Razão e silêncio
Os ignorantes querem ter razão, os sábios querem ter paz. Os tolos insistem numa briga quando existem pontos de vista colidentes, os sábios desistem da discussão e silenciam.
Calar não é sinônimo de anuir, muito menos de “perder”, é, isto sim, sinônimo de sabedoria, de tranqüilidade e de personalidade forte, mas os tolos não pensam assim, pelo contrário eles acham que precisam brigar por seus pontos de vista para demonstrar que são fortes e inteligentes.
A força, a sabedoria, a inteligência e a personalidade forte estão do lado do homem que tem amor próprio, auto-estima e auto-respeito, pessoas assim não precisam “ganhar” uma discussão para se sentirem bem, elas sabem que não existem verdades inexoráveis e que, por mais convicções que possuam acerca de suas idéias, não vale a pena “criar caso”, discussões e colocar a sua paz e tranqüilidade em risco por conta delas.
Afinal, com o tempo e o amadurecimento as idéias tidas como certas em dado momento podem passar a ser julgadas como erradas ou tolas. Então, para que brigar por idéias que podem vir a ser mudadas de acordo com suas experiências e vivências?
O homem sábio interage, ouve, cala e, muitas vezes, quando instigado e “cutucado” para uma discussão concorda da “boca para fora”, simplesmente por saber que teimar com pessoas teimosas, que se acham “donas da verdade” é dar murros em ponta de faca: não adiantam para nada, apenas para sofrer em vão.
Quando duas pessoas brigam para ter “razão”, ambas perdem a própria. Envolvem-se, gritam, deixam a ira falar mais alto, se ferem e, no final, o motivo que deu ensejo a discussão é esquecido e, em seu lugar, restam uma série de novas e desnecessárias mágoas e feridas a serem cicatrizadas, apenas porque um dos indivíduos não teve sabedoria o suficiente para se calar, para pensar e deixar o outro pensar o que lhe convém.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 26 de agosto de 2011.
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