Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Abusadores e abusadoras.

Abusadores e abusadoras.

Você cidadão de bem, você pessoa que acha que o mundo se circunscreve ao seu umbigo e que se ajoelhando na igreja aos domingos todos seus pecados serão purgados, pesquise nas redes sociais os relatos de primeiro assédio sofrido pelas mulheres que, anonimamente em sua maioria, estão se rebelando.
A grande maioria, infelizmente, se trata de assédio sofrido por menores de 14 anos pelos padrastos e, até mesmo, pais biológicos. Horripilante não? Sim, mas piora: na maior parte dos casos, quando a agredida conta à sua mamãe, ela nega, ela ignora, ela não acredita e, seguidamente, segue seu lindo casamento como se nada tivesse ocorrido.
Algumas vêm a se divorciar anos após, por outros motivos e, ainda assim, seguem elogiando o ex-marido perante a filha que ele abusou. Ah, mas filha, o que é uma filha, não é mesmo!? Ora, nada! São narrativas lindas, muito lindas.
Lindo o machismo nas famílias, lindo o que uma mãe (aposto que dessas que postaria foto da filha nas redes sociais com a legenda "minha razão de viver") faz em prol de um casamento, de um macho asqueroso.
Lindo o quanto de irresponsabilidade e desamor existem incrustados na ausência de diálogo entre pais e filhos. Desde criança eu achava um absurdo a necessidade de temer para respeitar. "Tem que temer a Deus", dizia meu pai. E eu pensava: eu não gosto de quem eu temo, então eu vou ignorar.
Religião a parte, meus pais sempre conversaram sobre tudo comigo, nunca os temi, sempre confiei, admirei e respeitei. E não ouve um beijo na boca deles omitido. Um olhar desnecessário que não fosse reclamado. Dialogo faz falta nas relações familiares.
Mas, onde há diálogo o medo se evade e existem muitos pais que querem ser reverenciados como autoridade, são chefes de família, não líderes de família. Porque, na profissão e na família, um líder é respeitado pela forma com que age, não pelo temor que impõe.
Tenho, pois pena dessas jovens: molestadas pelo padrasto e pela família, por quem ela confiou. Pela sociedade machista, inclusive. Lamentável a hipocrisia nesse mundo! Oito em 10 mulheres mães não deveriam parir. Sabe por quê? Porque nem mulheres souberam ser.
Sabe por quê? Porque a mulher que se torna mãe tem que saber que terá que abrir mão do "macho alfa", do queridinho, do boy gostoso, do casamento e de muitas outras coisas em prol da criança que trouxe ao mundo.
Mundo que seria melhor e com menos gente mal resolvida e frustrada filha dessas "queridas mamãezinhas", se elas fossem trabalhar, se sustentar e fornicar o quanto quisessem por aí, sem precisar dar à luz quando não sabem amar, zelar e cuidar. As narrativas de primeiro assédio (#primeiroassedio) vêm revelando muito mais do que casos de pedofilia. Infelizmente!

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 03 de novembro de 2015.

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