Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

terça-feira, 29 de junho de 2010

Justiça Invisível

Justiça Invisível

Hoje eu perdi uma pessoa querida que sofreu demais na vida e na morte. É a terceira pessoa que o câncer leva de perto de mim em menos de um ano. A cada perda dessas me convenço que a Justiça Divina existe, mas ela não é a minha.
Diante da perda de uma pessoa querida, diante da dor dos familiares que ficam, do sentimento de injustiça do qual padecem eu tenho certeza que ou o homem acredita numa força Superior ou simplesmente se entrega ao ateísmo.
Acreditar em Deus implica em resignação diante da morte. Implica em aceitar sem revolta, implica em crer na total impotência e ignorância do homem. Ignorância acerca de assuntos que só alguém muito superior a nós pode saber, porque, não discordo, para quem vê os fatos tristes desta vida com pessoas que aparentemente não merecem passar pelo que passam fica evidente que nada sabemos.
A Justiça Divina não é a minha. Eu sei de pouca coisa na vida, quase nada, mas eu tenho meus julgamentos e minha pretensão. Sou critica, sou errante, sou humana. Se eu fosse Deus levaria todos os que querem morrer e deixaria os que querem viver. Levaria todas as almas desgraçadas e infelizes que não valorizam nada do que possuem e desejam o que não tem.
Eu levaria aqueles que só conseguem serem felizes com entorpecentes, aqueles que precisam de drogas para sorrir e deixaria os bons pais, as boas mães, as pessoas que eu acho que merecem viver. Mas, é fato, “eu acho”, a certeza deve estar com o Ser que decide.
Só me resta, pois crer que existe alguém lá em cima que sabe de tudo e que age certo, se eu não crer nisso, tenho certeza que quem vai desistir da vida serei eu. E eu não desistirei dela jamais, preciso da fé e da confiança ao menos no Invisível para levantar da cama sorrindo todos os dias da minha vida.
Cláudia de Marchi
Wonderland, 29 de junho de 2010.
In memorian de Ivar Benvegnú.

A vocês minha tia e primas: Fé e resignação, agora e sempre.

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