Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

domingo, 4 de abril de 2010

Escravidão Afetiva

Escravidão Afetiva

É muito bonito ver casais juntos há anos. É animador constatar que o amor pode fazer um casamento permanecer forte por muito tempo. Todavia, algumas constatações me assustam: Casamentos antigos às vezes apontam para uma grande submissão feminina. As mulheres se escravizaram em prol de seus maridos a ponto de voltarem a "ter vida" após uma separação não esperada ou após se tornarem viúvas. Isso não é admirável, é triste.
Porque uma pessoa deixa de fazer tantas coisas que gostava em prol da outra? Cervejinha num bar? Dançar nos finais de semana? Dar risada em um tom de voz alto? Caminhar para olhar vitrines? Não, nunca mais. Por que as mulheres deixam seus gostos de lado e passam a fazer apenas o que seus maridos esperam que façam, ou, o que elas acham que eles esperam? Por que não dialogar, não deixar seus gostos expostos? Casamento é uma comunhão de idéias, pensamentos e gostos. A partir do momento em que um se coloca na posição de eterno "concordante", dizendo sim apenas às idéias e gostos do outro surge uma espécie tácita e lamentável de escravidão: A escravidão afetiva.
Pelo contrário é realmente puro e bonito ver um casal que apesar das diferenças e algumas divergências de gostos conseguem viver e se divertir um respeitando o gosto, o jeito do outro e sua liberdade. É fácil entabular um relacionamento duradouro com base na escravidão de opiniões e de idéias. É fácil conviver anos com uma pessoa quando se assume o triste hábito de chorar escondido. É humilhante dizer sim com a boca quando o coração grita não e quando a alma pensa "de novo isso? Eu odeio isso!".
Todavia a cultura machista permeou os relacionamentos antigos e continua a permear alguns relacionamentos modernos onde as mulheres cedem mais e escravizam seus sentimentos, gostos e pensamentos em prol de "seus maridos" que continuam fazendo o que gostam, limitando muito pouco a sua liberdade se comparado com suas esposas que se auto empoe maiores obrigações afetivas dentro do lar e acabam deixando de lado seus reais desejos e vontades.
"A fulana começou a viver depois que o fulano partiu": Coitada! Isso significa que durante anos ela esteve presa, amordaçada por seus próprios pensamentos e subjugada a instituição familiar, mais especificamente a posição de esposa e mãe. Ser mulher casada e ter filhos não deve onerar tanto a alma da mulher a ponto de esquecerem de si mesmas. Os filhos que amam seus pais os querem felizes e, certamente, é impossível ver alguém feliz quando deixa de lado sua própria essência.

Cláudia de Marchi

Wonderland, 04 de abril de 2010.

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