Era uma vez...
Era uma vez uma moça jovem que começou a namorar com um moço bem mais velho e muito vivido. Muitas histórias aparentemente boas, e outras tantas de fugacidades, de desamor à mulheres apaixonadas e encantadas com seu charme, muitos filhos renegados e lindas jovens que precisavam de um pai mas não tiveram, mesmo sabendo quem era. Ele era desses moços que se destacava num esporte e chamava a atenção das meninas. Pois então esse homem conheceu a moça quando ela tinha 24 anos apenas. e ele estava mais convencido ainda porque havia se tornado empresário, afinal sua família era muito rica.
As relações nascem de uma boa estrutura de maturidade ou de uma má estrutura de necessidade. Ela, a jovem da nossa história estava se sentindo carente, filha única, poucos amigos, os pais estavam se separando, e ela sentiu um buraco de frustrações se abrir em seu peito, mas não tinha para quem gritar porque precisava dar um pouco de apoio à mãe, outro pouco ao pai. Ela estava só, muito só. Se sentia como um drogado no fundo do poço trancado num banheiro público onde os azulejos encardidos são bons companheiros, e assim ele lhe apresentou sua alma encardida e problemática e ela viu que havia alguém com mais idade, mas mais infeliz do que ela estava naquele frágil momento de sua história. Sim, porque ela não era triste por natureza, ela estava triste, estava só. Quem sabe, pensou ela, se ela salvasse a ele, ela poderia se salvar? Ele era doente, mas a inseriu em sua vida de forma que lhe fazia crer que a amava.
E, assim, ela começou a sentir um sentimento maternal por aquela pessoa. Eles não moravam na mesma cidade, mas em locais próximos. Nos finais de semana em que ela desejava alentar sua solidão e ele desejava mostrar a namorada jovem para os amigos ela percebia como ele era pouco equilibrado: Não tinha equilíbrio para beber, para dosar o excesso das palavras rudes ou afetuosas, perdia o senso do ridículo e, enquanto muitos tinham asco ou raiva, a mocinha sentia dó, sentia pena. Sentia sim, uma triste vergonha, mas se sentia desafiada a entender o porque. Porque um homem de boa família, com uma carreira imensa pela frente, fisicamente saudável e belo, enfim porque um homem aparentemente bondoso e em busca de um amor poderia ser tão vil e desagradável?
A moça queria ajudar. Certa vez acertaram que iriam morar juntos. Ele que morava num palacete de duzentos e cinqüenta metros quadrados da mais pura solidão chamou a donzela espiritualizada, bem humorada, apesar de solitária e perdida para tentarem viver juntos. E ela deu o seu melhor, ia para outra cidade onde trabalhava, voltava, fazia janta, tomava banho, organizava o amor, e tudo. Conversava, tentava entender o ser parceiro e suas complicações, mas nada nunca era suficiente. Até que um dia a moça desistiu.
E assim, afastada, milhares de pessoas legais surgiram na vida da moça sonhadora,afinal era uma mulher como poucas, irradiava boas energias, alegria e vontade de viver, agora, neste momento de sua vida. Agora ela merecia pessoas boas, não estava mais tão solitária. De todas as novas pessoas que a vida lhe apresentou a que ela mais gostou representava o mar e o céu na sua vida, lindos, intensos, e, para ela, inesquecíveis momentos viveram numa comunhão perfeita das mais iluminadas energias do universo. Mas ela era fraca, era frágil. Essa pessoa um dia disse que aprendeu a ficar frio com a vida. E a moça retraiu toda, de pânico de ser frustrada de novo, assustada e com medo, se recolheu, chorou muito e travou seu coração e seus sentimentos em relação a este novo rapaz temendo que ele judiasse de seu coração e lhe abandonasse. E a moça tinha trauma de abandono porque sofreu ao ver o da mãe, de resto nunca foi abandonada por algum pretendente.
De repente, quando ela estava envolvida com este outro e jovem rapaz, apesar do medo o homem mau voltou a sua vida, tentando-lhe de todas as formas, afirmando que seria diferente, que nunca mais iria exagerar em nada apenas no amor que tinha por ela. Prometeu que sofreu muito e que lhe amava mais que tudo, prometeu que seria o marido que ela sempre desejou. E, adivinhei?Ela pensou, quis dar essa segunda chance achando que todos merecem uma, ela ficou com medo de se enganar com o outro que lhe deixava insegura e acabou cedendo ao que lhe deu segurança. Segurança após se apossar de seu corpo, e decepção, mal trato e toda forma de tristeza após se apoderar de seu coração e de colocar o seu sobrenome ao lado do dela.
A moça, então com 27 anos chorou rios e mares de lágrimas de arrependimento, de tristeza. Mas, quem se importa? Muitos deveriam crer que ela merecia.Bem, se merecia, sofreu, padeceu, perdeu o sono e por diversas vezes o seu arrepender tornou-se vontade de perder a própria vida. Remédios em demasia ela ingeriu, ficou doente, ficou muito doente porque a moça que se achava "super" a ponto de fazer o ruim se tornar bom, achava que seriam overdoses de remédios que lhe trariam o amor que ela deixou para trás quando confiou errado. Quando confio em que não merecia absolutamente nenhuma confiança. Ela havia deixado passar um verdadeiro amor, um amor daqueles que se entende com o olhar, um amor do tipo que o toque sublima o beijo, um amor raro, uma jóia de amor. Ela deixou de lado por uma mentira. Tudo por que? Porque a moça ainda achava que poderia fazer o moço que nunca foi ideal para ela se tornar uma pessoa centrada, uma pessoa boa. Ela achava que apenas ela o compreendia e que apenas ela poderia salva-lo. Ela era pretensiosa e orgulhosa sem perceber-se disso.
Todavia, quase tarde demais a mocinha aprendeu que ninguém salva ninguém neste mundo e que não importam as boas intenções do outro, quem deve as ter é quem precisa executa-lãs. A mocinha aprendeu que um amor que faz tremer o corpo e a alma não se joga para o lado, não se desrespeita e nem se ignora porque é quase certo que uma vez perdido ele nunca mais será encontrado. Todavia, também é certo que Deus é bom com quem é humilde e dá um amor verdadeiro àquele que reconhecendo seus erros ora à ele para ter paz. Amar e ser amado, todos precisam, mas nem todos merecem.
Cláudia de Manche
Wonderland, 20 de abril de 2010.
Era uma vez uma moça jovem que começou a namorar com um moço bem mais velho e muito vivido. Muitas histórias aparentemente boas, e outras tantas de fugacidades, de desamor à mulheres apaixonadas e encantadas com seu charme, muitos filhos renegados e lindas jovens que precisavam de um pai mas não tiveram, mesmo sabendo quem era. Ele era desses moços que se destacava num esporte e chamava a atenção das meninas. Pois então esse homem conheceu a moça quando ela tinha 24 anos apenas. e ele estava mais convencido ainda porque havia se tornado empresário, afinal sua família era muito rica.
As relações nascem de uma boa estrutura de maturidade ou de uma má estrutura de necessidade. Ela, a jovem da nossa história estava se sentindo carente, filha única, poucos amigos, os pais estavam se separando, e ela sentiu um buraco de frustrações se abrir em seu peito, mas não tinha para quem gritar porque precisava dar um pouco de apoio à mãe, outro pouco ao pai. Ela estava só, muito só. Se sentia como um drogado no fundo do poço trancado num banheiro público onde os azulejos encardidos são bons companheiros, e assim ele lhe apresentou sua alma encardida e problemática e ela viu que havia alguém com mais idade, mas mais infeliz do que ela estava naquele frágil momento de sua história. Sim, porque ela não era triste por natureza, ela estava triste, estava só. Quem sabe, pensou ela, se ela salvasse a ele, ela poderia se salvar? Ele era doente, mas a inseriu em sua vida de forma que lhe fazia crer que a amava.
E, assim, ela começou a sentir um sentimento maternal por aquela pessoa. Eles não moravam na mesma cidade, mas em locais próximos. Nos finais de semana em que ela desejava alentar sua solidão e ele desejava mostrar a namorada jovem para os amigos ela percebia como ele era pouco equilibrado: Não tinha equilíbrio para beber, para dosar o excesso das palavras rudes ou afetuosas, perdia o senso do ridículo e, enquanto muitos tinham asco ou raiva, a mocinha sentia dó, sentia pena. Sentia sim, uma triste vergonha, mas se sentia desafiada a entender o porque. Porque um homem de boa família, com uma carreira imensa pela frente, fisicamente saudável e belo, enfim porque um homem aparentemente bondoso e em busca de um amor poderia ser tão vil e desagradável?
A moça queria ajudar. Certa vez acertaram que iriam morar juntos. Ele que morava num palacete de duzentos e cinqüenta metros quadrados da mais pura solidão chamou a donzela espiritualizada, bem humorada, apesar de solitária e perdida para tentarem viver juntos. E ela deu o seu melhor, ia para outra cidade onde trabalhava, voltava, fazia janta, tomava banho, organizava o amor, e tudo. Conversava, tentava entender o ser parceiro e suas complicações, mas nada nunca era suficiente. Até que um dia a moça desistiu.
E assim, afastada, milhares de pessoas legais surgiram na vida da moça sonhadora,afinal era uma mulher como poucas, irradiava boas energias, alegria e vontade de viver, agora, neste momento de sua vida. Agora ela merecia pessoas boas, não estava mais tão solitária. De todas as novas pessoas que a vida lhe apresentou a que ela mais gostou representava o mar e o céu na sua vida, lindos, intensos, e, para ela, inesquecíveis momentos viveram numa comunhão perfeita das mais iluminadas energias do universo. Mas ela era fraca, era frágil. Essa pessoa um dia disse que aprendeu a ficar frio com a vida. E a moça retraiu toda, de pânico de ser frustrada de novo, assustada e com medo, se recolheu, chorou muito e travou seu coração e seus sentimentos em relação a este novo rapaz temendo que ele judiasse de seu coração e lhe abandonasse. E a moça tinha trauma de abandono porque sofreu ao ver o da mãe, de resto nunca foi abandonada por algum pretendente.
De repente, quando ela estava envolvida com este outro e jovem rapaz, apesar do medo o homem mau voltou a sua vida, tentando-lhe de todas as formas, afirmando que seria diferente, que nunca mais iria exagerar em nada apenas no amor que tinha por ela. Prometeu que sofreu muito e que lhe amava mais que tudo, prometeu que seria o marido que ela sempre desejou. E, adivinhei?Ela pensou, quis dar essa segunda chance achando que todos merecem uma, ela ficou com medo de se enganar com o outro que lhe deixava insegura e acabou cedendo ao que lhe deu segurança. Segurança após se apossar de seu corpo, e decepção, mal trato e toda forma de tristeza após se apoderar de seu coração e de colocar o seu sobrenome ao lado do dela.
A moça, então com 27 anos chorou rios e mares de lágrimas de arrependimento, de tristeza. Mas, quem se importa? Muitos deveriam crer que ela merecia.Bem, se merecia, sofreu, padeceu, perdeu o sono e por diversas vezes o seu arrepender tornou-se vontade de perder a própria vida. Remédios em demasia ela ingeriu, ficou doente, ficou muito doente porque a moça que se achava "super" a ponto de fazer o ruim se tornar bom, achava que seriam overdoses de remédios que lhe trariam o amor que ela deixou para trás quando confiou errado. Quando confio em que não merecia absolutamente nenhuma confiança. Ela havia deixado passar um verdadeiro amor, um amor daqueles que se entende com o olhar, um amor do tipo que o toque sublima o beijo, um amor raro, uma jóia de amor. Ela deixou de lado por uma mentira. Tudo por que? Porque a moça ainda achava que poderia fazer o moço que nunca foi ideal para ela se tornar uma pessoa centrada, uma pessoa boa. Ela achava que apenas ela o compreendia e que apenas ela poderia salva-lo. Ela era pretensiosa e orgulhosa sem perceber-se disso.
Todavia, quase tarde demais a mocinha aprendeu que ninguém salva ninguém neste mundo e que não importam as boas intenções do outro, quem deve as ter é quem precisa executa-lãs. A mocinha aprendeu que um amor que faz tremer o corpo e a alma não se joga para o lado, não se desrespeita e nem se ignora porque é quase certo que uma vez perdido ele nunca mais será encontrado. Todavia, também é certo que Deus é bom com quem é humilde e dá um amor verdadeiro àquele que reconhecendo seus erros ora à ele para ter paz. Amar e ser amado, todos precisam, mas nem todos merecem.
Cláudia de Manche
Wonderland, 20 de abril de 2010.
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