Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Direito de se iludir


         Direito de se iludir.
Eu já sofri tanto na vida que tenho a plena certeza de que as pessoas não me enganam. Eu percebo o ser por trás do que “aparenta ser”, todavia, não posso negar: tenho o direito de fingir que acredito em alguém, quando isso me convém.
         Em poucos minutos de conversa ou, dependendo do caso, em poucos dias de convívio eu percebo quais as intenções da pessoa, se ela emana mais bondade do que maldade, mais pureza do que perfídia, mais nobreza do que vileza.
         Ocorre que é difícil encontrar pessoas verdadeiramente bondosas e que tenham afinidade com a gente. Essa espécie de ser humano está em extinção no mundo. Pelo menos, é claro, no mundo em que vivo.
         Sendo assim, elementar que, às vezes, a gente veja que não se trata da pessoa certa para estar ao nosso lado, mas nos damos o direito de nos iludir por algum tempo. É uma espécie de erro premeditado que cometemos com a intenção de aproveitar o lado bom que determinada pessoa pode ter.
         Com exceção das pessoas más e frias de coração, com exceção das pessoas maquiavélicas que sempre tem segundas intenções com suas palavras e atos, existem aqueles indivíduos que, embora não lhe agradem plenamente, podem fazer-lhe felizes por algum tempo.
Logo, em relação a esses, fingir que não se conhece a realidade pode ser interessante. Não é bom ser enganado e ser iludido, mas, depois de adquirir certa maturidade, você tem o direito de se iludir pelo tempo que lhe convém. E que seja pouco, de preferência.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 27 de abril de 2012.

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