Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Os desconcertados que consertam.


Os desconcertados que consertam.

Eu na vida: "conserto" a pintura do esmalte do pé o resto eu substituo por novo! Relacionamento, por exemplo! Uma vez desmantelado, uma vez ocorridos desrespeito e deslealdade, não tem boa vontade que ajude a consertar.
Acho de última categoria aqueles posts/frases hipócritas: "antigamente as relações duravam mais, porque as pessoas consertavam ao invés de colocarem fora" (algo pseudo romântico do tipo). Tá, dai eu pergunto? E tinham opção? A mulherada tinha independência?
Depois de "lutarem" pela relação, “consertando-a”, ou melhor, remendando-a, não ficava magoa e aquele tal de "jogar na cara"? Havia harmonia e felicidade ou uma união "longa e bela" (pra inglês ver), calcada na submissão e no ato de "suportar"?
Mudar de amor ou ficar só não é feio, ridículo mesmo é estar com alguém há tempos sendo "há tempos" frustrado. Ah, e comendo em excesso, porque comida e bebida são as fugas principais dos infelizes.
E é por isso que dizem que "casamentos engordam"! Engordam, porque amornam e se deixa de usar o quarto para usar a cozinha. A geladeira é e sempre será o primeiro caso extraconjugal numa relação insossa.
Mas e daí né?! O que as pessoas querem mesmo é anos, quantidade, mostrar para a sociedade que são respeitáveis, monogâmicas, que tem a vida perfeita, enquanto as mulheres se entediam em finais de semana e feriados cuidando dos filhos, enquanto o marido enche a barriga de cerveja, vai jogar bola e chega com a roupa suada e suja em casa.
As pessoas não querem apenas serem felizes, elas querem aparentar que são felizes e, para tanto, usam aquela cartilha social latente que diz que é dever do ser humano: nascer, crescer, se reproduzir e morrer. Esperar a morte, para ser exata.
Plantar uma árvore e escrever um livro são opções em segundo plano, fundamental mesmo é casar e ter filhos e, obviamente, permanecer casado, até mesmo porque ninguém quer fracassar em nada.
O divorcio é um indicio de fracasso na relação, portanto, no anseio de demonstrar que são felizes as pessoas o empurram com a barriga, por que? Para mostrarem para as outras pessoas (que também estão muitíssimo preocupadas em serem mais felizes que as demais) que são infalíveis e que tem uma vida melhor que a delas. Elas competem silenciosamente, através desta cartilha hipócrita umas com as outras.
E é assim que seguem “consertando” seus relacionamentos que, na pratica, é uma colcha de retalhos cheia de furos que ninguém, se visse de perto, desejaria. Isso é triste meu caro, porque, uma coisa é certa: depois de rasgado o pano ou quebrado o cálice, você pode costura-lo ou colá-lo, mas ele nunca mais será o mesmo e o seu prazer em usá-lo também não. Viver para agradar ao outro ou mostrar-se para a sociedade é a forma mais estupida, infame e infeliz de escravidão que existe.
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 06 de novembro de 2015.

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