razões afetivas, se entregar-se à "depre" consegue mais razões pra chorar: acaba ficando mal financeiramente. E vai continuar com a dor do amor, porque depressão de pobre só faz piorar o que já é difícil.
Rico toma indutor de sono quando tem insônia e quer apagar, o pobre conta com o efeito colateral de antialérgico ou anti-histamínico. Pobre pede receita de remédio controlado para o amigo que tem um amigo que trabalha em algum hospital e enche a cara, chora, dorme mal e levanta cedo trabalhar no outro dia. É meu amigo, a vida força o tal do pobre a ter força! Pobre do pobre!

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 08 de fevereiro de 2016.

A Maria que clareia a minha vida!

A Maria que clareia a minha vida!

Ao conviver com a criaturinha sensacional que é minha irmãzinha Maria Clara, confesso, até a maternidade tem me "intrigado" positivamente! Se eu tivesse plena certeza de que teria uma filha como ela, na personalidade, afetuosidade e inteligência, além da ambição de mudar-me de Sorriso, conhecer uma pessoa que pretendesse, ainda que daqui há um bom tempo, ter um filho, seria um objetivo pra mim!
A Maria Clara é, comigo, sensacional, muito mais que perfeita! Meu pai, ciente da minha demissão, frustração e vontades que, não de "agora" vem me invadindo, disse hoje a esposa e à minha mãe enquanto nos via bater papo na piscina: "Aconteça o que acontecer, eu não posso separar estas duas!".
Clarinha cuida dos meus machucados na pele, (mal sabe ela que cuida dos meus ferimentos da alma também), passa protetor solar nas minhas costas, fica estarrecida ao me ver chorar e corre contar às nossas mães e ao nosso pai. A mãe dela? Confesso que aprendi a admirar e até a amar! Ora, há de ser uma pessoa muito, muito especial para ter tido uma filha como ela!
Papai alugou uma quitinete aqui em Sorriso: quarto, sala e cozinha. Aqui em casa existem 4 quartos, ar condicionado (eles não tem na quitinete) na maioria dos cômodos, televisões grandes, desenhos, televisão a cabo, DVD, todavia, ela pouco liga! Chega em torno das 18 horas ela diz: "Vamos pra casa!". E abre a porta, entrega a chave do carro para minha mãe, da beijo na maninha dela e clama ao pai e a mãe dela para irem.
Maria Clara é um exemplo de contentamento, de felicidade, de humildade! No meu celular ela acessa sempre a um vídeo natalino e se emociona com a canção que diz que "se a gente é capaz de espalhar alegria, se a gente é capaz de toda esta magia eu tenho certeza que a gente podia fazer com que fosse Natal todo dia...". E essa música tem mais a ver com ela do que ela pode imaginar do "alto" de seus 3 anos e 4 meses!
Ela é carinhosa com quem lhe cruza a frente, ela cria apego imenso a quem lhe trata com amor, ela cuida da irmã, da "tia" (minha mãe que ela ama de paixão), cuida da mãe e do pai dela. A Maria Clara me fez descobrir uma espécie de amor, por mim, desconhecida e, sobretudo, conquistou a minha admiração! Eu não apenas amo, eu admiro tal pequeno, lindo e fofo ser!
E, com certeza, meu pai tem razão: tome eu o rumo que eu tomar, sem está menina eu não vivo mais. E, acredite, não falo só com a voz do coração, unicamente. A Clarinha me surpreende, a Clarinha me apavora com sua inteligência e perspicácia, a Clarinha clareia os meus dias e me faz esquecer de toda frivolidade e injustiça que vigoram na sociedade em que me inseri.
Não sei se existe céu, mas, pra mim, céu é estar próxima a ela. Isso me basta para ter mais fé na vida ou, ao menos, uma vontade muito menor de zarpar deste mundo sem passagem de volta!

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 08 de fevereiro de 2016.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Laércio e o menosprezo ao estupro de vulnerável.

Laércio e o menosprezo ao estupro de vulnerável.
Ontem, de metida que sou e irritada que estava "repostei" um texto sobre a problemática envolvendo o tiozão tarado do BBB, tal de Laércio e a “sister” Ana Paula, tendo eu escrito um textinho acima do compartilhamento. Bem, a postagem desapareceu da minha linha do tempo! Mas, uma pessoa que nem assiste ao programa como eu não tem o direito de puxar briga com o Mark por causa de um dos meus inúmeros posts, certo!?
Fato é que, convém esclarecer uma coisa que eu não havia falado: o tiozão não é pedófilo! Menores de 16/17 anos não são crianças, são adolescentes! E pedofilia é sexo com crianças, ou seja, com as criaturas ATÉ os 12 anos de idade. Ou seja, o tiozão é esteticamente desagradável e, possivelmente, frustrante no sexo, além de fetichista, ou seja, um anormal!
Homens de meia idade que precisam embebedar menores de 18 anos, (ou qualquer de qualquer idade!), para transar, são problemáticas, inseguras e inábeis no quesito sexo. Ser tarado é uma coisa, ser bom de cama e sexualmente agradável é outra, bem diferente! Todo estuprador é tarado: egoísta, doente. "Transa unilateral" não é transa, é crime!
Adolescentes não tem experiência, seguidamente são financeiramente dependentes e, portanto, não vão olhar pro tiozinho e dizer que ele é broxante né?! E é por isso que o cidadão talvez já tenha cometido estupro de vulnerável: dar porre em adolescente para fazer sexo. Ontem, no tal post desaparecido, um amigo comentou a respeito e disse que "a mania feminista de dizer que fazer sexo com qualquer mulher que bebeu é um tiro no pé".
Pois bem, o garoto em questão não soube interpretar o texto (grande problema na era do analfabetismo funcional!) e o significado de embriaguez para a consumação do delito de estupro de vulnerável que não tem nada a ver com "aquele" álcool no sangue que, pela "tolerância zero", pode advir até de um inocente bombom de licor ("acusa" no teste de bafômetro).
Beber é uma coisa, embriagar-se é outra coisa! Aquele porre que lhe faz perder o sentido, a coordenação motora e o raciocínio é embriagues.
E são as estes estados que semiconsciência ou inconsciência que as feministas se referem! Ou seja, se as jovens que "aparecem" para o tiozinho transam com ele neste estado, há estupro de vulnerável e o delito ocorreria inclusive se elas fossem maiores de idade, enfim, a inconsciência é o cerne da questão!
O triste, muito triste, tristíssimo é que a sociedade atribui à vitima a culpa pela ocorrência de um estupro na situação em que a mulher está embriagada, algo como: “Bebeu um monte porque quis, está se sujeitando...”! Ocorre que 9 em 10 pessoas bebem e exageram de vez em quando, ao menos uma vez na vida. A pessoa bebe, porque quer beber, não porque quer ser estuprada, não porque quer um ogro lhe penetrando enquanto ela não sabe mais nem o próprio nome. Nada justifica tamanha covardia! Nada.
Enfim, pedófilo, o ogro lá do BBB não é, idiota, sexualmente frustrante e, quiçá, criminoso (pelo estupro de vulnerável) talvez ele seja, mas, quer saber, como ele existem vários homens de variadas faixas etárias, afinal, tem homem que se não der um porre na mulher não conseguiria nem um beijo, quiçá sexo! E sim, isso é doentio!


Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 1º de fevereiro de 2016.