Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Dos meus avós ao mundo atual e perdido!

Dos meus avós ao mundo atual e perdido!

Meu pai sempre foi caminhoneiro. Minha mãe foi professora de matemática. Casou, após um tempo, parou de lecionar e se tornou artesã. Todas as minhas tias, maternas e paternas, são professoras. As que não são mais, como minha mãe, uma tia paterna e minha avó materna, hoje com 90 anos, já foram, um dia. A família da minha avó materna era abastada. Muitíssimo abastada lá na região de Nonoai/RS.
Minha avó casou com meu avô, moreno lindo, audacioso, porém não rico, e a riqueza, ficou no passado dela. Tiveram 4 filhas mulheres. Inteligentíssimas e guerreiras, dentre elas a amiga que mora comigo, digo, a minha mãe. Meu pai descende de italianos. De famílias que prosperaram razoavelmente em Passo Fundo/RS. Avó paterna da família Tagliari, infelizmente falecida, avô paterno, de Marchi, vivo e firme.
Aliás, minhas avós tiveram um excelente gosto para a aparência do sexo oposto! Os meus avós são homens lindos, lindíssimos! O Achiles, pai do meu pai, tem um par de olhos hollywoodianos! Azuis, lindíssimos, e, tal como o Osório, pai de mamãe, possui um nariz perfeito (não consigo achar ninguém bonito se acho o nariz feio! Sou apaixonada por narizes!).
Bem, pra que tudo isso? Bem, pra nada, ainda! A moral é que tive ascendentes ricos, mas nunca fui rica. Sempre fui "remediada". Todavia, sempre vivi como uma pessoa abonada no quesito educação. Meus pais primaram por ela! Sempre estudei em colégios particulares excelentes, curso de línguas e tal, como as filhas de latifundiários do arroz com quem convivi na escola quando morei em Uruguaiana/RS, enquanto meu pai se aventurava em estradas argentinas no período da minha quinta série primária ao segundo ano do segundo grau.
Em Passo Fundo, certamente, eu sempre fui a filha de caminhoneiro em meio a filhas de médicos, advogados, agrônomos, fazendeiros e etc.. Nunca me senti desconfortável! Nunca! Nas férias eu viajava pelo Brasil, aos 9 anos minha mãe me deu um livro de Schopenhauer, e materialismo nunca foi meu forte! Nunca! E nem é.
Eu sempre fui uma fã de intelectos. Tornei-me meio socialista aos 9 anos, graças a uma professora de História diva! E, após a primeira eleição do Lula, em quem votei, fui, ao longo do tempo e cada vez mais, tendo certa ojeriza a partidarismo. Em 2012/2013 noivei com um homem inteligentíssimo, formado em Medicina (psiquiatra) e Direito, que havia sido candidato ao governo do RS em 2010. Ainda apaixonado por política, fui com ele à Brasília, conheci pessoas maravilhosas! Mas, ainda vigorou o meu lado nietzschiano: não simpatizo com partidarismo.
Assim como não simpatizo com religiões, tribos ou nada que divida as pessoas: "eu sou isso, você é aquilo, (sai pra lá, não brinco com você)!". Sabe, algo de gueto, de estigmatizar alguém, de ser infantil, e, portanto, tornar-se intolerante ao oposto? Não gosto, aliás, desprezo. A vida requer posições, mas nada que nos leve à perda do senso crítico, da lógica. E ser um homem de partido não tem nada, nada a ver comigo!
Então, resolvi me evadir do RS e me aventurar humildemente na capital nacional do agronegócio aqui no MT que, produz e continuará produzindo, em sua terceira década, não apenas agricultura, soja, especificamente, mas mentes pensantes, gênios, quiçá! E é aí que o magistério me apaixona, pois me sinto útil! Participar deste processo numa cidade que, ainda, é dividida por uma BR, me anima!
Enfim, do que o Brasil precisa, minha gente? De educação! Professores de primeiro, segundo e terceiro grau apaixonados pelo que fazem e valorizados! O que, por menos materialista que eu seja, inclui a valorização salarial! Assim, quem sabe, os alunos das escolas municipais consigam chegar as universidades federais, aquelas que abriga, seguidamente, filhos de pais que investiram muito dinheiro em colégios caros e cursos pré-vestibular.
Enquanto isso? Enquanto ninguém que está lá, partidarizado politicamente e eleito, pensa nisso, mas resolve tapar o sol com a peneira, eu não irei me opor à cotas raciais, menos ainda, às sociais, pelas qual nutro imensa simpatia. O Brasil é um País desigual sim! "Ah, mas tem o FIES!", tem e não nego, "até que" está ótimo! Na minha época, posto que meu pai tinha caminhão frigorífico próprio, declaração de renda boa, eu não consegui! Por 5 anos, sendo 6 feito em 5 (adiantei), ele pagou mais de R$ 1400,00 mensais.
Só que financiamento, cotas, nada disso resolve a raiz da celeuma: a desvalorização dos professores e da educação no ensino primário e secundário. Financiamento um dia haverá de ser pago, meu caro! A solução para o Brasil? Não é apresentador de programa de televisão podre ganhar milhões, jogador de futebol bilhões, modelo anoréxica milhões e a moça da capa da Playboy que não sabe conjugar verbo com sujeito, muita grana pra mostrar o traseiro editado em programas de computador! É educação, valorização de quem educa, para que o educado cresça e apareça, não como "garigata", mostrando o corpo na revista, mas como ser pensante, como ser intelectualmente útil!
Simples, a solução é educar. Não é a religião, não é a obsessão partidária, é a educação! "As cotas reduziram a desigualdade!". Ótimo! Mas, vamos, repito, descer à raiz do problema: a educação! Porque remediar sempre, não resolve, só ameniza. E eu não estudei tudo o que estudei nesta vida para me conformar com o "ameno"! Eu quero é solução. Mas, obviamente, não vou me opor àquilo que remedia, porque eu quero é uma pátria menos desigual!


Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 21 de janeiro de 2016.

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