Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sábado, 12 de junho de 2010

Solteiros e sozinhos, sim!

Solteiros e sozinhos, sim!

Dia dos namorados, acordei inspirada embora com a consciência de que não vou receber presente algum no dia de hoje, mas, e daí? Eu ainda me suporto solteira e sozinha, o que não esta acontecendo com a maioria das pessoas que, aparentemente não se suportam e precisam a todo instante de relações vagas e superficiais que terminam com a mesma velocidade (intensa) com que começam.
Virou moda o novo estado civil: Solteiro, mas não sozinho. Parece que namoro é coisa do passado, ora essa, ou você esta solteiro namorando, ou você esta solteiro sozinho, apenas envolvido em algum aspecto com alguém. Aspecto frágil, do contrário estaria namorando. Ora essa, o que há de errado em compromissos minha gente? O que tem de errado em sair de mãos dadas com uma pessoa, em fazer amor apenas com ela e, enfim, amá-la?
Se você esta com alguém e seu coração não pulsa por ele, se você não sente paixão ou amor seu estado civil é um só: Solteiro e sozinho, sim! Não importa que ao anoitecer tenha uma companheira em sua cama para passar a noite, você só deixa de ser sozinho quando o seu amor próprio é compartilhado e você de coração cheio dá amor a uma pessoa, do contrário seu coração continua solitário, o que não é problema algum, não é algo patológico, afinal não é em qualquer esquina que a gente encontra alguém que mereça nossa entrega, nosso coração.
As pessoas estão usando umas as outras como brinquedos, entretimentos para suprir sua solidão sem que se envolvam porque temem se entregar, temem se envolver intensamente e seguem suas vidas sem envolvimento emocional profundo, sem compromisso algum com um coração, porém comprometidas superficialmente em várias relações que em nada lhes agregam emocionalmente, e que também não fazem seu coração palpitar por nada.
Seguem vivendo sós, não apenas por opção, mas por medo, por falta de ação, todavia não imunes a feroz carência - o que é um indicio de que embora homens e mulheres desejem ser predadores sexuais e afetivos ainda possuem alguns sentimentos humanos, demasiado humanos como diria Friedrich Nietzsche (título de um livro que recomendo). E é graças a essa carência que inventam relações fugazes para passarem seu tempo, para terem prazer, ao menos, físico, ao menos sexual.
O que me assusta é que isso tudo esta virando “normal” e os relacionamentos fugazes que parecem típicos de um parque de diversões humano agora estão se assemelhando a um circo, onde cada pessoa se faz de “palhaço” para a outra: Ao menos por alguns instantes lhe entretêm. E isso é triste, muito triste. Foi-se a coragem de amar, ficou a coragem de usar o outro como passatempo.

Cláudia de Marchi.

Wonderland, 12 de junho de 2010.

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