Ensimesmada
Eu não tenho vontade de conversar. Não telefono para ninguém, não entro no MSN, e não abro o “chat” do Facebook. Eu não tenho vontade de falar de mim, de meus planos e da minha vida com quase ninguém. Eu abortei temporariamente a minha vida social e coloquei num cofre lacrado minha vida afetiva.
Não quero beijos, não quero carinho, não quero sexo, não quero amor. Não quero nada disso e nem preciso. Sou auto-suficiente nos mais variados aspectos. Quero manter a minha vida do jeito que esta, não quero, tampouco preciso, assinar o divórcio (afinal, não me requisitam), não quero casar, não quero companhia. Separada judicialmente? Ótimo! Tenho muitos planos para realizar antes de amar e casar-me novamente.
Me nego a ir a qualquer Igreja ou praticar qualquer religião. Não, eu não estou deprimida, aliás, há muitos meses eu não me sentia tão feliz, contente e com tanta fé. Não preciso praticar nenhuma religião para ter paz de espírito.
Por que, afinal, as pessoas acham que você tem que estar nas baladas para ser feliz? Ou com um namorado a tiracolo? Será que a maioria dos seres humanos é tão co-dependente assim? Como alguém pode se considerar feliz se esta sempre correndo atrás de algum objetivo financeiro, precisa de um drink todos os dias e ter alguém na cama para chamar de “seu”? Como alguém pode ser feliz se nunca se contenta com a vida que escolheu levar e não consegue ficar sozinho?
Ou seja, o sujeito não se sente contente com o que tem, nem consigo mesmo, precisa de álcool ou outras drogas para se animar ou se acalmar, e não consegue ser feliz sem companhia, mas se sente no direito de julgar aos outros. Ora, por favor, que gente infame! Eu estou noutra fase, bastante ensimesmada, mas muito feliz. Contente com a minha vida e com planos maravilhosos que dizem respeito apenas a mim.
Talvez, seja por isso minha falta de vontade de interagir, ou talvez porque, finalmente, de tanto me decepcionar com pessoas falsas, eu aprendi a não confiar em praticamente ninguém. Como diria o Renato Russo: “Se você quiser alguém em quem confiar, confie em si mesmo. Quem acredita sempre alcança.” Esta afirmação define minha vida no atual momento.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 06 de agosto de 2011.
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