Gay macho, sim senhor.
Não faz muito tempo que o galã latino Ricky Martin assumiu sua homossexualidade entre vaias e ovações, é claro. Acho que o cantor foi muito macho fazendo isso, na verdade admiro a “macheza” de todos os gays que assumem sua homossexualidade nos dias de hoje. O mesmo vale para as lésbicas.
É preciso ter muita coragem para assumir que é exceção. É preciso ter muita coragem para ouvir as piadas esdrúxulas, para encarar os olhares críticos e as línguas impiedosas. Admiro quem o faz sendo famoso ou não. Sendo mulher, agradeço aos gays que saem do armário, penso que assim fique mais difícil de nos envolvermos e depois pegar nosso companheiro na cama. Com outro.
Coisas que acontecem. Outra coisa irritante a meu ver além do homossexualismo recôndito é a insatisfação sexual explicita e o amor latente” que alguns homens (igualmente irritantes) carregam consigo. Como cronista verbo aberto que sou às vezes sou vitima de alguns destes que me adicionam no MSN achando que posso lhes dar conselho que baste para solucionar seus problemas. Todavia por trás da cronista há a mulher, inteligente por sinal. Ou seja, raciocino, me irrito e ainda por cima sei bloquear as pessoas em tal meio de comunicação (Benzadeus!).
Não me venham, meus caros homens com aquele papinho de que a esposa não lhes satisfaz, que a relação intima no casório esta uma porcaria, mas que por causa do filho, da deficiência, doença ou problema financeiro e/ou psíquico da mulher não tem coragem de deixá-la. Tudo bem, não duvido que em alguns casos existam estes problemas sozinhos ou em conjunto, o que não me impede de taxar-lhes de covardes. Muito mais covardes e “menos homem” que o Ricky Martin e sua trupe.
Ninguém merece viver no vácuo entre seus desejos sexuais e as atitudes feitas apenas para agradar ao outro e para não frustrar a sociedade ainda moralista. Este é o vácuo da infelicidade onde estão os homens frustrados que passam horas na frente do computador, que trocam a pescaria de peixes pela de piranha, que trocam o churrasco com amigos para a cervejinha na zona, que trocam a hora de folga pela escapadinha para pegar “qualquer tipo” de gente oferecida que encontrar, mediante pagamento ou não.
A afinidade sexual é fundamental em qualquer relacionamento. Não direi que representa 90% de importância para não ser apedrejada pelas mulheres, mas que beira a isso beira. O resto dos relacionamentos é muito respeito, companheirismo, carinho, compaixão e uma dose não avantajada de amizade, afinal algumas coisas o marido não precisa saber, nem a esposa, faz parte do mistério que garante um bom relacionamento.
Não sou nenhum exemplo de pessoa que saiba terminar relações. Faço muitas burradas neste quesito com o intuito de não fazer ao outro o que não desejo que me façam, de ser sincera, mas não ferir, todavia nunca precisei terminar unicamente por incompatibilidade sexual, na verdade nunca sequer comecei relações em que ela existisse. Mas creio que não existam mistérios, na verdade eles deixam de existir para quem deseja ser feliz sem se sacrificar em prol de alguém.
Simples, não dá certo na cama, o parceiro não acompanha tuas vontades e pique? Esta frustrado? Conversa e termina. Tá bem, tá bem. Os psicólogos sugerem conversar e tentar se adaptar, ver se muda, aquela trova toda de quem acredita na mudança? Tente se quiser, se junto com a falta de prazer existir o amor, tente. Vale a pena ainda que seja para dizer que tentou.Todavia, se não der certo termine. O outro também vai encontrar um parceiro mais frio e vai ser feliz, um vai fazer bem ao outro sem cobranças, sem necessidade de mudanças.
Você merece ser feliz e a outra pessoa também, deixe o seu lugar. Na hora ela pode reclamar, se deprimir, mas se for um pouco racional um dia irá lhe ser grata. Agora se você ainda acredita que a admiração, a parceria e a amizade valem mais que o amor sexual siga em frente, assine a Playboy e vá ser feliz no seu banheiro, agora se precisar de casos extraconjugais ou prostitutas para manter a farsa de sua união é porque alem de covarde você não tem a mínima vergonha na cara.
Cláudia de Marchi
Wonderland, 24 de junho de 2010.
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