Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

domingo, 11 de abril de 2010

"Predadora de homens"


"Predadora de homens"

Existem pessoas que aproveitam suas experiências negativas para crescer, para mudar para melhor, destino que é a regra para as pessoas, ou não? Não, deveria ser, mas existem aqueles para quem o aprendizado ensina a ser ruim, a ser frio. Assim, muitos se tornam vingativos e vis.
Li no início de março na edição da revista Nova (sim, eu também leio essa revista que acha que "desvenda" a alma masculina para um bocado de mulheres frustradas, que ensina moças fazerem homem gozar até com o suave tocar de cabelos, além, é claro de desvendar o segredo do corpo perfeito, da barriga sarada, do salário sublime e da pele de diva, é apenas entretenimento, não um poço literário e cultural, coisa de advogada de férias) a história de uma colega que após ter sido traída por um ex noivo se tornou uma "predadora de homens" (essa edição tem a linda Alinne Moraes na capa). E, o que é abominável: Tem orgulho disso e de dizer que age como homem cafajeste. Acho que ninguém lhe ensinou, na infância, que a gente deve seguir os bons e não os maus exemplos (ao menos que sejamos maus na essência.É, dai complica).
Bem, na minha época homem cafajeste é homem cafajeste e como todo ser com esta característica deve ficar onde está: A milhas da minha pessoa. A moça pelo visto admirou isso e saiu em academia, boates, e todo local onde visualizava um belo exemplar de seu sexo oposto para dar-lhes o bote, "leva-los" para a cama e nunca mais atender ligações de alguns coitados com coração e empatia. Dai ela aprendeu que homens gostam de mulheres que não telefonam (Uh!), algo sem dúvida que requer anos de "escola da vida" para aprender. Ora, ora, dêem-me licença editores da Nova, que absurdo de historinha vulgar é essa que publicam, como se ensinasse algo? Se isso for alguma coisa que justifica publicação na revista, please: Parem o mundo que eu quero descer!
Quem é que gosta de ser importunado quando só deseja uma noite de orgasmos com a pessoa? Ninguém, tolas mesmo são as que ligam ou as que precisam virar vagabundas gratuitas para aprender isso, como a moça que acha que aprendeu tudo da vida por causa de um infeliz par de guampas. Ela que afirma ter virado uma "cafajeste" afirmou que não atende quando ligam. O escopo dela é sexo, e só.
Nada contra, mas não me convence. Até mesmo os homens cafajestes uma hora amadurecem e desejam achar um amor. E dificilmente encontram porque vivemos num mundo as avessas: É fácil achar companhia para uma boa, regular ou ótima "troca de fluídos" e dificílimo achar alguém que além de um órgão sexual participativo tenha um cérebro e um coração atraentes. "Aí que o caldo entorna", como diria vovó.
Não existe porque valorizar o que não é bonito: Usar pessoas e corpos como objetos. Creio que o trabalho unilateral seja satisfatório e não precise enganar ninguém. Gozo é ótimo, mas não ser cruel com quem não merece é sinal de empatia e virtude, mais ótimo ainda (não tanto no sentido físico, mas mais no moral)! As pessoas são mais do que elas tentam ou possam demonstrar, elas tem uma alma, e elas podem ser bondosas. Até mesmo a minha colega "predadora de homens" pode ser muito mais bondosa e digna do que tenta demonstrar como válvula de escape e de vingança. Vingança não ao ex, mas a si própria por ter confiado em quem não merecia. É, ninguém gosta disso amiguinha, mas enganos acontecem! Que fique para trás quem não nos merece, chutemos a bola para a frente sem precisar escorregar em campo, se sujar e se igualar ao jogador desleal que quebrou as pernas fazendo a falta.

Cláudia de Marchi

Wonderland, 11 de abril de 2010.

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