Do curso pré-vestibular à
academia jurídica.
No ano de 1999, após meu pai
parar de fazer viagens internacionais com os caminhões que tinha, minha mãe,
cansada do tempo de ausência do, então, marido, resolveu voltar à Passo Fundo,
afinal, no ano seguinte estava na hora de eu entrar na faculdade e etc.
Voltamos da cidade em que morávamos (Uruguaiana) há longos 8 anos, para a
capital do planalto médio gaúcho.
La retornei a escola em que
estudei desde a infância. O Instituto Educacional de Passo Fundo onde havia o
chamado "terceirão", no qual o terceiro ano era voltado a aprovação
no vestibular. Tendo eu retornado de uma cidade menor com dificuldades extremas
em ciências exatas, e, além disso, pela arrogância da maioria dos colegas, mal
suportei um semestre! Então, cansada, ciente de que não faria vestibular em
nenhuma federal, fui para outra escola!
Me apaixonei na primeira aula
pelo colégio Notre Dame que, ao contrário do IE, era católico, não metodista.
Antes, porém de fazer o vestibular em janeiro de 2000, na UPF, onde eu queria
Psicologia, mas fui compelida ao Direito (pelo qual criei amor após algumas
aulas), tornei ao cursinho Garra, curso pré-vestibular parceiro do colégio do
qual havia desistido no inicio daquele ano (1999).
Tive aulas sensacionais! Eu podia
ser catastrófica em exatas, mas os professores do cursinho eram apaixonados
demais pelo que faziam: não tinha como me sentir mal naquelas aulas! Enfim, foi
num super-intensivo pré-vestibular e em 6 meses de "terceirão" que eu
descobri o que me encantava no magistério: a importância dada aos alunos, a preocupação
com sua aprendizagem, o humor para tornar a aula da matéria menos chata e, ao
menos, um pouco menos entediante!
Obviamente, desde aquela época,
não eram todas as brincadeiras que agradavam aos aluninhos, mimados,
seguidamente! Sempre haviam os comedidos, praticamente
"inagradáveis", mas eu não era um deles. Tendo ou não dificuldade em
ciências exatas, se o professor tinha animo, humor, tesão por estar na sala, a
aula não me cansava!
Obviamente, eu não trabalhava na
época! Descobri o que era laborar num escritório de cobrança meio ano antes de
me formar, em janeiro de 2005. Mas, de toda forma, para mim, o ânimo e o humor
do professor são muito importantes. E, após inúmeras aulas enfadonhas na
faculdade, algumas, muito animadas, mas a maioria não, descobri e delineei a
minha atitude enquanto professora da minha paixão (o Direito): ser cômica, ser
didática, tentar fazer com que meus alunos aprendam e superem a prolixidade
enrolada da maioria da doutrina jurídica que precisam ler!
Arre! E como são prolixos os
doutrinadores jurídicos! Aliás, como a maioria dos operadores do Direito adora
ser pomposo, adora tergiversar e impor aos demais “mundanos” que tem um
vocabulário rico, que entendem das leis e que, por isso, estão num nível “superior”
ao resto da humanidade! Isso nunca me cativou, em que pese o conhecimento jurídico
me apaixone, mas não a sua, quase sempre, ausência de didatismo, simplicidade e
bom humor.
Como meus mestres inesquecíveis,
sei que não agrado a todos. Sei que muitos não têm maturidade para diferenciar
a pessoa do professor da disciplina ministrada, logo, tendem a amar o professor
da disciplina amada e desprezar o professor da matéria desprezada.
Não me importa! Sou leal a minha
concepção de transmitir conhecimento: sem distinguir claros de morenos, pobres
de ricos, agradáveis de desagradáveis, amigos de não amigos, feios de belos,
enfim, sem distinção e com muita paixão! E que venha mais um semestre cheio de
aprendizado e que o meu melhor seja dado àqueles que justificam a minha paixão
por ensinar: os meus alunos.
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