Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

A natureza dos solitários


A natureza dos solitários

O escorpião pediu para o sapo lhe levar até o outro lado do rio vez que ele não sabia nadar, o sapo, temeroso, lhe indagou se não iria soltar o seu veneno, quando o escorpião disse que obviamente não, do contrário ambos morreriam afogados. Atravessaram ao chegar do outro lado do rio o escorpião cravou seu ferrão mortal no sapo que lhe perguntou, porque ele havia feito isso, quando o escorpião respondeu:
Porque essa é a minha natureza!
Retirei esta fábula do livro chamado “Mentes Perigosas” da autora Ana Beatriz Barbosa Silva, que trata sobre psicopatas, todavia, não é sobre eles que desejo falar. Quero falar sobre a natureza e aptidão afetiva de cada homem para a solidão.
O amor é um anseio quase geral, mas ele não envolve o mero sentir, o coração tremer, as pernas ficarem moles, as mãos suarem, o desejo, com o tempo o amor requer o ato de conviver, ceder, ser paciente, ser complacente, abdicar de algumas naturais benesses da liberdade total. E é ai que muitos não conseguem, ora, mas, por quê? Porque é da natureza (ou de algo intrínseco proveniente da educação tida) de alguns seres a aptidão para a solidão, ou então é uma natureza obtida pelo costume que se insiste em manter: O hábito de não dividir o coração, as dificuldades, tampouco a vida com ninguém.
Para, enfim, sentirem-se bem sozinhos, sem a companhia de ninguém para lhes chamar para jantar, para solicitar sua presença, para, como um gato manhoso se esfregar dentre suas pernas e braços pedindo carinho: Existem pessoas cuja natureza lhes tornou solitárias, e esvaziou seu coração para a capacidade real de amar, porque se Lya Luft disse que “Pensar é Transgredir”, eu afirmo que amar também é transigir, é interagir, ceder, se abrir, ouvir e ser paciente.
Ora, quem tem essa capacidade sabe que o amor exige concessões, exige principal e unicamente o respeito: “Não me faça o que não desejas que eu te faça”. Mas, como explicar essa natureza mencionada que alguns homens possuem? Sobre a dos psicopatas a autora discorre em seu livro, mas sobre aqueles que se tornaram amantes da solidão eu, ao menos, não quero sequer chegar muito perto de casos para estudo. Pessoas assim fazem os outros sofrer, não sabem, não conseguem amar, tanto quanto os sociopatas são de perigoso convívio.
Basta dizer, que antes de qualquer envolvimento afetivo é preciso saber quais são os bloqueios do outro, a sua natureza pró ou contra o convívio amoroso. Caso exista a natureza pró-solidão, é melhor deixar. O outro será feliz como deseja, sozinho, e você, segue sua vida, seu rumo, porque para o homem de coração harmonioso a vida sempre reserva boas venturas.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 26 de dezembro de 2008.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.