Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Homens abusivos: diferentes, mas com táticas iguais.

Homens abusivos: diferentes, mas com táticas iguais.

Em homenagem a todas as mulheres no dia 25/11 (dia da não violência contra a mulher). Tive uma única relação abusiva. Infelizmente com o cara por quem, pela inexperiência, mais me apaixonei.
O abusivo é como um predador! Ele escolhe a presa mais frágil, mais entregue! E o abusivo se apaixona, mas ele não sabe amar, nunca saberá! Ele quer o que ele quer e quer fazer de você um joguete, uma marionete manipulável, pois será pisando na sua autoestima que ele se sentirá revigorado e bem na própria pele.
Acontece que os abusivos não ficam com mulheres fortes, logo, se você se libertar da relação abusiva que vivencia neste momento, lhe garanto que, se fortificada ficar um dia, jamais passará pelo mesmo inferno da sua atual relação.
Quando eu vivi uma relação abusiva eu era uma jovem de vinte e tantos, inexperiente, filha única, carente pelo divórcio dos pais, valorizava mais o lado afetivo do que o profissional (sim, eu já estava formada!) e era romântica ao extremo. Romantizava tudo, de brigas à ofensas. Sabe aquela história de que se o “menino da escolha lhe maltrata é porque gosta de você”? Ela se mantém no nosso inconsciente e nos insere em enrascadas.
O abusivo usa de suas próprias crenças contra você! Na verdade, ele usa todas as suas características, inclusive as virtuosas, em face de você. Se você é kardecista e ele gritar com você, lhe empurrar ou tentar lhe estrangular ele dirá que esteve sob influência de "maus espíritos". E vai chorar, lamber os seus pés e pedir perdão.
Ele descobre seus pontos fracos e lhe manipula. E não, você não gosta de apanhar ou ser humilhada, você é só uma mulher apaixonada, com a autoestima estraçalhada e com dependência emocional. E ele sempre lhe convence de que é a mulher mais importante do mundo. Quando algo ocorre, você sempre será a “louca” que “nenhum homem”, exceto ele, iria “ficar ao lado”.
Você não é uma insana ou uma doente, não é masoquista ou nada disso, você só "está" fragilizada e confusa. E, acredite, haverá o dia em que, ainda que a duras penas, irá se rebelar, transformar a paixão em ódio e fazer o possível para escapar desta redoma. Doa em quem doer, ainda que doa em você!
Um dia você irá se libertar, se apaixonar por você mesma e nunca, nunca mais permitirá que um homem borre o seu rímel. Só o batom! A calorosos beijos. E se um dia outro lhe diminuir, menosprezar ou criticar, você vai dizer: "Querido, da licença, onde você tem graduação eu tive doutorado! Passe reto. Obrigada."
E, então você será afetiva e emocionalmente feliz, porque homem, minha querida, existe para somar, para lhe fazer sorrir, lhe mimar, admirar, gargalhar e ter múltiplos orgasmos. Sem grilos na cabeça, mas com borboletas no estômago e muita, muita paz de espírito! Libertem-se mulheres! 


Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 25 de novembro de 2015.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

A tradicional confusão dos asnos.


A tradicional confusão dos asnos.

Ser legal, educado e simpático não é ser besta, ser otário! Idiota, burro, besta e otário é aquele que é a tal ponto intelectualmente deficitário que confunde trato delicado e educado com idiotia.
Nada pior neste mundo do que aquele tipo de gente que gosta de ser tratado que nem gado arrebanhado para, somente assim, nutrir consideração pelo "peão" que lhe ordena. Enfim, aquele tipo de ser humano que se desumaniza tanto que vira, literalmente, um asno!
Não sei ser de outro jeito que não humana, não sei viver de outra forma, que não alegremente, não sei ser menos sincera, menos extrovertida, menos empolgada em tudo o que faço. Na verdade, se for para fazer algo sem ânimo, eu não faço.
Logo, percebo no meu convívio social e profissional alguns indivíduos que menosprezam quem lhes trata educadamente, que acham que ser cômico é ser palhaço e, consequentemente, besta.
São esses indivíduos que, a almas menos leves, influenciam e lhes tornam grosseiras, estupidas e receosas do convívio humano. “Se eu não dou abertura, se eu podo as asas do outro, ele não irá me menosprezar ou incomodar!”. Solução simples! Para alguns, não para mim.
Eu não sou o tipo de pessoa que ache que cidadão algum no mundo precise fazer por merecer respeito. Respeito é algo que todos merecem pelo simples fato de existirem no mundo. Não importam as roupas, a classe social, a condição hierárquica ou o que for. Logo, se a pessoa me menospreza pelo meu jeito, não hesitarei em jogar-lhe na cara que, como qualquer pessoa, eu sei cobrar o que é meu de direito.
Se a pessoa não aprendeu em casa que bondade e simpatia não se relacionam com idiotia de personalidade, então a vida irá lhe ensinar e eu, pessoalmente, dou um “empurrãozinho”, porque sou humana, ora essa! E não sou obrigada a agir delicadamente com gente que age com estupidez! Entendeu? Simpática, educada, não otária!


Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 25 de novembro de 2015.

Poste e deixe postar!


Poste e deixe postar!

Eu vejo postagens "digite seu amém" para ajudar o menino com câncer, vejo postagens "curte e compartilhe ou só olhe" para demostrar fé ou crença em alguém, eu vejo postagens que atribuem valor pecuniário às tarefas desempenhadas/atribuídas pela mulher e com finalização de que por ter tudo aquilo gratuitamente o marido deve valorizar a sua esposa.
Vejo postagens "bandido bom é bandido morto" de pai de playboy que violenta a namorada ou do próprio individuo que bateu em todas as esposas que teve, vejo, inclusive, postagens pseudo-cultas de gente pseudo-inteligente que desmerece os outros.
Vejo postagens estilo "se homossexualismo fosse certo Deus teria criado Adão e Ivo" e outras que dizem que a união homoafetiva, assim como a adoção por casais gays, são ataques à “família”, escritas pelo cara infiel, que flerta com qualquer mulher que lhe atrai e que “bate ponto” no puteiro.
Isso sem contar das postagens “eu e meu amor” escritas pelo sujeito que semana passada estava dando em cima de você, do cidadão que você viu que está no Tinder e que é um sacana descarado.
Enfim, a lista não para! Todavia eu nunca comentei essas postagens com o que penso ao lê-las (algo como: "Que ideia escrota!"), porque sei que quem as escreveu o faz (ou deve fazê-lo) para seus afins ou “iludidos” se identificarem não para "converter" alguém ou para ser "unânime" no sentido de a todos agradar!
Logo, em que pese eu escreva mais do que a maioria por ter um blog e ser inspiradíssima, fato é que não posto nada para ser ovacionada ou para persuadir o mundo a pensar como eu! Tudo, absolutamente tudo o que posto é, via de regra, sem razão explicável e, também, para os que pensam semelhante a mim não se sentirem tão sozinhos no mundo!
E, assim fiz amizades com pessoas que considero geniais, perdi a admiração de outros que eu gostava e a vida segue! Agora, críticas destrutivas a postagens alheias são desnecessárias, porque aqui ninguém está tentando convencer ninguém. Curte e comenta quem concorda e se identifica, porque nenhum comentário em post irá dissuadir o seu "autor".
Poste, pense, viva e deixe postar, pensar e viver! Ainda que você ache a postagem e o pensamento alheio abjetos, respeite-os! Ou... Ou... Ou deixe de "seguir"! Será como se o sujeito morresse virtualmente! (Bemmmm legal!).  
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 25 de novembro de 2015.

"Emotivando"!


“Emotivando!”

Dicas de uma advogada que ainda não enriqueceu, mas nunca morreu de fome: aluno lindo do curso de Direito que deseja arriscar-se nos meandros encantadores da advocacia, por favor, evite, ao máximo faltar aula!
Sim, meu querido, não adianta o “mimimi professor chato”, “mimimi matéria entediante”, “mimimi segunda-feira de manha”, “mimimi a professora é feia”, “mimimi tô exausto de trabalhar o dia inteiro” (persista, persista e persista meu querido, vai compensar!
E, neste caso, eu entendo e retifico que não deve haver o “mimimi” do início da frase, mas, ainda assim você deverá superar!), “mimimi não entendo nada” e, jamais, o “mimimi tenho preguiça de ler a doutrina e o material em casa”.
Sabe por quê? Porque 12, 13 e até 15 anos depois que você “teve” uma matéria e, por algum motivo, a ignorou ela baterá à sua porta e você terá que estuda-la com muito, muito mais afinco, quiçá em um momento inoportuno da sua vida pessoal, física e mental.
Enfim, irá reduzir em muito as suas horas de sono numa bela e fresca noite, fazendo, inclusive, você olvidar de cuidados necessários com a sua saúde no momento, afinal, você irá envelhecer, existirão viroses, existirá um problema de coluna qualquer ou, enfim, alguma enxaqueca, mas você terá que estudar, porque tem um compromisso ético com um cliente a zelar!
Sempre, o bom exercício da advocacia, assim como da magistratura ou qualquer outro cargo, requer leitura constante, inclusive daquilo que, há alguns anos, não lhe parecia tão atraente. Ninguém é bom no que faz, simplesmente porque “é”, por trás de tudo existem sacrifícios. De qualquer espécie, diga-se.
Só o esforço e o estudo nos afastam da mediocridade. E, por favor, aproveite o que você investe financeiramente em educação superior e faça deste seu melhor investimento! Se não for você quem paga, respeite quem o faz, se você tiver financiamento estudantil, saiba: ele não irá se “pagar” sozinho (incluindo seus acessórios, os juros).

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 25 de novembro de 2015.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Ovelha negra, sim! Cada dia mais, inclusive!

Ovelha negra, sim! Cada dia mais, inclusive!

Sou a típica ovelha negra na vida! Não tenho nada contra (quase) nada, mas desprezo estupidez e grosseria e, com exceção daquele povo arrogante que se acha melhor que os outros, não me sinto superior a ninguém!
Sou fã de MPB e rock, mas existirão momentos em que irei cair no samba, no pagode e, acredite, encaro funk sim! Gosto de Andrea Bocelli a Fito Paez, curto rock clássico, rock nacional e o rockzinho gaúcho rebelde de alguns anos atrás, e sim ouço moda de viola, adoro um sertanejo "dor de corno" e encaro um "dançar a dois" muito eventualmente, porque sou do tipo que nem em dança consegue ser bem "levada" pelo sexo oposto.
Sou uma eterna amante da filosofia e aficionada por psicologia, mas tenho livros de auto ajuda e sim, eu já li alguns! Sempre tive ojeriza a Paulo Coelho, mas li "Manual do Guerreiro da Luz" nos anos 90 e o filme atual me cativou um pouco.
Adoro roupas clássicas e moda, preto sempre foi minha cor preferida, mas não dispenso um jeans, um short e um vestido básico! Não estou nem aí para as roupas da colega, da juíza, da cliente ou da promotora nova na cidade! Pouco me importo com os trajes alheios, gosto mesmo é daqueles pelos quais eu pago!
Dos outros me basta o respeito, a fala agradável e o bom humor, porque, francamente, eu não tenho culpa se o outro está azedo, com fome ou com problemas conjugais. Tá de mal com a vida? Procure um terapeuta ou um psiquiatra, pois ninguém tem culpa pelos seus problemas. Não seja injusto!
Gosto de gente alegre, de gente que demonstra grandeza pela humildade e não pela incrível vontade de ser superior. Eu gosto de gente que "é" e não de quem tenta parecer ser. Não sou religiosa, não sou ateia, não sou crente, sou livre nos meus pensamentos e para crer no que desejo, sobretudo para ter certeza de que sem compaixão, empatia, ética e moralidade não existem credo e reza que aprimore o homem.
Sou só pelo não fazer ao outro o que dele não desejo, sou só pelo fazer mais e reclamar menos, sou só pelo dar ao outro o amor que recebo e sou só amor por quem me cerca, me alenta e respeita. Sou uma ovelha negra, mas uma coisa eu garanto: tem muita felicidade, paz, alegria e bondade nesta ovelha antinômica!
A graça das ovelhas negras está naquilo que as brancas enxergam como desgraça. Elas não são comuns, elas não são normais, elas não são padrões. Elas não são obedientes, domáveis, simples. A graça de ser uma ovelha negra é justamente está: não estar adequada a um padrão, seja ele de cultura, de atitude, de gostos, de amizades, de convívio, de vida, enfim.
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 23 de novembro de 2015.

Diferenças, respeito e bondade.

Diferenças, respeito e bondade.

Ser magra, gorda, reta, musculosa, esquelética ou o que for não é e nunca será "defeito". Corpo é aparência, bonito e válido mesmo é ser uma alma feliz dentro dele, é aceitar o seu invólucro e a ele dar a devida importância: algo que o tempo deteriora, mas que irá lhe "acompanhar" até o "derradeiro" momento do "the end".
Enfim, ao seu corpo você devota a importância que deseja, a sua mente e essência, idem. Ao corpo alheio, a inteligência e existência alheia convêm respeitar, deixar "ser" sem menosprezar, sem debochar. "Ah, mas ela é vulgar, se veste mal!".
Ok, mas quem se "veste mal" mesmo? Ela! Então, as suas vestes não lhe dizem respeito! O seu culote, a sua barriga, o seu quadril, as suas pernas, o seu traseiro, os seus seios, a sua cultura, o seu português grotesco, a sua tolice e etc., nada disso é seu, enfim, guarde para si as suas opiniões, foque na sua vida, deixe o outro ser como é e levar a vida da forma que deseja!
Não conviva com ele, se lhe irrita, isso é um direito seu, mas deixe-o viver e agir sem erigir-se contra! Cuide, valorize e ame o seu corpo, as suas roupas, os seus sapatos, o seu estilo, os seus livros, a sua alma, o seu cérebro, as suas ações, os seus livros e predileções, porque os alheios, são, enfim, alheios!
Simplesmente deixe o diferente ser diferente e de a ele o respeito que você merece e deseja para si. Simplesmente, aprenda a conviver com o diferente, porque na diversidade muito se aprende. Até hoje não conheci na vida, alguém “estranho”, alguém, até mesmo, oposto a mim, que não tivesse algo de bom para repassar ao mundo.
Ninguém precisa ter a aparência física, a cor da pele, as roupas, a condição financeira ou cultural que se afine com a sua ou que lhe agradem para ser bom, mas, uma coisa é certa, quando você critica, apedreja ou julga, silenciosamente, mal aquele que de você difere, quem revela-se maldoso é você, não o outro.
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 23 de novembro de 2015.

domingo, 22 de novembro de 2015

Sobre a experiência e o desleixo.

Sobre a experiência e o desleixo.

Nunca menospreze a sua experiência, seja profissional, seja de vida. Nunca, igualmente, faça pouco caso da experiência alheia. Todavia, não superestime o fato de alguém ser mais experiente do que outro, sabe por que? Porque, não raras vezes, a experiência gera autoconfiança o que, nem sempre é bom!
O ser humano é especialista, (talvez por ausência de inteligência emocional) em transformar a autoconfiança em comodismo, no melhor estilo: "Ah, faço isso há anos, eu sei como funciona e não preciso me dedicar em demasia!".
E, assim, não raras vezes o inexperiente de boa vontade, o inexperiente, mas dedicado e animado, supera o rendimento do experiente e demasiado autoconfiante e relapso, inclusive! Amigo, compreenda: dedicação, entusiasmo e animo são irmãos da qualidade, da evolução e do crescimento! Tempo repetindo tarefas aliado a comodismo não serve pra nada, só para o ego inflar e para a tal da "auto promoção"!

A inteligência serve para que aprendamos com o que vemos, ouvimos e, obviamente, vivenciamos. Logo, uma pessoa intelectual e emocionalmente inteligente pode fazer muito pelo mundo se não se acomodar com o estigma de “eu sou experiente nisso” e você cidadão de concepções conservadoras, também pode colaborar para a evolução da humanidade se não desconfiar dos inexperientes apenas por lhes faltar idade ou prática em alguma atividade.
Tão importante quanto exercitar-se, tão importante quanto exercer atividades cotidianamente é nunca acomodar-se, é nunca deixar de se dedicar, de aprender e de envidar todos os esforços necessários para se aprimorar ainda mais. Aprender, nunca é pouco, se esmerar, igualmente.
Idade, anos de prática, experiência de longa data não substituem boa vontade, dedicação e direcionamento de energia a determinada atividade. Se experiência fosse tudo, o mercado de trabalho jamais se expandiria: os que estão há mais tempo, nesta ou naquela atividade, permaneceriam como sendo os inabaláveis e superiores, mas não é o que ocorre.
E, que não se olvide: o comodismo é da natureza humana, sobretudo, e não irei me aprofundar na questão, do brasileiro. “Ah, eu estou seguro a respeito!”. E, o que faz uma pessoa com tal posicionamento? Deixa de lado a dedicação, se acomoda, para de buscar informação e de batalhar pelo que deveria ser sempre uma meta: ser o melhor. Não por táticas desonestas, mas por atos, por competência e, obviamente, dedicação constante.
Enfim, convém nunca subestimar o cidadão experiente, mas, da mesma forma, jamais se deve malbaratar alguém unicamente por lhe faltar experiência, idade ou “tempo de serviço”, porque se tem algo que opera milagres neste mundo, ele se chama força de vontade. Vontade de crescer, de emergir e de superar aqueles que se têm como insuperáveis.

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 22 de novembro de 2015.

Da finesse desprovida de arrogância.


 Da finesse desprovida de arrogância.

Há muito, muito tempo, numa "galáxia" não muito distante denominada juventude, eu tinha orgulho de ser temida. Sempre que algo acontecia, eu ouvia de quem me amava: "Eu não quis conversar a respeito." Ao indagar sobre o silêncio, eu ouvia um "por medo".
Sempre fui demasiado "positiva" na minha forma de expressar e isso, ligado a outras características e a uma acentuada "brabeza", amedrontava as pessoas. Na faculdade, no trabalho, nas amizades, na família, nos namoros. Na época eu até me orgulhava disso, hoje eu tenho asco.
Eu não quero ser temida, contento-me em ser respeitada. Não preciso que aqueles que convivem comigo, profissional ou afetivamente, tenham medo de mim. Prefiro a boa e velha reverência respeitosa proveniente da boa e velha admiração!
A admiração inspira, o medo sufoca! Não temo responder a nada e me imponho negativamente quando acho necessário, mas não preciso ver nos outros temor reverencial, a simples reverência da admiração pela afabilidade, humildade e acessibilidade me contenta.
Não vivemos mais no militarismo, sou humana quando próxima a outro ser humano e sei falar-lhe e tocar-lhe a mente sem tratar-lhe com desmerecimento, com arrogância, porque tenho um bom "lattes" ou qualquer razão afim. Se a pessoa não for capaz de me respeitar por ter o meu respeito e atenção, que não seja por ter medo de mim.
Isso é dèmodè demais! Além de indiciar fragilidade de ego, o que não me ocorre. E nem pretendo que ocorra. São novos tempos meu amigo! Tempo em que todos podem aprender com o outro, por mais técnica e conhecimento profissional que tenhamos, no fundo, existe um momento em que todos somos seres aptos ao aprendizado e a superação de pré-conceitos e paradigmas arrogantes!
A finesse que muitos buscam na arrogância e no “nariz empinado” não está no "Dr.", na casa, no carro importado, no cargo, nas roupas, na fala mansa, na voz baixa, na silhueta, na arrogância cultural do "eu sou mais, você é menos", na hipocrisia abjeta do "ai que horror", "ai que nojinho".
A fineza está na educação, no trato, no respeito ao próximo, no saber falar agradavelmente até o que pode não ser tão agradável. Ser fino é saber ser humano diante de outro ser humano (valho-me de Jung), e não "ego", é impor-se sem aviltar e, sobretudo, ser fino é ser feliz, bem resolvido e educado!
Ser fino é saber levar inspiração e alegria onde impera o desânimo e o medo. É inspirar a curiosidade, o questionamento e a dúvida, mãe da sabedoria! Enfim, gente fina faz a diferença no mundo e não precisa impor medo, pelo contrario, impõe respeito com um sorriso nos lábios.

Cláudia de Marchi,
Sorriso/MT, 22 de novembro de 2015.

Dicas de sobrevivência nas redes sociais.


Dicas de sobrevivência nas redes sociais.

Você amiguinho que se irrita com as postagens alheias, porque as acha demasiado vulgares/libertinas/moderninhas/conservadoras/nonsense/hipócritas/debochadas/sarcásticas/evangélicas/góticas/fúteis/crentes/anticristãs/idiotas/estúpidas/indiscretas/modernas/feministas/machistas/petistas/coxinhas/bolsomitas/jeanwyllysitas/bíblicas/evolucionistas/ateístas/cientificistas/bobagentas/jurídicas/românticas/rabugentas/childfree/maternais/ e etc., trago a solução!
Aliás, trago a solução sem que você precise reclamar no RH da empresa, dar indiretas bobinhas para quem nem sequer acessa a sua “linha do tempo”(porque não lhe segue!), se ofender, se magoar, chorar, desejar a morte alheia ou, o que é igualmente, desprovido de fineza e equilibro psíquico: opinar grosseira e desnecessariamente onde não é solicitado!
Faça isso de onde você está neste momento e se alivie! Vamos lá baby: pegue o seu celular, clique bem a esquerda no seu face, aparecerá o ícone de seu perfil. Acesse no íconezinho a esquerda dele e clique em cima de “preferências no feed de notícias”, então clique em “deixe de seguir pessoas para ocultar as publicações delas”.
Clique em cima do nome/foto de perfil das pessoas ou páginas escolhidas (eu sigo mais de 60 páginas e menos de 20 pessoas!) , vá em “concluir” e be happy! Sinta o alivio, a alegria e a felicidade de só seguir postagens legais, interessantes e afins com seus princípios morais, religiosos, sexuais, profissionais, partidários, culturais e etc.!
E, ao fim, dê uma salva de palmas ao Mark Zuckerberg, porque ele não quer ninguém se estressando com o outro, porque pensa diferente dele e não aceita, ele não quer brigas desnecessárias e gente se digladiando numa ferramenta/página que foi feita para unir afins e não para criar desrespeito e intolerância entre pessoas de concepções diferentes sobre a vida, pois não conseguem ficar sem se meter nas ideias e páginas alheias ou implicar com o outro!
Cuidar da sua vida, conservar relações amigáveis com pessoas que pensam diferente em alguns "pontos" e buscar cultura ainda é possível neste mundo onde muito se publica e julga, mas pouco se gargalha, une e diverte!
Basta que você priorize a afinidade e não a perseguição ou retaliação virtual, basta que você compreenda que existem pessoas que pensam de forma diferente da sua, mas que, nem por isso, são “menos” boas, decentes ou legais que você!
Acho que um dos passos da civilidade é saber calar, inclusive nas redes sociais. Se a sua opinião não é solicitada, ela é desnecessária. Isso é regra de etiqueta social, de educação e classe. O problema é que, já faz algum tempo, que a marca da roupa, da bolsa e da maquiagem vem sendo hiper valorizada, enquanto o finesse e a elegância de atitude ficaram em segundo plano.
Isso sem contar o azedume dessas pessoas que, nas redes sociais e na vida, intervém onde ninguém lhes solicita! Tem pessoas que não tem preparo e equilíbrio mental para viver na era da "publicidade de atos", de redes sociais, manifestação de pensamento, acesso à informação.
Tem os que se ofendem com tudo, os que acham que tudo é indireta (psicóticos!) e os que, por verem uma opinião contrária explícita, acham que devem opinar (egocêntricos!). Devem pensar, do "alto" de seus cérebros neurologicamente abortados: "Putz, que ideia ridícula, vou ter que me manifestar para salvar esse miserável da própria ignorância!". Ou seja, desequilíbrio e demasiada valorização da própria opinião!
Quer opinar, falar, argumentar, mostrar-se culto e equilibrado? Use a sua página, crie uma fan page ou um blog, porque a postagem que vem seguida do nome do dono da página é dele e foi feita para quem compartilha e concorda, não para manifestação de ideias amargas e críticas destrutivas e não fundamentadas. Redes sociais não são lugares de discussão, na verdade, nenhum lugar no mundo é! Se você não aceita ler o outro sem opinar, você precisa de aulas de etiqueta e de um psicanalista.
Ademais, se você acha o que pensa tão "imperdível", convém usar do meio idôneo para se manifestar (sua página), ou seja, não precisa ser chato, inconveniente e deixar seu recalque explícito em páginas alheias só porque você é mais um ser humano hipócrita, limitado e que finge que tem a vida perfeita, logo, não suporta ver a autenticidade e a independência mental, afetiva e financeira dos outros.

Cláudia de Marchi, 
Sorriso/MT, 22 de novembro de 2015.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

É preciso querer, é preciso destemer!

É preciso querer, é preciso destemer!

Quando você ama alguém? Por que você ama alguém? Quando surge este tal de amor? Não sei, sei, no entanto que ele se entrelaça com a admiração. Todavia, antes de qualquer pessoa vir a amar, a se apaixonar ou a se envolver por alguém, é preciso querer.
É preciso estar com a alma liberta, sem temores, sem paranoias, sem culpas pelo ultimo relacionamento, sem apego ao que lhe frustrou, sem autocomiseração, sem paixão recôndita, por quem já passou pela sua vida.
Você pode estar frente à pessoa mais especial do mundo, se você, por qualquer motivo, não estiver disposto a conhecer e dar-se a conhecer ao outro mais profundamente e, consequentemente, a arriscar-se a amar, você não irá.
Antes de qualquer sentimento imperar a racionalidade vigora e, com ela, nossos receios, nossos recalques, nossos dilemas interiores. Logo, o medo do que "está por vir", impede a vinda do que quer que seja: de risos, do prazer, da paixão, do apego, do afeto e do amor.
"Minha relação anterior terminou por tal razão e, portanto não me relaciono mais". É mais fácil pensar assim, mais covarde inclusive. E assim a vida das pessoas segue, como se fosse existir o momento perfeito, para conhecerem a pessoa perfeita e viverem um amor perfeito!
Vã ilusão! Inocente ideia! A vida não para seu fluxo, porque deixamos as oportunidades para o momento oportuno que, quiçá, nunca chegará. A vida não para nunca, nem para que lambamos nossas feridas, nem para que esperemos as oportunidades perfeitas para agirmos de forma perfeita. Primeiramente, porque isso é mais ilusório do que esperar o Papai Noel no Natal.
A vida é dos destemidos, dos intuitivos, dos que gostam e não tem medo de gostar mais, dos que desejam e não têm medo de desejar mais, dos que se encantam e não temem se encantar mais. A vida, a paixão e o amor, não são perfeitos, mas é possível viver-lhes com perfeição: da forma mais leve, destemida e intensa possível!
Não tema, pois ser taxada de louca ou exigente, porque você não se contenta com migalhas de afeto, tema, isto sim, criar apego por quem não merece seu tempo, atenção e prezar, justamente, porque não está disposto a lhe dar mesmo.
Selecione, exija o melhor do outro, exija o bem que você dá e está disposto a dar. Isso não é convencimento ou insanidade, é autor respeito e amor próprio! Não espere dos outros o que você não se dá.
Distância, tempo, medo, diferença de idade, classe ou situação de vida, dentre outros detalhes, são desculpas que a gente usa quando não tem interesse. Portanto, siga o mantra: ou soma ou some! Ou sim, vai se foder pra lá! Ou melhor, vá foder. Com outras, não com você.
Por que levar adiante uma relação que não tem futuro? Por que levar adiante uma relação em que apenas uma das partes está disposta a se entregar, a se envolver e a se apaixonar? Sim, porque se apaixonar é preciso estar disposto, é preciso desejar e estar destemido.
  
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 17 de novembro de 2015.

Mulher: desfaça-se dos outros e de suas opiniões!

Mulher: desfaça-se dos outros e de suas opiniões!

Mulher, quem foi que lhe disse que você tem que lavar a louça do almoço enquanto os homens bebem a cerveja gelada? Quem foi que disse que você tem que casar, ter filhos, fingir orgasmo e lutar para o casamento aparentar felicidade e durar?
Quem foi que disse que você tem que cozinhar, lavar e passar? Quem foi que disse que você tem que se vestir "assim ou assado", usar esta ou aquela cor de roupa e até de batom? Esta ou aquela flagrância de perfume?
Quem foi que disse que você não pode querer uma paixão divertida, um relacionamento sério, mas fora dos padrões que fazem do "papai e mamãe" algo que não seja apenas uma convencional posição sexual? Quem foi que disse que você tem que ser magra, se matar na academia, colocar silicone e fazer agachamento?
Quem foi que disse que você tem que ter mais livros do que sapatos, tem que "sentar-se como mocinha" e se "dar ao respeito"? Você tem sim, é que se respeitar para não aceitar migalha de homem machista que se faz de "confuso" e cansado para lhe negligenciar.
Você tem é que se respeitar para ignorar regras de uma sociedade patriarcal hipócrita que exige que você se "de" o que possui pelo fato de ser humana: o direito de ser respeitada, bem tratada e bem cuidada.
Você não tem que ser mãe, que ser a rainha do lar, a devassa sempre disposta a receber o parceiro relapso de pernas abertas. Você tem é que ser livre, tem que se conhecer, saber seus limites, ser dona das suas vontades, dos seus desejos e dos seus anseios.
Você tem é que se adorar, que se amar, que dizer para quem quer que ouse ser ou lhe dar menos do que você merece, que não se contenta com pouco e que esta pessoa irá achar alguém que se contente com ela, mas que esta pessoa não é você! Você tem que impor os seus limites, por mais que perder ilusões seja um tanto amargo.
Você tem é que ser você sem medo do julgamento alheio, porque, você mulher, não precisa agradar a macho ou a sociedade, você precisa é pagar as suas contas, dormir em paz e ser feliz! Você precisa ser dona de seu destino, de seu nariz, de seu corpo e de sua felicidade, sem depender de nada ou de ninguém.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 17 de novembro de 2015.

Sobre meus anseios, liberdade e limites de tolerância!

Sobre meus anseios, liberdade e limites de tolerância!

Outro dia eu disse para um cidadão interessante que não me empolgava em conhecê-lo mais, pois ele tem um bebê de 2 anos. Ele disse que compreendia e que pensava o mesmo em relação às mulheres, em especial quando se tem o sonho de ter "uma família sólida e realizada"! Ao contrário dele, este nunca foi meu sonho, mas tenho meus limites de paciência e tolerância na vida.
Meu sonho é continuar sendo rarefeita, mas intensa, mutante e realizada, viajar pelo País inteiro, conhecer New York e a Califórnia e, também, alguns países da Europa, meu sonho é fazer Mestrado e Doutorado e publicar uns livros.
Meu sonho é continuar tomando cerveja e comendo sem engordar, meu sonho é que meu traseiro e coxas continuem duros e, se eu der sorte coloco nessa lista conhecer um cara carinhoso, bom amigo, engraçado, inteligente e muito tarado! Um sujeito que me queira muito e que me dê presentes e faça surpresas, enfim algum maluco para se divertir comigo. Compreendendo que se a coisa ficar entediante cada um segue seu rumo!
Então, "moços" que tem lindos filhos com menos de 4 anos: desistam! A menos que eles morem a 3000 Km de distância de vocês! Guarda compartilhada? Nem que você tenha o corpo e rosto do Brad Pitt com o QI do Einsten e a inteligência emocional do Augusto Cury. Não quero desenvolver meu adormecido instinto maternal com baby alheio!
Ah, e você que guarda complexo pelo término de relacionamento/casamento, também é dispensável. "Meu casamento acabou por minha causa, meu trabalho me faz distante". Darling, casamentos acabam por falta de amor, atenção, tesão e afeto! Se o seu problema foi a profissão, ainda da tempo de reconquistar a donzela.
Mulheres gostam de se sentirem importantes e você pode fazer isso até a 20.000 km dela! Meus pais tiveram um casamento bom por 27 anos, apesar de ele viver fora. Quando terminou? Quando a distância se tornou afetiva: telefonemas relapsos, voz sem doçura.
Enfim, se você carrega um bebê no colo ou complexos de fim de relação, não me queira, procure um psicólogo, a sua ex, um padre, um médico psiquiatra, um prostíbulo, um exorcista, qualquer coisa! Eu sou advogada, professora universitária, cronista, cinéfila, eventualmente enóloga e cozinheira, raramente ébria, portanto, não tenho tempo pra nada complicado, pra dramas, pra "mimimi" e menos ainda pra fraldas ou gente com medo de se apegar!
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 17 de novembro de 2015.

domingo, 15 de novembro de 2015

Sobre se relacionar e confiar.

Sobre se relacionar e confiar.

No fundo todo mundo quer confiar em alguém, cuidar e ser cuidado. Todavia, as pessoas andam tão afoitas ou superficiais que elas não sabem como agir para conquistar a confiança alheia. Querem ser "confiadas", não sabem fazerem-se confiáveis.
Antes há o anseio por sexo e se ele acontece, há presunção de confiança cativada, então a conquista finda e o marasmo impera! "Intimidade se cria", dizem por aí. Eu acho que não. Intimidade sexual se cria, afinal, é instinto. Intimidade intelectual carece da confiança que, por sua vez, sucede a conquista.
Mas as pessoas perderam a paciência e a vontade de andarem "step by step". Prepondera a tal da pressa, reinam as relações de faz de conta, superficiais, só para alguns momentos bons. Afasta-se o coração, a intuição e o afeto, fica a pressa para a cama, para a diversão e para o "cada um para um lado" depois.
Relações fast food, relações com base na fome e na gula, não na admiração, necessidade e vontade de cultiva-la. Relações dispensáveis, ao menos para mim que já tenho uma vida assoberbada demais e sou paga para lidar com problemas alheios. Homéricos, diga-se de passagem. Ou seja, não tenho a mínima paciência para o "meio termo" problemático e imerso em incertezas.
Amadurecer é saber os seus limites, conhecer a própria alma e, sobretudo, saber que a gente não merece menos do que o inteiro, porque de metades não se faz nada bom. (Alcoolicamente falando nem a metade de um limão faz uma caipirinha que se "preze"). Amadurecer é se amar a tal ponto de, mesmo que o coração bata forte, chegar para o outro e dizer: “Se você me oferece apenas isso, lhe agradeço, mas recuso. Quero e mereço mais.”
Você não precisa do cara sarado, do milionário, do dono de um QI invejável, que lê de filosofia à clássicos da literatura brasileira. Você não precisa do sujeito de boa lábia e que manja da arte das "mentiras sinceras", afinal, você as dispensa!
Você também não precisa de alguém idêntico a você nos pontos de vista, metas e ambições! Você só precisa de alguém que pense como você a respeito do que constrói um relacionamento, enfim, de alguém que queira o mesmo que você de um romance, pois para todo o resto "dá-se um jeito"!
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 15 de novembro de 2015.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Sobre respeitar, sobre não discutir!

Sobre respeitar, sobre não discutir!

A gente anda falando muito em "tolerância" e "intolerância". Como eu sempre disse, essas palavrinhas são feias! "Tolerar" significa aturar, suportar, quando, o certo, deve ser respeitar. De toda forma, acho que, como pessoa, eu respeito a todos, mas não os tolero.
Sabe o povo "radicalíssimo", defensor da moral e dos bons costumes? O povo que veste a camiseta de uma causa, de um partido? O povo fanático religioso, o povo que idolatra quem a mídia sugere que idolatrem, enfim, o povo que quer lhe converter a pensar como ele? Esse povo que comumente é chamado de "intolerante"? Pois então! Eu também não os tolero, ou seja, não suporto no seguinte aspecto: eles não pagam as minhas contas e, logo, não preciso conviver com eles!
O "ato" de suportar/tolerar alguém normalmente se relaciona com a necessidade de conviver com esta pessoa e eu não preciso disso! Conheço muita esposa, por exemplo, que passa o feriadão suportando o marido o dia todo em casa, conheço pessoas que suportam a visita que veio de fora (quem nunca?) e etc..
Estou numa fase da vida, porém em que só trago voluntariamente ao meu mundo quem eu admiro. Pode pensar de forma avessa a minha em muitos aspectos, se me respeitar e conquistar a minha admiração estará comigo e não será suportado, mas respeitado, como também respeito aos intolerantes.
Como professora e advogada convivo com muitas pessoas que têm suas intolerâncias e radicalismos diferente dos meus (na verdade a questão está nas diferenças: em alguns assuntos todos podemos ser radicais, a questão é a diferença do ponto de vista! Chamamos, muitas vezes, de "intolerante", apenas quem nos contrária!), mas você, meu amigo, nunca me verá discutindo com eles!
Cientes são de meu ponto de vista, ciente fico do deles, apenas digo, (ainda que faça alguma brincadeira antes): "Tá certo." E, de fato está: eu discordo, mas respeito. Se eu os trarei para o universo dos "meus admirados" ou "admiráveis", daqueles que, aberta ou silenciosamente eu nutro profundo apreço?
Se, mais, trarei ao meu convívio íntimo de amizades, confiança, jantares e cervejadas? Provavelmente não. Não sou obrigada a tolerar ninguém no meu mundo íntimo se não tenho com ele afinidades, mas, como ser humano bem educado que sou, eu os respeito de coração, ainda que queira-lhes apenas como colegas, alunos ou conhecidos. Isso é respeitar!
Você não precisa concordar, admirar, gostar ou amar, sequer tolerar ou suportar, basta não ofender, basta não criar discussões tolas e querer a todo custo inserir a sua forma de pensar na mente alheia! Basta ser gentil no trato, apesar das discordâncias e dos desagrados delas decorrentes.
Não entendo nem nunca entenderei, porque seres humanos (que, presumo, sejam dotados de algo dentro de suas cabeças chamado de cérebro), em pleno 2015, ainda discutem! Mais ainda se o assunto é partidarismo político e política em si, religião ou opção sexual alheia e coisas do tipo! Se discordam, custa cada um se calar?
Ninguém muda o ponto de vista de quem se diz convicto e tão certo do que pensa que aumenta o tom de voz para argumentar! Ou seja, ninguém muda as ideias de quem não quer mudar de ideias! Eu sou especialista em ouvir o que chamo de "absurdos", posto que discordo, que atinem a temas polêmicos: de aborto, sexo, homosexualidade a "bolsomania", de Datena a homeopatia e relacionamentos afetivos, de apologia ao casamento, submissão e reprodução da espécie até religião e amizades. Mas eu silencio.
Não discuto com clientes, com parente, com pai, com amigos, com colegas, com alunos, com seja quem for que mostre-se a tal ponto certo de seu ponto de vista diferente do meu. Primeiramente: eu não mudarei seu ponto de vista e não pretendo (em certos assuntos) mudar o meu num embate, então porque não falar sobre qualquer outro assunto mais leve?
Sim, eu posso mudar de ideias: se eu quiser, pesquisar, vivenciar algo, mas jamais vou fazê-lo através de uma discussão com pessoas aumentando o timbre de voz e dando argumentos de senso comum como se fossem mestres.
Jamais concluirei: "Nossa, quando o fulano ergueu a voz e quase deu de dedo na minha cara eu percebi como ele estava certo e tem domínio sobre o assunto, então eu mudei de ideia! Foi neste instante em que quase me despi e disse: 'Me possua de quatro seu gênio! Faço reverência a você!'".
Ah, como seria bom se o povo aprendesse a calar, pegar um bombom, degustar um torresmo com um refrigerante gelado, ignorar aquilo com o qual discorda sem atormentar-se e atormentar os ouvidos de quem lhe cerca! Ah, que bom seria!
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 11 de novembro de 2015.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Feminicídio, não crime passional. A década de 80 já passou!

Feminicídio, não crime passional. A década de 80 já passou!

Ocorrem 13 homicídios em que vitimas são mulheres, por dia, no Brasil. Atualmente, referido tipo penal chama-se feminicídio e o Brasil é, no mundo, o 5º país que mais mata mulheres. Estranhos mesmos, são os motivos que os homens dão.
Nove em dez vezes, na sua defesa, a moral da vitima é colocada em cheque. Tenta-se, a todo tempo, chamar de “passional”, ou seja, de crime cometido por paixão, o que não passa de crime cometido por ego, de feminicídio pura e simplesmente.
Supere a década dos grandes júris e absolvições baseadas em passionalidade e “legitima defesa da honra”, enfim, deixe os anos 70 e 80 no passado. Época em que a defesa da honra de broxas assassinos “colava” frente a um corpo de jurados machista e, quiçá, igualmente broxa!
Enfim, se você acha que sua parceira/ficante/namorada/ex-namorada/esposa/ex-esposa/companheira/ex-companheira é "vagaba", que não merece valor "porque dá pra qualquer um", você está no seu direito.
Sim, amiguinho, no mundo das suas ideias você tem o direito de pensar o que quiser, de julgar ao outro como bem entender. E, sobretudo, você tem livre arbítrio! O livre arbítrio de se afastar, de mandar se catar, de encher a cara, ir pra zona, pegar a conhecida bonitona dela, chorar até dormir, encontrar outra, o que for.
Você não tem e jamais terá o direito de agredir, de ofender e de matar. Fazer isso, coloca por água, digo, por esgoto abaixo, as suas lágrimas de "homem corno ofendido em sua 'dignidade'". Faz de você um psicopata-broxa-covarde-idiota! Só isso.
E, acredite, essa defesa de que ela era uma "vadia", só mostra a sua imbecilidade: se ela não era a lady que lhe "merecia", porque o despeito gerador das ofensas? Se ela era tão ruim, por que chegar ao ponto de ofender e agredir?
Se ela era "vagaba" e existem tantas assim, porque "pirou" de amores? Se, como ela existem mil, porque gamar e querer ser dono? Se ela era tão bijuteria, porque a obsessão que nem diamantes merecem? Enfim, seu psicopata agressor e/ou homicida: a culpa não é dela, a culpa é de seu ego doentio.
E a culpa também é de todos os que julgam as milhares de mulheres agredidas, assassinadas e mal julgadas por dementes como você, sem estarem fazendo um júri depois de tirarem até o seu rim (financeiramente falando). Tais pessoas, também, não merecem o meu respeito.
Se eu defendo homens como você? Como advogada, talvez. O processo merece defesa, se eu não faço, outro faz. Ademais, "pagando bem, que mal tem"? Daí a defender sociopata machista de graça em mesa de bar, redes sociais ou em discussão com parentes machistas? Não, obrigada. Pra mim se você morrer, ganhar flor e nascer de novo, aí então, terá um "bom começo".
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 10 de novembro de 2015.