Cale-se!

Cale-se!

Cale-se! Não diga nada, não ouse aconselhar ou dar a sua impressão sobre a vida e os problemas alheios. Não se preocupe com os outros, ainda que você goste muito deles!

Mesmo quando eles lhe disserem que não "sabem" o que fazer, saiba que eles sempre “sabem”, a sua opinião será apenas jogada ao vento. Se preocupe com você: cada um cuida de si e, de regra, age em benefício próprio.

Não desperdice seu tempo se preocupando com os outros, não desperdice saliva dando opiniões. Mantenha sua boca fechada, no final, você se sentirá muito melhor, porque vai perceber que as opiniões que você deu só fizeram bem a você, por causa do “famoso” desabafo, os outros, na verdade, não cingem seus atos a elas.

Ninguém sabe tanto dos pormenores da vida alheia que seja capaz de dar conselhos realmente eficazes, ademais, em determinado momento a pessoa quer ouvir algo, logo, se você diz alguma coisa que vá ao encontro do que ela quer, a pessoa concorda com você, em outro momento ela chega à conclusão inversa da que tinha outrora e age de forma totalmente diferente daquela que havia dito que era justa e correta. E você fica se sentindo um perfeito idiota!

Você sabe sobre a sua vida, você sabe sobre o que você faria no lugar da outra pessoa, mas jamais pode achar que sabe o que ela deve fazer, afinal, de suas agruras, inseguranças e dificuldades somente ela sabe, então, quando alguém lhe pedir uma sugestão ou conselho, apenas diga: “A vida é sua, quem sabe é você.”

Afinal, por melhores e mais sapientes que sejam as suas opiniões e bondosas as suas intenções elas não mudarão o jeito de ser de ninguém. As pessoas concordam ou discordam com seu pensamento na medida em que estão mais exaltadas ou mais calmas, é tudo uma questão sobre o estado de espírito do “aconselhado”, ora sua opinião parece adequada, ora, inadequada porque ele muda de ânimo e, conseqüentemente, de opinião.

Calar-se é sempre o melhor a fazer, a menos que lhe ofereçam dinheiro pela sua opinião, apenas assim você “ganha” algo fazendo o que não deve fazer.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 23 de abril de 2012.