A vida muda II
Eu parei de negar que eu fui feliz. Eu parei de negar que era por prazer e por amor que eu me dedicava e que foi sorrindo que eu dormi e acordei durante muitas noites, durante muitos dias. Mas esses dias passaram e por certo tempo eu não sei nem se eu realmente dormia, mas tenho certeza que não havia sorriso algum em meu rosto. Não mais.
Eu parei de negar que eu me sentia plena e que encontrei a cura para muitos dos meus males nessa plenitude de amor feliz que eu tive a sorte de ter. Eu tive um amor feliz que terminou, mas eu conquistei a pessoa que eu queria, a pessoa que eu achava que era certa, mas não era. Eu achei isso e cheguei a ter certeza, mas me enganei. Todos podem se enganar, coitados são os homens que se acham imunes a este tipo de engano.
A vida mudou e a felicidade virou tristeza, a plenitude virou vazio, a sanidade virou loucura, o que era virtude e o que já nos uniu se tornou doença, se tornou um mal a ser combatido, um mal a ser tratado, aniquilado e evitado.
O tempo passa e as lágrimas podem ainda rolar, a dor pode ainda bater, ainda que com menos força do que já bateu. Mas ela vai bater, ela pode bater e é normal que ela bata. A história não foi superficial ou pouco intensa, pelo contrário. Todavia, a gente se acostuma, a gente cresce e deixa de querer colocar uma pessoa no lugar da outra. Ninguém substitui ninguém e ninguém deve ser usado para tapar buraco algum de nossa carência.
A vida mudou e hoje eu tenho orgulho de conseguir viver sozinha. Sozinha como uma ostra, eu, apenas eu e mais ninguém desejando me fazer feliz, desejando me alegrar. Não quero nunca mais correr o risco de magoar alguém novamente por este motivo.
O tempo passou e eu aprendi a ser só, eu aprendi a chorar sem ombro algum para me consolar, eu aprendi a me entender, a me perdoar, a me aceitar. O tempo passou e eu não preciso mais do ódio para me dar força, creio que eu sei que amei, sei que me enganei, mas não preciso mais desmerecer meu passado para viver feliz o meu presente. A vida mudou e eu prefiro muito mais a pessoa que me tornei àquela que eu já fui.
Cláudia de Marchi
Wonderland, 19 de junho de 2010.
Eu parei de negar que eu fui feliz. Eu parei de negar que era por prazer e por amor que eu me dedicava e que foi sorrindo que eu dormi e acordei durante muitas noites, durante muitos dias. Mas esses dias passaram e por certo tempo eu não sei nem se eu realmente dormia, mas tenho certeza que não havia sorriso algum em meu rosto. Não mais.
Eu parei de negar que eu me sentia plena e que encontrei a cura para muitos dos meus males nessa plenitude de amor feliz que eu tive a sorte de ter. Eu tive um amor feliz que terminou, mas eu conquistei a pessoa que eu queria, a pessoa que eu achava que era certa, mas não era. Eu achei isso e cheguei a ter certeza, mas me enganei. Todos podem se enganar, coitados são os homens que se acham imunes a este tipo de engano.
A vida mudou e a felicidade virou tristeza, a plenitude virou vazio, a sanidade virou loucura, o que era virtude e o que já nos uniu se tornou doença, se tornou um mal a ser combatido, um mal a ser tratado, aniquilado e evitado.
O tempo passa e as lágrimas podem ainda rolar, a dor pode ainda bater, ainda que com menos força do que já bateu. Mas ela vai bater, ela pode bater e é normal que ela bata. A história não foi superficial ou pouco intensa, pelo contrário. Todavia, a gente se acostuma, a gente cresce e deixa de querer colocar uma pessoa no lugar da outra. Ninguém substitui ninguém e ninguém deve ser usado para tapar buraco algum de nossa carência.
A vida mudou e hoje eu tenho orgulho de conseguir viver sozinha. Sozinha como uma ostra, eu, apenas eu e mais ninguém desejando me fazer feliz, desejando me alegrar. Não quero nunca mais correr o risco de magoar alguém novamente por este motivo.
O tempo passou e eu aprendi a ser só, eu aprendi a chorar sem ombro algum para me consolar, eu aprendi a me entender, a me perdoar, a me aceitar. O tempo passou e eu não preciso mais do ódio para me dar força, creio que eu sei que amei, sei que me enganei, mas não preciso mais desmerecer meu passado para viver feliz o meu presente. A vida mudou e eu prefiro muito mais a pessoa que me tornei àquela que eu já fui.
Cláudia de Marchi
Wonderland, 19 de junho de 2010.
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