Sobre o verdadeiro pecado!

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"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

domingo, 13 de junho de 2010

Dois grandes mitos dos relacionamentos afetivos.

Dois grandes mitos dos relacionamentos afetivos.

Quero falar a respeito de dois grandes mitos das relações afetivas humanas, uma delas é o mito da “separação amigável” e outra é o mito do “diálogo sobre sexo para aprimoramento da vida íntima”, ambos são tão verdadeiros quanto o gato que usava botas: Não existem, não funcionam.
“Separação amigável”, oh que lindo! Nos “separamos e ficamos amigos”, “nos separamos amigavelmente, não houve brigas”: Não acredito, se isso aconteceu é porque o amor foi sempre uma falácia ou o sexo foi sempre ruim. Se o casal tinha uma relação normal e se separa uma das partes sai ferida, ou ambas. Ah, “as brigas que não existiram”, meu caro, pára e pensa: Não houve brigas quando um decidiu sair de casa, mas e durante a relação, e o sofrimento até a decisão por ela? Tem certeza que não ocorreram ou quer enganar a si mesmo?
Há em quase toda separação amigável ou não o desprezo latente, separação amigável só existe no papel, no mundo jurídico que é justamente para economizar tempo e litígio quando uma das partes não suporta ouvir a voz da outra ou olhar para sua cara. Às vezes há mais bem querer recôndito entre os que enfrentam uma separação litigiosa do que entre os que optam pela amigável, onde, de regra um dos separandos sai abrindo mão até do próprio ar para poder resgatar a própria liberdade e esquecer que um dia disse “sim” ao pseudo-amor do outro.
Outro mito aconselhado pelos sexólogos inocentes e demais profissionais que querem vender livretos de auto-ajuda: “Para a vida sexual se ajustar explicite o que gostas na cama, manifeste suas opiniões e desejos”. Meu caro, se você precisa colocar seu parceiro sentado e dizer como e do que você gosta é porque sua relação sexual é uma porcaria, e, sinto informar, pode até dar uma “arribada” mas nunca será “a relação”, você nunca vai ter “o sexo” com seu companheiro.
Desista, meu amigo, no sexo ou há o perfeito encaixe de “peças” e sacanagens com ambos usando língua e boca para qualquer coisa menos para dialogar, ou jamais vai haver “o fogo”, “a química” que faz a gente pensar mil vezes antes de colocar o parceiro a perder.
Claro, existem pessoas de todos os gênios, pessoas com todos os gostos e personalidades, uns mais gélidos, outros mais quentes, mas, sinceramente companheiro, separação amigável e conversa sobre sexo pró-relacionamento, com ariano ao menos não rola. É mito, invenção que alguma pessoa de coração e corpo frios inventou por ai e ganhou relevo porque o homem adora uma boa historinha hipócrita.

Cláudia de Marchi.

Wonderland, 13 de junho de 2010.

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