Despretensão
Não nasci para ser opção na vida de ninguém, mas também não nasci para ser útil para ninguém. Ou sou prioridade e como tal respeitada, ou sou apenas alguém simples a ser admirada, ou prefiro não ser nada.
Demorei mas compreendi que qualquer interesse estraga o relacionamento. Relacionamentos devem ser despretensiosos e nascidos da pretensão apenas de amar e deixar fluir. Deixar acontecer.
Se ela é boa de cama, se ela “me ajuda”, se ela resolve “meus problemas”, se ela “me apóia”, se ela corrige “minhas falhas”, então porque “ela é bondosa, eu a amo”, para mim não cola. O negócio é “amo ela porque ela é ela”, não porque ela me serve, de qualquer forma, “bem” servido.
Interesses financeiros, sexuais, psíquicos, profissionais ou de qualquer espécie anulam a relação. Um se torna escravizado, se torna protetor, se torna pai, se torna defensor, se torna objeto e o outro usufrui. Esse tipo de relacionamento não me serve mais, para absolutamente nada. É da independência plena que nasce o amor verdadeiro, e é apenas com ela que ele se mantém.
Passo Fundo, 08 de janeiro de 2011.
Cláudia de Marchi
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