Meus cabelos e a sabedoria.
Há alguns anos atrás eu tinha muito cabelo. Comprido, bastante volume. Lembro que olhava para as cabeças com pouco cabelo e até invejava positivamente. De luzes em luzes, escovas em escovas, estresses em estresses, perdas em perdas, sofrimento em sofrimento tenho hoje metade da cabeleira que eu tinha há pouco mais de três anos.
Estava olhando algumas fotos e me apavorei com o volume de bochechas e de cabelo que eu já tive a mais que hoje, confesso que me passou pela cabeça que nessa progressão eu terminarei a vida careca e caquética, mas isso apenas me passou e foi embora, até porque não tem lógica alguma.
A lógica mesmo é que o tempo passa e a gente muda, nem sempre o cabelo diminui, nem sempre as rugas ganham espaço enquanto a tez lisinha vai embora, mas a alma muda, a gente cresce, a gente aprende, amadurece aponto de esquecer como era ter uma cabeleira de diva, isso nem nos importa mais. Não nos importa nenhum pouco.
A gente deixa de observar os cabelos alheios também, a gente perde a crença na beleza alheia e na aparência de felicidade que todo mundo intenta transmitir. A gente deixa de acreditar nas palavras para avaliar os atos, a gente deixa de olhar os sorrisos para aferir o olhar, a gente deixa de ouvir as fofocas para se preocupar com os sentimentos alheios, a gente deixa de acreditar nas posses materiais para acreditar nas posses do espírito, da alma.
Com o tempo a gente vai mudando e deixa de ser o que era, com o tempo a gente pega na própria cabeça, sente as melenas nela e não se recorda como era ter um grande volume adornando nosso rosto, afinal, com o passar do tempo a gente não se importa com os cabelos, nem com a cabeça, a gente se preocupa com o que guardamos dentro dela, o resto é o resto, o tempo leva, o vento despenteia, mas o que tem ali é nosso e ninguém nos tira e, o que é melhor, tende a se aprimorar, a crescer e evoluir ao contrário do que há fora dela.
Cláudia de Marchi
Wonderland, 13 de junho de 2010.
Há alguns anos atrás eu tinha muito cabelo. Comprido, bastante volume. Lembro que olhava para as cabeças com pouco cabelo e até invejava positivamente. De luzes em luzes, escovas em escovas, estresses em estresses, perdas em perdas, sofrimento em sofrimento tenho hoje metade da cabeleira que eu tinha há pouco mais de três anos.
Estava olhando algumas fotos e me apavorei com o volume de bochechas e de cabelo que eu já tive a mais que hoje, confesso que me passou pela cabeça que nessa progressão eu terminarei a vida careca e caquética, mas isso apenas me passou e foi embora, até porque não tem lógica alguma.
A lógica mesmo é que o tempo passa e a gente muda, nem sempre o cabelo diminui, nem sempre as rugas ganham espaço enquanto a tez lisinha vai embora, mas a alma muda, a gente cresce, a gente aprende, amadurece aponto de esquecer como era ter uma cabeleira de diva, isso nem nos importa mais. Não nos importa nenhum pouco.
A gente deixa de observar os cabelos alheios também, a gente perde a crença na beleza alheia e na aparência de felicidade que todo mundo intenta transmitir. A gente deixa de acreditar nas palavras para avaliar os atos, a gente deixa de olhar os sorrisos para aferir o olhar, a gente deixa de ouvir as fofocas para se preocupar com os sentimentos alheios, a gente deixa de acreditar nas posses materiais para acreditar nas posses do espírito, da alma.
Com o tempo a gente vai mudando e deixa de ser o que era, com o tempo a gente pega na própria cabeça, sente as melenas nela e não se recorda como era ter um grande volume adornando nosso rosto, afinal, com o passar do tempo a gente não se importa com os cabelos, nem com a cabeça, a gente se preocupa com o que guardamos dentro dela, o resto é o resto, o tempo leva, o vento despenteia, mas o que tem ali é nosso e ninguém nos tira e, o que é melhor, tende a se aprimorar, a crescer e evoluir ao contrário do que há fora dela.
Cláudia de Marchi
Wonderland, 13 de junho de 2010.
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