Normalmente ordinário.
As pessoas não gostam de serem chamadas de “ordinárias”, mas encaram bem serem tidas como “normais”. Todavia, ao meu ver, o normal é o ordinário, é o comum, o “não raro”.
O que falta no mundo não são virtudes extraordinárias, mas, isto sim, pessoas que se apoderem delas, pessoas virtuosas, pessoas “fora do comum”. Nada contra a normalidade, mas por ela ter se tornada ordinária demais perdeu o encanto, a graça e o brilho.
A maioria das pessoas pensa de forma assemelhada e age de tal forma, a maioria não tem piedade, nem medo ou receio de agir errado, mas tem tais sentimentos em relação ao conhecimento público de suas ações.
Ou seja, vivemos num País onde a maioria é corrupta, corruptível, desonesta, desleal e infiel, tais características, porém, são desprezadas no que tange ao que “se deseja que os outros saibam”.
Ninguém quer ser julgado como infiel, desleal, impiedoso ou desonesto, embora não tema agir de forma errada e sem pensar no outro. Os indivíduos agem de forma egoísta, todavia não querem que seus atos vis sejam conhecidos pelos outros e a eles atribuídos.
“Isso” seria a tal da hipocrisia? Sim, com certeza. Ela tornou as pessoas ordinárias demais, sem graça, sem brilho, afinal ela é irmã da falsidade, filha da deslealdade e da desonestidade.
Faltam pessoas sinceras, francas e diretas no mundo, mas sobram pessoas falsas, mentirosas e desonestas querendo ser bem julgadas, bem quistas e admiradas pelos outros. Pessoas que viraram fantoches de si mesmas, sem autenticidade, sem personalidade, sem brio, que querem ser tidas como “normais”, sem perceber que, normalmente, o "normal" é ordinário.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 14 de agosto de 2011.
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