Da finesse desprovida de arrogância.
Há muito, muito tempo, numa
"galáxia" não muito distante denominada juventude, eu tinha orgulho
de ser temida. Sempre que algo acontecia, eu ouvia de quem me amava: "Eu
não quis conversar a respeito." Ao indagar sobre o silêncio, eu ouvia um
"por medo".
Sempre fui demasiado
"positiva" na minha forma de expressar e isso, ligado a outras
características e a uma acentuada "brabeza", amedrontava as pessoas.
Na faculdade, no trabalho, nas amizades, na família, nos namoros. Na época eu até me orgulhava disso, hoje eu tenho asco.
Eu não quero ser temida, contento-me em ser respeitada. Não
preciso que aqueles que convivem comigo, profissional ou afetivamente, tenham
medo de mim. Prefiro a boa e velha reverência respeitosa proveniente da boa e
velha admiração!
A admiração inspira, o medo sufoca! Não temo responder a nada e
me imponho negativamente quando acho necessário, mas não preciso ver nos outros
temor reverencial, a simples reverência da admiração pela afabilidade,
humildade e acessibilidade me contenta.
Não vivemos mais no militarismo, sou humana quando próxima a
outro ser humano e sei falar-lhe e tocar-lhe a mente sem tratar-lhe com
desmerecimento, com arrogância, porque tenho um bom "lattes" ou
qualquer razão afim. Se a pessoa não for capaz de me respeitar por ter o meu
respeito e atenção, que não seja por ter medo de mim.
Isso é dèmodè demais! Além de indiciar fragilidade de ego, o que
não me ocorre. E nem pretendo que ocorra. São novos tempos meu amigo! Tempo em
que todos podem aprender com o outro, por mais técnica e conhecimento
profissional que tenhamos, no fundo, existe um momento em que todos somos seres
aptos ao aprendizado e a superação de pré-conceitos e paradigmas arrogantes!
A
finesse que muitos buscam na arrogância e no “nariz empinado” não está no
"Dr.", na casa, no carro importado, no cargo, nas roupas, na fala
mansa, na voz baixa, na silhueta, na arrogância cultural do "eu sou mais,
você é menos", na hipocrisia abjeta do "ai que horror", "ai
que nojinho".
A
fineza está na educação, no trato, no respeito ao próximo, no saber falar
agradavelmente até o que pode não ser tão agradável. Ser fino é saber ser
humano diante de outro ser humano (valho-me de Jung), e não "ego", é impor-se
sem aviltar e, sobretudo, ser fino é ser feliz, bem resolvido e educado!
Ser
fino é saber levar inspiração e alegria onde impera o desânimo e o medo. É
inspirar a curiosidade, o questionamento e a dúvida, mãe da sabedoria! Enfim,
gente fina faz a diferença no mundo e não precisa impor medo, pelo contrario, impõe
respeito com um sorriso nos lábios.
Sorriso/MT, 22 de novembro de 2015.
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