Celular de férias
Meu celular estragou. Ligo, ele fica ligado uns minutos e desliga novamente, e assim vai, o aparelho ficou praticamente autodidata. Óbvio que preciso comprar um novo,mas me faltou tempo, e, o que é mais estranho, sem ele eu estou me sentindo um pouco mais livre, menos sobrecarregada.Clientes não me ligam mais à noite, ao meio dia naquela hora em que estou com a boca farta de comida tamanha a fome e o cansaço, na hora da janta, em que se pode saborear um belo prato, quiçá (para os quem tem companhia) acompanhado de um bom vinho ou espumante. Sou eu e eu no mundo, sem o celular que acabou se tornando uma extensão do meu ser.“Onde você estava que não atendeu o celular?”, “Porque não atendeu o celular minha filha?”, as respostas são várias, estava malhando (sim, porque até na academia se leva o aparelho), porque estava dentro da piscina, porque estava dormindo, porque estava no banho. O celular é apenas um aparelho tecnológico com várias utilidades, ele não é um membro do corpo humano, não é um dedo, uma mão, uma orelha, tampouco um rastreador!
Impossível, pois, negar que passar uns dias com o aparelho celular praticamente sem funcionar dá uma sensação de alívio, em especial nessa época do ano onde se deseja abrir um buraquinho no chão e se esconder dentro dele tamanha a fadiga da alma, é incrível a sensação de estar em qualquer lugar (inclusive e principalmente deitados em nossas confortáveis caminhas) sem poder ser encontrado por clientes, amigos ou qualquer pessoa quando julgamos inconveniente o momento (frise-se: o momento, não as pessoas). É, meus caros, o final de ano traz com ele o estresse onde até o barulhinho do aparelho faz surgir em nosso corpo uma sensação leve de gastrite.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 16 de dezembro de 2008.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.