Pequena
crônica sobre o bandido que é bom morto.
Bandido bom é bandido morto se ele não
for o Eduardo Cunha. Bandido bom é bandido morto se ele não for o político que
desviou verbas, mas que é "representante" do seu partido. Bandido bom
é bandido morto se ele não for o seu pai sonegador de impostos e que corrompe
policial na sua frente quando pode e ainda diz que é "necessário"
fazer isso no Brasil.
Bandido bom é bandido morto, se não foi
o seu filho que atropelou um cidadão quando dirigia semi-alcoolizado. Bandido
bom é bandido morto, se não for o advogado que faz
parceria com policial corrupto para poder sustentar um estilo de vida alto,
enquanto passa a "lábia" no próprio cliente.
Ah, bandido bom é bandido morto, desde que não seja o outro
colega advogado que se apropriou de uma pequena fortuna do cliente que
representou para terminar o financiamento da camionete nova. Bandido bom é
bandido morto se não for o seu sobrinho, que divulgou fotos da ex namorada na
internet para se vingar pela rejeição.
Bandido bom é bandido morto, se não for o empresário receptador
de produtos roubados e se não for o produtor que faz contrabando de insumos
agrícolas. Bandido bom é bandido morto, se ele não for o seu irmão que bate na
esposa e a ameaça para que não conte a ninguém. Bandido bom é bandido morto se
ele não for sua madrinha médica que, por negligência, matou um paciente.
Bandido bom é bandido morto, se ele não for seu amigo ou colega.
Enfim, bandido bom é bandido morto, mas depende de quem é o bandido e não do
que ele fez, porque crimes, ah, meu amigo, leia o Código Penal, leia as leis
penais esparsas e então verá que você também os comete e, de repente, para um
pai que não seja o seu ou para o filho de outra pessoa, o bandido possa ser
você!
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 25 de janeiro de 2016.
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