Down no hight society.
“Aí em Sorriso quando as mulheres querem trair os maridos vão até o estacionamento, de preferencia subsolo, de um mercado, deixam o carro lá e vão com o amante, no carro dele, ao motel”. Me contou um ex-morad
or da cidade, se referindo ao alto índice de infidelidade entre a “alta classe” aqui na capital do agronegócio. Bem, creio que infidelidade exista em qualquer lugar do mundo, mas, como uma mulher que já morou em várias cidades diferentes, não posso negar que nunca fui tão assediada por homens comprometidos como fui por aqui. Cidade mais nova do que eu, quem conseguiu subir na vida, via de regra, o fez estando acompanhado ou casado, logo, anos depois, quando o boi do casamento se vai com as cordas, dividir bens pode ser muito “desagradável”. Ademais, cidade religiosa, cheia de fieis católicos e de igrejas diversas, a separação não deve ser muito bem vista pelos companheiros de igreja (seja ela qual for).
Traição? Flerte com mulheres solteiras? Caça a “outros” e “outras” nas academias lotadas da cidade, onde muitos não sabem conjugar verbo com sujeito, mas possuem profundo conhecimento acerca de tratamentos estéticos e “bombas” para ganhar músculos? Ah, isso não faz mal, desde que não saia das paredes do motel. Ou do chat “privado” do face. Ou do whatssap. Ou de um outro programa que deleta automaticamente as conversas.
Enfim, no inicio deste texto eu falei em “alta classe”, certo?! Mas, que classe? Financeira, obviamente. Não falo de moralidade, de decência, de valores, de cultura, de educação, de finesse. Falta, no mundo, pessoas que distingam a aparência da realidade, o dinheiro da moral, as roupas da cultura, porque, infelizmente, como diria minha amiga Rita Lee há longos anos, a coisa está cada vez mais “down no hight society”. Mas, analisando mais a fundo e na maioria das vezes, sempre esteve! No mundo todo, sempre esteve.
Casas pomposas, milhares de hectares, roupas caríssimas, carro importado, rinoplastia para arrebitar ainda mais o nariz, enfim, nada disso nunca escondeu e nunca esconderá a indecência da hipocrisia humana. De toda forma, fico feliz, pois aqui ou em qualquer lugar, isso nunca me surpreendeu. Eu nunca fui deslumbrada! Não existe bilhões de reais ou mansão, não existe doutorado ou pós-doutorado, cargo publico ou poder, que me façam ficar cega frente a atitudes asquerosas ou estupidas dos seres humanos. Bom que nem todos pensam assim, do contrario, iria ter gigolô sarado sem amante, fazendeiro pançudo sem a jovem pra bancar a academia, a lipoaspiração e o silicone e jovem fazendo faculdade sem ter o filho de fazendeiro como objetivo, ao invés da formatura e carreira. Enfim, além de fúteis, existiriam pessoas solitárias e sem objetivos na vida. Seria triste, logo: benditas diferenças!
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